Dad, Can We Talk?

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Olho no meu celular mais uma vez enquanto corremos, e em meio a um borrão por conta da pressa, não consigo identificar corretamente as horas que são.

Desisto de tentar saber as horas e simplesmente correr em direção à escola. Passamos pela última árvore e consigo respirar aliviado, porém ainda correndo em direção à entrada da escola.

- Corre! – ouço uma voz frustrada gritar atrás de nós e me viro ainda correndo, para ver quem é, e me deparo com a pior dupla que poderia existir: Nick e Nancy correndo logo atrás de nós com uma bolsa que aparentemente está cheira dos objetos necessários para essa "maratona".

- Puta merda! – digo e dou um empurrão no braço de Cameron, para que nos apressássemos em direção à escola.

Subimos os degraus aos pulos, indo de dois em dois, fazendo toda a força possível para não perder o equilíbrio, e podendo sentir os olhares furiosos dos dois atrás de nós.

Cameron abre a porta da entrada e espera que eu passe, e quando o faço, ele segura as trancas da porta, deixando Nick e Nancy batendo no vidro das portas duplas.

- Abre essa porta Cameron! – grita Nancy batendo com toda força no vidro.

- Se quebrar vai para a conta do papai – faço cara de desaprovação para ela, que logo fica mais furiosa.

- Seus babacas! Abrem logo! – grita Nick bufando.

- Ah mas ficou bruto o garoto? – Cameron zomba e caio na gargalhada. Deixo a bolsa de canto no chão e olho para os lados, vendo dois esfregão.

- Cam... – chamo-o cutucando seu ombro. Ele faz que sim para mim e exibo o sorriso mais travesso que consigo.

Pronto, agora não há chances de vencerem de nós, e mesmo se tivessem chances, não conseguiriam, porque seriam mínimas. Pego um dos esfregões e coloco no meio das maçanetas da porta, impedindo que ela seja aberta.

Cameron solta e Nick tenta abrir de novo, sem ter vitória. Seu rosto fica vermelho e um murro é expandido na porta.

Solto uma risada nasal, pegando minha bolsa e voltando a correr pelos corredores da escola em direção à sala do diretor Oliver Fox. Minhas pernas tremem por causa da adrenalina espalhada por meu corpo.

Meus braços começam a tremer e perco o equilíbrio no meio do caminho, mas logo me recupero e escorrego no piso em frente a sala do diretor, me apoiando na parede e abrindo a porta dele o mais rápido que posso.

No entanto, na sala dele, só há mesmo Aaron e Alessia de canto, abraçados e sossegados.

- Conseguimos? – sussurra Cameron do meu lado e eu, sem saber o que falar, com tanta adrenalina no meu corpo, simplesmente aceno a cabeça num sim tão empolgado enquanto caminho às pressas em direção da mesa de Oliver, que além de tudo, nos recepciona com um grande sorriso no rosto, as mãos cruzadas em cima da mesa e logo ao lado delas, uma folha sulfite com marcas de dobras – possível a lista de Aaron e Alessia.

- Parabéns garotos, conseguiram chegar em segundo lugar – diz Oliver fazendo sinal para que eu e Cameron nos sentemos nas cadeiras em frente à mesa. Ele nos fita com as sobrancelhas arqueadas e gelo. – Isso no seu pescoço é o que Cameron?

Viro-me rapidamente para Cameron vendo um dos chupões a mostra.

- É...foi umas abelhas e uns mosquitos que morderam ele... – digo virando para o diretor. – Pura alergia! – ouço Cameron concordar e tento segurar uma risada.

- Bom... chegamos em último lugar, mas pelo menos vamos para o Havaí – ouço o comentário de Cameron ao meu lado e não consigo não rir, porque é verídico!

Você É Meu Último Dia - ShameronOnde histórias criam vida. Descubra agora