Capítulo 15

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Depois que Sam confirmou que o porto de Los Angeles abriria em algumas horas,  Cait usou o seu poder de persuasão e algumas súplicas para conseguir marcar uma hora com o Dr: Graham, no dia seguinte. Em seguida, os dois entraram em contato com algumas pessoas, para dizer que estavam vivos e bem.

_Onde você estava?- quis saber Karol do outro lado dá linha preocupada.

Cait deu um suspiro.

_Estou com o Sam, estamos bem._ disse por fim tentando tranquilizar a Amiga

_Ainda bem, graças a Deus.- disse ela _ Onde estão?_ quis saber a morena do outro lado dá linha.

_Estamos em Santa Bárbara.- disse Jen _Chegaremos a L.A em algumas horas._Tudo bem, se cuida, beijos.- completou se despediu dá Amiga.

Pelo que tinham entendido, L.A estava um caos. Algumas regiões da cidade não tinham luz nem água, e os telefones funcionavam precariamente, levariam dias para voltar tudo ao normal.

Era bom estarem ocupados, concentrando-se em seus afazeres. Cait presumira que não teria tempo de pensar nos exames, no bebê e em Sam, mas, enquanto arrumava a cozinha, ela percebeu que sua cabeça não se distraía facilmente.

Você não pode ter esse bebê. Ela não podia. Fora exatamente por esse motivo que resolvera nunca ter filhos. O que sua mãe suportara, o que ela passara ao vê-la enfraquecer e morrer por causa de uma doença implacável... O sofrimento fora tão grande que ela daria tudo para evitar que acontecesse. Uma coisa era saber que teria a mesma doença, saber exatamente o que iria enfrentar a cada dia, pelo resto do tempo que lhe restava, mas acrescentar uma criança àquela equação? Não, Jamais.

Cait deu uma olhada para Sam que estava na sala e depois, desviou o olhar. Sim, a dor de um aborto iria ser profunda, mas seria preferível a uma vida de angústia, sabendo que isso poderia ter sido evitado e que ela não o fizera por egoísmo. Não deixaria que a criança e Sam passassem por aquele sofrimento.

Ela tentou não pensar, mas não conseguia. Os pensamentos lhe invadiam a cabeça, formando vários cenários, ela rangeu os dentes, Droga. Pense em outra coisa. Qualquer coisa. Pense no furacão. No trabalho. Sim, no trabalho. Seu chefe iria querer que ela procurasse histórias, que desce notícias. Ficaria tão ocupada que não teria tempo nem para se coçar. Muito menos para pensar em...

Cait piscou. E então tudo iria recomeçar. A direção selecionaria as histórias dignas de atenção e recolheria donativos, enquanto dezenas de outras histórias seriam apenas mencionadas de passagem. A futilidade de tudo aquilo lhe causava frustração, seus pensamentos foram interrompidos pela voz se Sam, ela se virou para encará-lo, ele estava com as mãos nos bolsos recostado no balcão dá cozinha.

_Chegaremos ao continente por volta das 15h.  Ele a viu concordar e beber um gole de água, sem nada dizer. _ Cait eu...

Ela olhou para ele e bebeu o resto da água. O que via nos olhos dele fazia com que ela tremesse por dentro.

_ Estou com você.- disse se aproximando mais dela.

Ela queria chorar mais segurou as lágrimas.

_ Você sabe disso, não sabe? - disse ainda a encarando.

Ela sorriu e uma lágrima escapou, ele sempre estaria do seu lado, como poderá duvidar disso, duvidar dele.

Sam nunca soube como ela conseguiu manter a calma durante todo o dia e testemunhou a sua energia, a sua força de vontade ao enfrentar o forte balanço do barco em silêncio e muito pálida, controlando a náusea.

À medida que se aproximavam do continente, observavam os terríveis resultados da passagem do furacão  em Los Angeles.

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