Capítulo 13

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_Eu preciso beber alguma coisa. Você também quer? - perguntou ela já em pé

Ele passou o braço pela sua cintura e puxou-a de volta para o sofá.

_Não até essa cena acabar. É incrível.

_Deixe correr. Eu vou levar só um segundo.

Sam apertou a tecla de pausa.

_Você sempre faz isso.

_Será rápido. - disse ela, tentando se soltar.  _ Vai, me solta.

_ Não. Ariane vai confrontar o pai Você vai perder uma parte importante.

_ Eu já vi centenas de vezes Sammy boy.- disse ela Que tentava se livrar dos dedos dele, mas ele não a soltava. Ela começou a rir, quando ele a puxou com mais força, fazendo com que ela caísse no colo dele.

_A bebida pode esperar.

_Mas...

_Quieta, mulher. Eu estou tentando ver o filme, e você está atrapalhando.

Ela soltou um suspiro teatral e riu e acomodou a cabeça no ombro dele e ficou assistindo ao filme. Ele pousou o braço em seu colo e a mão no seu quadril.

Ah, não! Ela tentou se concentrar no filme, mas não conseguiu. Presa entre a cena cheia de tensão, começou a sentir o corpo esquentar. Respirava com dificuldade. Não podia tirar os olhos da tela nem se desligar, porque ele parecia cercá-la, tocando-lhe os quadris, exalando seu perfume, ela tentou se mexer, mas sentiu o corpo dele se contrair debaixo dela. Ele tocou-lhe o cabelo. Ela fechou os olhos e engoliu em seco. Quando sentiu a respiração dele na curva de seu pescoço.

Enquanto acariciava o cabelo dela, ele ouviu-a soltar um suspiro delicado, que mal dava para escutar. Percebeu que ela ficara tensa e teve vontade de mergulhar o rosto em seu cabelo.

_Você deveria parar.

Ele não se fez de tolo.

_Acho que não posso.

Ela virou a cabeça e olhou para ele. Sam soltou a respiração e não conseguiu evitar: precisava beijá-la.

E foi o que fez.

Ela tivera tempo para protestar ou se afastar, mas não se mexera. Apenas esperara que ele se aproximasse, até cobrir sua boca com os lábios. Ela soltou um suspiro que terminou num gemido. Era tudo que ele precisava saber.

Os dois ficaram se beijando por longo tempo, até que ele se afastou, com um lamento.

_O que estamos fazendo?

Ela arregalou os olhos.

_Eu não sei, mas podemos não falar?

_Cait...

_Vamos só...

A mão dele desceu pelo queixo dela, pelo seu pescoço e parou em sua garganta, num gesto possessivo que ela ignorou.

_Em algum momento precisaremos conversar.

_Mas não agora, certo?  Ela ergueu a cabeça e tentou beijá-lo, e ele recuou como se pensasse em rejeitá-la, mas logo pegou-a pelo rosto e beijou-a.

De repente, ele se afastou.

_Deveríamos...

_Parar?  perguntou ela.

_Você está perguntando ou dizendo?  Ele ouviu-a respirar com dificuldade e viu o seu olhar entristecer. Ela diria...? Ele iria...?

Impossível.

Ou não era?

_Você tem razão. - disse ele, e ela levantou lentamente  indo para a cozinha. Ela o teria impedido, teria dito algo, se pensasse diferente, não teria? Mas, enquanto ela preparava uma bebida, o silêncio falava alto e claro. Ele não se enganara em relação àquele olhar: um misto de apreensão e de desejo. Já o vira nos olhos de outras mulheres.

Mas agora era Cait, a sua Cait.

Não, não sua.

Ela perambulou pela cozinha enquanto ele ficava no sofá, até que se ouviu o som inconfundível do celular.

_Você ouviu isso?  perguntou ele.

_O quê?

_O meu celular deu sinal.

_Isso quer dizer que as torres estão funcionando  disse ela.

Ele ergueu as sobrancelhas, correu para pegar o telefone e verificou as mensagens. Ela fez o mesmo. Sam se sentiu desapontado. Era ridículo: não poderiam ficar ali para sempre. Precisavam voltar às suas vidas, à realidade: trabalho, resultado do exame, assédio da mídia.

Ele passou a mão no cabelo, desanimado. O fato de eles terem ficado isolados por causa do furacão seria uma festa para a imprensa.

Todos iria querer saber aquela história. E o resultado do exame de Cait, que o apavorava... Ele olhou para ela e a viu franzir a testa. Todos iriam assediá-la, e ela não poderia se esquivar da imprensa. Subitamente, ele sentiu vontade de fugir e de levar ela para algum lugar onde pudessem relaxar no anonimato e ignorar o mundo externo. Talvez para Irlanda?

Ou poderiam ficar ali.

Cait soltou uma exclamação e ele voltou a mexer no celular.

_O Médico telefonou. O resultado do meu exame chegou.

Sam se voltou imediatamente, mas ela já abrira a porta do pátio e saíra. O barulho da porta fechando era como levar uma bofetada na cara. Ela o deixava de fora. Maldição. Ele tentou se ocupar fazendo um café, para não se entregar à mágoa. Ela falaria com ele no devido tempo e, como sempre, ele estaria ali para apoiá-la, fosse qual fosse o resultado.

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