Hello Little's!
Boa Leitura.
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Giulia P.O.V
[PLAY] Justin Timberlake - Not a Bad Thing
Eu passei todo o trajeto entre o edifício de Natasha e o estacionamento do Ministério Público e deste até minha casa, me praguejando por ter esquecido Elisa no estacionamento. Não que eu ainda sentisse algo por Natasha, porque eu não sinto, mas também não posso ignorar o fato de que éramos amigas desde os cinco anos de idade, eu não podia deixá-la dirigir naquele estado. Quando eu cheguei a vi de pé me esperando, Elisa é uma pessoa muito transparente então eu percebi que a mesma ficou aliviada assim que me viu entrar. Quando ela me surpreendeu com um abraço apertado, eu me senti tão confortável, era como se seu abraço fosse feito sobre medida para mim. E quando ela me beijou então? Não consigo nem descrever o que senti com palavras, tentei gravar na minha memória cada segundo, cada sensação sentida durante aquele beijo. Infelizmente nos faltou o ar e antes que eu perdesse o controle sobre a minha sanidade, finalizei o beijo ofegando.
- Eu... Eu gosto de você. – ela confessou encarando-me nos olhos com aquela imensidão azul. – Eu realmente gosto de você.
Eu poderia dizer-lhe inúmeras coisas, inclusive confessar que me apaixonei por essa menina mulher, que apesar de todas as dificuldades passa a maior parte do tempo sorrindo e tentado enxergar o melhor das pessoas, mas o que eu fiz foi dar ouvidos ao que Natasha havia falado: "após a morte dos seus pais você se tornou emocionalmente reservada." "Você nunca esteve cem por cento no relacionamento..." E o medo me dominou.
- Não... – dei um passo para trás me afastando – Não se apaixone por mim. - Nem tudo que começa progride, e eu descobri isso da pior forma possível.
Nunca pensei que doeria tanto ver a tristeza causada por aquelas palavras em seus olhos, ela parecia tentar digerir as palavras e isso levou alguns longos minutos de silencio.
- Por que não? – foi o que ela conseguiu perguntar. – Não é justo... Você correspondeu ao beijo, e agora fala como se não tivesse sentimento algum por mim.
- Sim, eu correspondi, mas isso não irá se repetir. – afirmo e ela parece perplexa. - Você só está se deixando levar pela gratidão que sente por mim.
- Wow... Eu não...
- Eu odeio incertezas. - Eu vou me arrepender desse momento?Provavelmente. - Eu não quero acabar me decepcionando no futuro.
- Não temos certeza de nada na vida. – ela deu um passo atrás enquanto passava as mãos pelos cabelos – Não sabemos o que o futuro guarda para nós. Mas nesse momento, eu tenho certeza do que eu sinto e não é gratidão. – ela inspirou fundo – Nossa... Estou começando a me arrepender de ter feito isso. – Será que vou me arrepender de não começar um novo relacionamento por causa do medo? – Mas não me arrependo de gostar de você. – Senhor, ela está chorando?! – P-Posso te pedir um favor?
- Diga. – tentei soar indiferente, e acho que consegui.
- Me deixe... Te abraçar uma ultima vez. – agora ela encarava as próprias mãos – Você pode me permitir isso? Já que terei de acabar com meus sentimentos unilaterais...
Não a deixei terminar, apenas a puxei para um abraço. Diferentemente do primeiro, agora era um abraço sôfrego, seus ombros tremiam denunciando seu choro compulsivo. Engoli o nó formado pelas palavras que eu não pude dizer, porque o medo me silenciou. Ela respirou fundo antes de se desvencilhar do abraço e se afastar de mim.
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Promotoria
Roman d'amourGiulia é uma jovem Promotora de Justiça dedicada e com uma alta taxa de sucesso, mas sua vida é perturbada quando ela é designada para trabalhar com a estagiária Elisa, uma jovem esforçada, positiva e ingênua, que é falsamente incriminada pela morte...