Estamos há duas horas e meia nesta mata sem encontrar nada de nossa lista. Já achei cinco objetos, mas que não pertencem a nossa lista. Que saco!
- Achei! – grita Cameron correndo em direção a um arbusto e reviro os olhos, já imaginando que não seja de nossa lista. Olho a minha volta novamente, observando as árvores que dançam por todos os lados, as folhas verdes balançando e algumas aves passando rapidamente por mim.
Um sorriso finalmente se forma em meus lábios. A brisa deste lugar é sinistramente incrível. Ouço folhas se mexerem atrás de mim e me viro, vendo Cameron saindo com dois objetos dali: uma ampulheta dourada e uma flecha de Apolo (totalmente dourada e com poucas penas de ouro atrás – se fosse ouro de verdade levaria para casa).
- Qual desses dois tem na lista? – pergunta ele andando em minha direção. Pego a folha dobrada de meu bolso de trás e observo atentamente a lista.
- Graças a Deus! – digo indo para mais perto de Cameron. – Infelizmente só a ampulheta, mas já é um início! – ele concorda e tiro minha mochila das costas. – A sua está muito cheia? – pergunto olhando para dentro da minha, vendo se teria mais espaço para guardar os objetos.
- Acho que não... – ele se ajoelha no chão também, abrindo sua mochila e me olhando.
- Ótimo! – suspiro aliviado. – Me passa aqui suas coisas para colocar junto as minhas, acho que a sua mochila é maior... – digo esticando minha mão direita.
- Ah... acho melhor colocar suas coisas na minha mochila... A sua com certeza é maior – ele retruca e o olho serrando os olhos.
- Tá... tanto faz – digo tirando as coisas de minha mochila e passando para ele, que guarda estranhamente cuidadoso em sua. Me pergunto o porquê de ele estar tão cuidadoso assim, mas logo ignoro tais pensamentos. Não é da minha conta.
Guardo a ampulheta e me levanto novamente, olhando para frente e pensando onde é que estão os outros objetos.
- Você... ah... – olho para Cameron que desvia o olhar e começa a caminhar. Franzo o cenho e vou atrás.
- Não seria melhor termos duas listas? – pergunto ficando ao lado dele.
- Por quê? – ele pergunta passando por alguns galhos.
- Porquê... assim poderíamos nos separar para achar mais rápido os objetos... – dou de ombros e ele se vir para mim.
- Gênio – diz ele e por um momento penso que tive a melhor ideia de todos os tempos. – Esqueceu que é você que está com a "mochila dos objetos"?
- Nossa... destruiu com a minha autoestima – digo fazendo cara de cachorro sem dono e ele começa a rir, o que infelizmente me contagia.
Balanço a cabeça negativamente e volto a caminhar. Atravesso por algumas três árvores e acabo me deparando por um ninho de cobra. Ou que parece com um ninho de cobra. Vejo o resto da calda de uma cobra verde entrar por debaixo da raiz de uma árvore.
Agacho-me de perto da raiz da árvore. Meu Deus! Estou vendo que vou ser picado hoje... Tira essa curiosidade louca que me invade! Olho para os lados a procura de um galho grande e por sorte encontro um. Afasto algumas folhas, vendo que a cobra verde coloca sua cabeça fora lentamente, me assustando.
Recuo um pouco e ela dá uma volta, faz um barulho estranho como todas com suas línguas e volta para dentro.
- Uffa... – murmuro com um suspiro em seguida.
- O quê? – pergunta Cameron vindo logo atrás de mim.
- Estava vendo um ninho de cobra... – olho para o buraco dentre as raízes da árvore pensando se é mesmo um ninho ou não. – Ou não é um ninho... Não sei...
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Você É Meu Último Dia - Shameron
RomantizmUm ódio antigo que ainda interfere na vida de dois adolescentes que, instantaneamente e impulsivamente, tentam resolver da forma bruta, querendo mostrar quem é que está por cima de tudo, e que na maioria das vezes acabam na sala do diretor Oliver Fo...