Capítulo 14

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Mas, de repente, Sam ficou paralisado. O pavor que pensara ter controlado durante os últimos dias havia voltado, deixando-o desalentado. Não podia perdê-la. Não a sua Cait. Não a mulher por quem ele acabara de perceber que estava completamente apaixonado.

Como? O quê?

Antes que ele tivesse a chance de digerir a revelação, Ela voltava e parava no meio da sala, muito pálida.

_Cait?

_Eu sei que eles não deveriam dizer isso por telefone  falou ela devagar.  Mas o Dr. Graham e a minha mãe se conheciam há muito tempo, e eu não sabia quando voltaríamos ao continente, e...  Ela se calou, respirou profundamente e olhou-o dentro dos olhos.  _ Desculpe, Eu só...  Ela passou a mão no cabelo e suspirou, enquanto ele ficava ali, com o coração preso na garganta e o pulso latejando.

_Você está me assustando,  O que ele disse?

_Eles vão fazer outro teste, para confirmar o resultado, mas...

_O quê?

_Os testes preliminares deram...  Ela arregalou os olhos, perplexa.  _Positivo.  Ela engoliu em seco e sua voz ficou trêmula.  Eles deram Positivo.

Santo Deus.

Por um instante, o mundo pareceu ter parado. Colin percebeu que perguntara o quê?, mas o choque abafara todo o resto. Ela estava... Ela teria...

Não. NÃO.

Ele olhava para ela em silêncio, sem conseguir acreditar, até que notou que as lágrimas lhe escorriam pelo rosto, e sentiu o coração se despedaçar.

_Não, não, não.

Ele correu até ela no exato momento em que ela soltava um soluço. Abraçou-a com força, sentindo-se impotente por não poder ajudá-la, por não poder conter suas lágrimas, por não poder fazer nada além de abraçá-la e murmurar palavras absolutamente inúteis, enquanto ela chorava e partia o seu coração.

Mas, como poderia ser forte quando, por dentro, sofria tanto e se revoltava?

A revolta que crescia a cada segundo fez com que Sam contivesse as lágrimas.

_Vamos fazer outro exame. E, depois, outro. Eles podem ter cometido um erro. Isso sempre acontece.

Cait resmungou algo ininteligível e levantou a cabeça, com uma expressão tão atormentada que ele não se segurou e beijou-a. Como se a beijando pudesse tirar toda a dor dela. Depois de alguns segundos ele quebrou o beijo mais ainda estava abraçando ela e suas testas estavam coladas e ele passou os dedos no rosto dela e enxugou suas lágrimas, e beijou-lhe carinhosamente as pálpebras.

_amor...

_Era um risco - Ela o silenciou voltando a beija-lo novamente.

Ele a amava.

Quando isso acontecera? Como? Ele tentou se recordar, repassando cada momento. Acontecera naquela noite, há dez semanas? Ou fora antes?

Ele intensificou mais o beijo. Não importava quando. Ele a amara como amiga e como amante. Como a mulher inteligente, divertida, linda e extremamente vulnerável que ele tão bem conhecia. Amara a garota com lindos cabelos castanhos e luminosos olhos azuis, que esbarrara nele. Amara a moça vulnerável e insensata que tanto precisara dele, a garota que chorara as tristezas no seu ombro. A mulher que cometera erros na vida e no amor e que continuara de pé, que forjara o seu caminho sem se importar com as pessoas que a criticavam.

A mulher que acabara de receber a pior notícia da sua vida, Por mais que tentasse, ele não podia evitar a realidade, e percebeu o momento em que ela também chegou a essa conclusão. Ela quebrou o beijo e se afastou dos braços dele, ficando de costas pra ele.

_ Não faça isso - falou ele carinhosamente, Mais era tarde demais.

O silêncio pairou sobre eles até que ela o quebrou.

_Precisamos descobrir quando poderemos voltar.- disse por fim se virando para olhá-lo.

  _Sim. Eu também preciso dar alguns telefonemas._ Cait. - Ele se aproximou mais dela a puxando pra si e a abraçou pela cintura. Para surpresa dele, ela não protestou e se deixou levar. Os dois ficaram abraçados calmamente, como dois amigos. Por fim, ele falou:  _Não vamos tirar conclusões precipitadas. Eles querem fazer novos exames. Vamos esperar por eles, para tomar uma decisão.

Ela concordou silenciosamente, e Sam percebeu que ela já estava pensando, fazendo planos, tomando decisões. A cabeça de Caitriona nunca parava de funcionar e, justo naquele dia, ela precisava fazer escolhas sensatas e lógicas...

Ela se afastou, e ele a soltou com relutância. Ela pegou o celular.

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