eu, astronauta outrora perdido no espaço. você, corpo celeste desconhecido do qual não pude evitar ser atraído desde o primeiro instante. envolvida por tantos anéis quanto Saturno, com tempestades tão vastas quanto as de Júpiter, pairava inclinada semelhante a Netuno. distorcendo o meu espaço-tempo tal como uma gigante vermelha. um verdadeiro paraíso astronômico.
eu quis tocar cada uma de suas 18 luas com os pés descalços, eu desejei adentrar o seu mundo. o que mais eu poderia fazer? eu já estava em órbita. por diversas vezes você me alertou que a sua atmosfera era inóspita, que se eu me aproximasse demais, você me destruiria. mas eu te via sorrir de toalha e achava tudo tão magnífico e perigoso. tudo tão vivo. de fato, você quase me desintegrou na entrada.
babe, você é louco.
eu morri e nasci no mesmo instante.
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Escaninho
Poetryes-ca-ni-nho (s.m.); pequeno compartimento no peito onde são guardados todos os detalhes que possuem valor. serve de refúgio para a alma em dias que nos sentimos envoltos de tanta razão, esgotados de sermos jogados pra cima e pra baixo tão rápido. °...