You Are My Moonlight

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- Que merda foi essa Shawn? – ele está com raiva e eu entendo bem o porque. Entro no jipe sem dizer uma palavra, ele ao meu lado bufando de ódio, volta para o hotel.

Em nenhum momento consigo me explicar, porque não sei o que dizer direito. Não sei o que é certo dizer. Infelizmente entendo sua raiva: arrebentei seu melhor amigo.

Estico meu pescoço, olhando para o alto, as árvores passando rapidamente e minha mente metralhando para poder dizer alguma coisa, entretanto sei que poderia começar uma discussão com qualquer coisa que eu disser.

Merda!

- Tá... o que aconteceu dessa vez? – ele para o jipe e vira-se para mim. Olho a nossa volta e vejo que estamos literalmente no meio da estrada. Não há sinal de vida de nenhum carro por aqui, somente nós dois no início de uma tarde.

- Ele... – olho para os olhos castanhos de Cameron e recuo, quero inventar qualquer história que não seja verídica porque tenho medo. – Ah... foi somente meu surto e meu ódio andando lado a lado.

- Então você está me dizendo que arrebentou a cara dele sem motivo algum?

- Não foi isso que eu disse... – digo virando-me para frente. Tenho medo de o encarar. Não quero dizer o verdadeiro motivo. Não é dolorido somente para mim, isso vai machuca-lo mais do que devia.

- Então qual foi o motivo Shawn? – sua voz suaviza e fecho os olhos. Esse é meu medo, ele sabe pegar no meu ponto certo. Inferno Cameron!

- Ele passou dos limites e eu simplesmente não pensei muito bem. A verdade, não tinha nem percebido que arrebentei ele, acordei do surto com você gritando comigo – digo ainda olhando para frente. Ouço-o bufar ao meu lado e ligar o jipe.

Não demora muito para que cheguemos rápido ao hotel e salto do jipe. Não quero ir para o hotel, então caminho em direção a Waikiki, a outra praia de Oahu, porém a mais próxima do hotel.

Pessoas passam por mim e eu as evito olhar nos olhos. Percebo olhares grudados em mim e me pergunto o verdadeiro motivo. Balanço a cabeça e passo uma mão no cabelo, suspirando fundo.

Ando pela areia em direção à um bar tropical, sentando-me num dos bancos. O som de pássaros e pessoas gritando por todos os lados me causa aflição. Preciso beber algo urgente.

- Pois não... – diz um balconista virando-se em minha direção e então recua num passo. Franzo o cenho o olhando. – Caramba, arranjando briga por aí grandão... – ainda sem saber do que ele está falando, o mesmo busca por um lenço no balcão, esticando-o em minha direção. – Seu nariz está sangrando...

- Meu Deus! – digo pegando o lenço e passando em meu nariz. Sinto, assim que encosto o lenço no nariz, meu nariz gritar de dor. Fecho os olhos, puxando o máximo de ar que posso. O gosto metálico de sangue dança por minha boca e deito minha cabeça no balcão. – O que foi que eu fiz com a minha vida...

- O que aconteceu? – voz do balconista dança por minha mente e ergo a cabeça novamente, fitando-o.

- Briguei com a pessoa mais importante na minha vida... – solto um suspiro ainda com o lenço em meu nariz, latejando. – Por favor, três shots de vodca.

- Saindo... – ele vira-se e eu também. Que merda foi que eu fui fazer com a minha vida.

Os gêmeos também não colaboram, sempre atrás do Cameron como cães atrás do dono. Não conseguem ficar um minuto sem me importunar, afinal, passaram anos fazendo isso, já são mestres em respirar e tirar minha paciência.

- Aqui está... – viro-me para o balcão vendo os três copos a minha frente. Viro rapidamente um de cada vez. Solto um suspiro assim que termino o último, segurando forte. A vodca desce queimando, levando junto tudo o que vê pela minha garganta. Respiro fundo e olho para o homem a minha frente.

Você É Meu Último Dia - ShameronOnde histórias criam vida. Descubra agora