- Foi um prazer te conhecer, Shawn – ouço a voz de Nick e olho para trás. Vejo ele acenar com um sorriso de lado e deixo escapar um sorriso. Desvio o olhar para o resto de sua turma que estão logo à frente da fogueira, acenando enquanto subimos a ladeira do parque.
- Foi um prazer conhecê-lo também, Nick Robinson – digo me virando para Aaron e Alessia e continuando a andar com eles, de volta à casa de Chris.
Já são umas cinco da manhã e graças a ciências da vida não estamos bêbados o suficiente para não chegarmos até a casa de Chris, sem contar com as pernas doendo, isso de fato está me matando de dor. Comemos um pouco de açúcar na Kombi do casal hippie para cortar o efeito do álcool na corrente sanguínea, aumentando o índice de glicose.
Olho para o quintal da casa de Chris e só vejo copos espalhados por todos os lados e algumas pessoas ainda dormindo no gramado. Bocejo e subo as escadas da varanda, abrindo a porta entreaberta, observando o interior da casa, onde há dois casais dormindo nos dois sofás da sala e Chris sentado na escada, olhando para mim surpreso.
- Graças a Deus você está bem! – ouço sua voz u pouco fraca tentando ficar mais normal que já não pode. Ele se levanta com esforços e vem em minha direção.
- Claro, por que não estaria? – pergunto forçando um sorriso e ele me abraça. Sinto ele jogar o peso de seu corpo contra o meu e, por pura e espontânea pressão, seguro seu corpo. – Chris... Chris, levanta! – seu ronco é aparente e reviro os olhos. – Christopher Miles, levanta! – nenhum sinal de sobriedade da arte dele.
- Ele capotou? – Aaron pergunta vindo a minha frente e seus olhos estão vermelhos de tanto sono.
- Aparentemente sim – digo não contendo uma risada.
- Vem, eu te ajudo a leva-lo até o quarto dele – ele puxa o corpo de Chris para si e levanto as pernas enquanto segura com os braços por debaixo de seus sovacos.
Aaron puxa o corpo e u o equilibro enquanto subimos as escadas, indo direto para o quarto de Chris. Colocamo-nos o corpo na cama e ajeitamos para que fique confortável.
- Pronto, agira temos que dar um jeito nessa casa – sussurro para Aaron que assente com a cabeça e logo saímos do quarto, arrumando a casa toda com a ajuda de Alessia.
Quando terminamos, olho pela janela da cozinha, observando ainda o gramado estar todo sujo e o sol já estar nascendo.
- Por sorte hoje tem reunião de professores – digo olhando para os dois que se escoram na mesa central da cozinha. – Por isso... Vocês dois tratem de ir para a cama.
- Mas e a frente da casa? – pergunta Alessia.
- Não se preocupe, eu cuido disso, e das pessoas de lá também – eles soltam uma risada nasal. – Bom, vão descansar, devem estar mortos.
- É – dizem os dois ao mesmo tempo caminhando forçadamente em direção à escada, subindo-a pesadamente a procura de um quarto de hospedes.
Pego um saco de sanito e vou ao gramado, pegando os copos, garrafas e acordando as pessoas que encontro pelo caminho, as mandando para dentro para descansar melhor. Tento acordar um cara que parece estar numa espécie de sono karatê que quase acerta minha cara com um chute e o deixo em paz. Já basta os chutes da vida, quero mais não.
- Quer ajuda com isso aí? – ouço a voz mais reconhecedora de todos os tempos. Reviro os olhos e viro-me para trás, encarando o rosto da derrota.
- O que você quer dessa vez Cameron? – pergunto voltando a pegar mais copos. – Um coração novo para quebrar? Nancy não beija bem? Camisinhas?
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Você É Meu Último Dia - Shameron
RomanceUm ódio antigo que ainda interfere na vida de dois adolescentes que, instantaneamente e impulsivamente, tentam resolver da forma bruta, querendo mostrar quem é que está por cima de tudo, e que na maioria das vezes acabam na sala do diretor Oliver Fo...