XLVI

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eu, astronauta outrora perdido no espaço. você, corpo celeste desconhecido do qual não pude evitar ser atraído desde o primeiro instante. envolvida por tantos anéis quanto Saturno, com tempestades tão vastas quanto as de Júpiter, pairava inclinada semelhante a Netuno. distorcendo o meu espaço-tempo tal como uma gigante vermelha. um verdadeiro paraíso astronômico.

eu quis tocar cada uma de suas 18 luas com os pés descalços, eu desejei adentrar o seu mundo. o que mais eu poderia fazer? eu já estava em órbita. por diversas vezes você me alertou que a sua atmosfera era inóspita, que se eu me aproximasse demais, você me destruiria. mas eu te via sorrir de toalha e achava tudo tão magnífico e perigoso. tudo tão vivo. de fato, você quase me desintegrou na entrada.

babe, você é louco.

eu morri e nasci no mesmo instante.

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