Fecho meus olhos e de repente sinto um movimento estranho na cama. Não tenho coragem de abrir os olhos para ver quem seria ou o que seria, simplesmente encaixo em minha mente que isso é um sonho que acabou de começar.
Uma mão grande e firme passa por minha cintura, subindo até meu ombro. Tomo coragem para abrir os olhos e meu corpo estremece com o toque tem que quer que seja. Suspiro fundo e uma cabeça se afunda no travesseiro atrás de mim.
- Sou eu... – ouço um sussurro em meu ouvido. A voz é reconhecível e respiro mais aliviado. Viro-me na cama, ficando de frente para Cameron.
- O que está fazendo aqui? – pergunto sussurrando, olhando diretamente para ele. Mordo o lábio inferior.
Não o quero aqui agora, mas ao mesmo tempo é como se eu estivesse implorando para que ele estivesse. E ele está. Ainda no escuro, pelo modo de como ele solta o ar pelas narinas, percebo que deu um sorriso de lado.
- Não queria ficar sozinho, e... achei que queria companhia.... Quer companhia? – ele faz a pergunta ainda sussurrando e não consigo deixar de sorrir.
Me pergunto se eu devia mesmo ter ele ao meu lado oficialmente a partir de agora, ou se deveríamos ainda continuar a tentar esconder o que sentimos um pelo outro.
- Você é uma companhia que eu quero a todo momento – digo esbanjando um sorriso no qual já me entrega a resposta de minha dúvida.
Quando ele está perto minhas mãos tremem, meu coração acelera, meu cérebro se atrapalha, meu corpo todo vibra para com ele. A resposta está mais que na minha cara.
- Tinha medo dessa resposta – diz ele num tom sarcástico e não seguro uma risada, selando nossos lábios levemente.
Viro-me de costas para ele, sentindo-o passar um braço por meu corpo. Ter sua cabeça encaixada exatamente na minha nuca me causa um sentimento que não sentia desde quando mamãe se foi: segurança.
Ouço o despertador e estico meu braço para desliga-lo. Bocejo e tento me levantar, e então algo me segura, me impedindo de me movimentar.
- Cameron... – lembro-me dele entrar no quarto no meio da noite. – Cameron! – digo alto e dando uma cotovelada devagar nele. Percebo ele acordar rapidamente e finjo estar dormindo.
- Ah... – sua voz está distante e confusa. – Shawn... Shawn! – ele me chacoalha e abro os olhos lentamente. – Vamos nos atrasar para o Havaí.
Viro-me para ele sorrindo e o beijo lentamente. Ele me envolve com uma mão em minhas costas. Viro-o na cama, levantando-me, deixando sozinho o corpo de um adolescente confuso na cama, com uma cara de "acabou de brincar com meus sentimentos".
Viro-me para ele assim que saio da cama, sorrindo e vendo-o serrar os olhos.
- Como ousa brincar com meus sentimentos? – diz ele e começo a rir.
- Anda, vamos nos atrasar! – digo indo ao banheiro tomar uma ducha.
Olho pela janelado do Audi A6 que viera nos buscar para levar até o aeroporto. Quatro carros, um para cada dupla.
As árvores passam como vultos para trás. O motorista não disse uma palavra desde que saímos do estacionamento da escola. Ele permanece quieto dirigindo para nosso infame destino.
- É pedir demais bater um papo com o motorista? – Cameron sussurra em meu ouvido e o olho, respondendo:
- Acho que seria sentença de morte – sussurro brincando e começamos a rir. Vejo que o motorista nos olha pelo retrovisor e forço um sorriso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Você É Meu Último Dia - Shameron
Lãng mạnUm ódio antigo que ainda interfere na vida de dois adolescentes que, instantaneamente e impulsivamente, tentam resolver da forma bruta, querendo mostrar quem é que está por cima de tudo, e que na maioria das vezes acabam na sala do diretor Oliver Fo...