Victoria

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No dia seguinte, chego da biblioteca, onde passei a tarde estudando com Math e Lex, mais uma vez, após sair do colégio.

Então vou pra meu quarto e jogo minha mochila num canto, enquanto brigo com Kyro, que estava novamente mordendo um dos meus pares de tênis, e que ficava no alto do armário, justamente porque ele gosta de morder. Então aquele par que ele pegou, foi obra de algum ter caído do armário, provavelmente.

É lindo, mas é uma peste esse pitbull gigante, de olhos verdes!

E depois de salvar meu tênis, saio dali e vou tomar um banho rapidamente. Saio do banheiro já de roupa trocada e vou preparar um lanche pra mim na cozinha. Preparo um sanduíche e pego um copo de suco na geladeira.

Em seguida volto pro meu quarto, fecho a porta do mesmo com o pé, e ando até a cama, sento no final dela, como sempre, pondo os pés pra cima.

- Nada disso, vai comer a sua ração, Kyro. - Digo, vendo ele empinado na cama, querendo subir pra atacar meu lanche - Esqueci de pegar meu celular pra carregar... Droga.

Me arrasto na cama e levanto, mastigando um pedaço do sanduíche que eu segurava, numa mão, junto com o copo de suco. Pego minha mochila do chão e volto pra cama, sentando novamente lá atrás dela e abrindo minha mochila. Tiro o celular, que estava jogado e esquecido lá no fundo dela, e tiro também meu caderno e os livros que estudei na aula de hoje.

E de repente, acho um pedaço de papel, amassado ali dentro...

- O que é isso? - Sussurrei, pegando o tal papel, e o abrindo lentamente.

"Otária, quatro olhos!"

Suspirei, cansada após ler o papel, amassando-o de novo, e o arremessando longe no meu quarto, e Kyro saiu correndo pra pegar.

Isso era normal pra mim já, esse recadinhos anônimos, me ofendendo.

São uns invejosos, não ligue pra eles.

Eu sou uma otaria mesmo L, e tenho quatro olhos, fazer o que?

Mas você é inteligente, dedicada, companheira, amorosa e fofa quando quer também.

Obrigado por levantar minha auto estima, inexistente.

- Ei... - sussurrei, achando um outro pedaço de papel dobrado, entre meus livros, dessa vez.

O abri e li o que estava escrito ali.

"(xx) xxxx-xxxx"

- Um número de telefone? - Sussurrei confusa, franzindo minha testa.

Vê quem é logo!!!

Calma, L... E se for alguém querendo me ofender, fazer bulling comigo?

Não é não, senão já teria amassado papéis e jogado na sua mochila, né? Um método mais rápido.

Verdade...

Peguei meu celular, e cautelosamente digitei aquele número, vendo que tinha perfil de whatsapp nele. Então salvei o número e apareceu a foto de uma menina, com um rosto não muito incomum pra mim...

A Victoria Phanton, do segundo ano!

Isso, L! É ela mesmo, mas... Por que tem o número dela nesse papel? Eu nunca falei com ela, e nem ela comigo. Só a conheço de vista, por ela ser uma líder de torcida, super popular no colégio inteiro.

Manda um "oi" pra ela, só pra ver qual é a dela.

Hummm... Ta bom, só um "oi". Abri o perfil dela, e vi que ela estava online, então respirei fundo, e comecei a digitar:

Half Of MeOnde histórias criam vida. Descubra agora