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Michael deixou Luke sozinho no quarto tentando colocar seus pensamentos de volta no lugar, foi até a cozinha se sentindo estranhamente alegre e serviu mais uma caneca com chocolate quente, voltando a caminhar até o quarto. Limparia toda aquela bagunça depois.

- Eu estava alucinando? - perguntou estático na porta ao chegar no quarto, segurando a caneca com firmeza para que ela não caísse dessa vez ao notar que o loiro ainda estava sim sentado na cama, mas suas asas não estavam mais lá.

- Eu só desejei que elas sumissem e elas desapareceram. - Michael o escancarou em total surpresa. Quem é o maluco que desejaria que asas tão belas como aquelas desaparecessem? Luke pegou a caneca da mão de Michael assim que o mesmo sentou ao seu lado.

- Você destruiu minha blusa preferida. - Clifford fez biquinho ao encarar as costas do garoto e ver o tecido completamente rasgado.

- Me desculpe. - Luke murmurou envergonhado. Michael apenas deu de ombros. - Me desculpe por te assustar também.

- Não estou assustado. - declarou - Só fiquei um pouco surpreso, desesperado talvez, não é todo dia que vejo um cara que mais se parecesse uma obra de arte com asas, mas não estou assustado. - Michael sorriu ao ver as bochechas do rapaz ao seu lado tomarem um tom absurdamente avermelhado. - Vou pegar outra blusa pra você, por favor tente não destruir essa. - Michael brincou ao se levantar.

Se direcionou ao seu quarto e pegou apenas uma camiseta que não usava mais, não queria outra de suas blusas preferidas destruídas.

Luke estava sentado na cama já sem a blusa destruída, esperando que Michael voltasse.

Michael se aproximou em paços lentos ao entrar no quarto, seus olhos ainda não haviam se acostumado com as marcas no tronco do loirinho.

Levou a ponta dos dedos até a linha mais grossa, perto de sua clavicula bem marcada.

- Ainda doi? - perguntou afastando os dedos, não queria o machucar.

- Quase nada. - Michael voltou a aproximar seus dedos, agora espalmando sua mão sobre a marca alta na pele do loiro. Luke colocou sua mão sobre a de Michael, entrelaçando seus dedos de forma desengonçada.

Michael sorriu largamente ao descer um pouco mais sua mão e sentir o quão agitado estava o coração do rapaz ao seu lado.

- Espero que você não seja cardíaco, anjinho. - Michael brincou, vendo as bochechas de Luke tomarem um tom extremamente avermelhado mais uma vez, se afastando de seu toque completamente contrangido.

- Anjinho? - o loiro questionou, pegando a blusa que estava no colo de Michael, rapidamente a vestindo.

- Desculpe, foi sem querer. Mas acho que é melhor que peladão... - Luke apenas confirmou com a cabeça. - ...se preferir posso parar com os apelidos. - Michael sugeriu, achando que a careta estranha que Luke fazia era por estar desconfortável com a situação, mas...

- Não! Eu achei... achei fofo. Pode continuar me chamando assim. - Luke deu de ombros tentando desviar o olhar e esconder suas bochechas coradas.

- Tudo bem então... anjinho. - Michael cutucou sua cintura, para ter seu olhar de volta. - Vamos comigo na padaria? Só não coloque essas asas pra fora na rua, não queremos causar um caos generalizado. - esse era o jeito de Michael lidar com coisas apavorantes, fazendo piada.

- Eu prometo tentar. - Luke abriu um largo sorriso.

Após Michael lhe emprestar um casaco quente, Luke foi puxado pela mão pra fora do apartamentos, pelas ruas da cidade. Não sabe ao certo se Mike esqueceu de soltar sua mão ou simplesmente queria a segurar, porem não reclamou, apenas continuou com seus dedos entrelaçados, concentrado demais nisso para reparar nas pessoas a sua volta.

- Sabe anjinho, me sinto melhor desde o dia que chegou, acho que tenho que te agradecer por isso. - Michael comentou, deslizando seu polegar pela pele macia, fazendo o loirinho constatar que Michael simplesmente segurava sua mão porque queria.

- O que aconteceu naquela noite? - Luke perguntou se lembrando do quão quebrado Michael parecia na noite em que simplesmente apareceu em sua varanda.

- Essa história fica pra outro dia, não quero lembrar de coisas tristes, mas obrigado de qualquer forma. - agradeceu lhe dando um sorriso.

- Eu quem te agradeço, você quem abrigou um maluco desconhecido na sua casa. - Luke disse sendo arrastado pra dentro da padaria.

- Não me sinto um desconhecido em relação a você.

...





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Não se sente um desconhecido, sei... rs

Luke ** MUKE (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora