Exatamente agora.
- Collin! - falo emburrada.
Estávamos a caminho do cinema para assistir o novo filme de suspense de alguma atriz famosa. Íamos nos encontrar com a Any e o seu namorado, Frederic.
- Eu juro que irei jogar ácidos corrosíveis em todo o seu corpo! - marcho até seu lado, percebo que ele está rindo.
- Não vamos perder o filme, e você é tão chata! - o sorriso cresce em seus lábios e ele me abraça - E você está melhor? Porque sua voz de choro no telefone no meio da madrugada me diz que você não estava nada bem.
- Você pode pelo amor de Deus esquecer que eu fiz isso? - fecho a cara e sinto os cacos do meu coração começarem a se agitar.
Collin ficou quieto, mas continuamos abraçados até ele me deixar por alguns minutos para procurar seu celular.
Eu não entendo como podemos amar tanto alguém e receber tão pouco. Deveríamos amar com a mesma intensidade, mas não, nunca é assim, alguém sempre ama mais.
Fiquei quatro semanas evitando todos os campos envolvidos com esportes no colégio, evitei sair de casa e ficar perto dos meus pais. Na verdade não foi tão difícil evita-los, eles estavam trabalhando de plantão três vezes na semana e nos finais de semana se trancavam no quarto para descansar.
Abracei meu próprio corpo depois que o vento da noite fria de Detroit passou por mim. Eu temia que vissem uma menina sozinha na frente de uma casa e resolvessem me ver como o alvo perfeito para roubo, estupro ou qualquer coisa desse tipo.
Passei minhas mãos cobertas pela luva preta em meus braços, que mesmo cobertos por duas camadas de blusas grossas, estavam congelando. A calça jeans não esquentava muito, mas ficava bonita com as minhas botas beges.
Collin saiu de sua casa vestindo mais um casaco, ele me abraçou como seu estivesse morrendo de frio. Encostei minha cabeça em seu peito e enlacei sua cintura com um dos meus braços.
O céu estava repleto de estrelas, que brilhavam maravilhosamente, quase me fizeram esquecer o Craig... Quase.
- Por que quando amamos muito sempre recebemos pouco? - suspiro frustrada.
- Porque o amor não é exato como uma conta matemática - sinto quando seu braço, que está em volta do meu ombro, me aproxima mais dele - Mas no seu caso, Ang, eu odeio te dizer isso, mas ele nunca amou você, pelo menos não de verdade e você sabe que eu nunca gostei dele.
- Eu deveria ter ouvido você quando disse que ele iria me magoar quando saímos pela primeira vez - fungo e sinto meus olhos marejarem.
- Não chora Angel! - ele para e me encara - Você é linda, inteligente e maravilhosa - ele limpa algumas lágrimas que escaparam - Você acha que se eu não fosse um garoto lotado de massa muscular não daria uma lição nele? Mas infelizmente Deus me fez magricelo e cheio de conhecimentos.
- Você é o melhor amigo que eu poderia ter - o abraço apertado e escuto-o resmungar.
Estávamos quase chegando ao cinema quando dois homens fortes e mais velhos nos pararam.
- O que temos para está noite? - a voz do primeiro homem me causou arrepios então me aproximei mais do Collin.
- Não tenha medo, doçura - o segundo homem tinha uma voz engraçada e fina - Não iremos machuca-la.
Encontro a mão de Collin e entrelaço meus dedos aos dele, seu corpo fica rígido e agora ele já parece como um escudo humano para mim, ele sabe que estou com medo.
- Que tal conversarmos sem o seu amigo, amor? - o de voz arrepiante pegou em meu braço e me puxou para longe do Col.
No mesmo instante, Collin entrou em minha frente e cerrou seu punho, olhou para os dois homens com uma seriedade no olhar.
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Angel & Collin
Romance"Amar é muito mais do que uma simples conta de trigonometria."