Capítulo 11

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Eu estava me controlando

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Eu estava me controlando. Ou apenas tentando me controlar ao máximo. A minha vontade naquela noite, onde beijei a Rose, era de levá-la para o meu apartamento e esquecer todo o mundo. Sem ligar para compromissos ou as pessoas que casualmente estariam a nossa espera. Sim, eu realmente queria fazer tudo isso, mas eu não poderia. Primeiro, pelo fato de ter pego a Rose despreparada logo após uma briga. Eu não sabia de nada do que ela havia armado, fui totalmente surpreendido, e a preocupação de algo grave acontecer a ela me preocupou a ponto de me descontrolar. Ela em si me tirava do sério.

Se um dia pensei em ter amizade com Rosemarie Mazur, essa ideia caiu por terra nos últimos tempos. Não dava, simplesmente porque eu não queria apenas isso com ela. E essa situação me assusta.

A ousadia dela me assusta.

Não é o fato dela ser uma mulher maravilhosa e capaz de fazer o que bem entender, mas aquele mesmo brilho que eu via nos olhos do Ivan, aquela coragem desmedida sem pensar nas consequências. E foi isso que eu vi nela aquela noite. Foi o que mais me atormentou.

Antes do dia fatídico em que perdi meu amigo, eu via isso como positivo. Atravessamos a Europa de moto, nos metemos em aventuras sem igual, tentamos esportes radicais. Só que um dia, ele parou de se preocupar com os riscos. Como tudo havia terminado bem, dessa vez não seria diferente.

"A sorte está do nosso lado, meu amigo- ele me disse."

Uma porra que estava! Era o planejamento prévio e saber que mudanças de planos poderiam ser necessárias que faziam toda a diferença. E droga! Eu devia ter colocado juízo naquela cabeça dura que ele tinha. Eu deveria ter feito algo mais, nem que fosse trancar aquele grandalhão no quarto se fosse necessário. Ele achava que sabia demais sobre escalar. No fim, estava claro que era mentira.

Por mais que esse passado ainda me assombre, o que aconteceu comigo e Rose apossou minha mente. A noite havia demorado a passar e bem cedo tive que pegar o voo para a Rússia com minha irmã e sobrinhos. Eu me sinto um covarde, mas sei que não é apenas por medo. Eu tinha meu compromisso, visitar a minha família. Como eu faria caso tentasse arriscar com ela naquela noite? Seria injusto com ela.

Desço as escadas do sobrado onde cresci. Permanecia da mesma forma que eu me lembrava. Os sofás de forro escuro em frente a lareira que crepitava incessantemente, como em todos os últimos e primeiros meses do ano. A mesa de centro e a parte superior da lareira ornamentadas com pinhas e azevinhos sobre a folhagem de pinheiro guirlanda. A árvore de natal em seu lugar habitual próxima da estante de livros antigos do meu avô. Era como voltar ao passado, onde eu achava que todas as coisas seriam possíveis, que o mundo era simples e os conflitos eram finalizados de forma imediatista.

-Dimka, querido, venha comer.- minha mãe diz assim que me vê adentrar a cozinha. -Você está mais magro do que quando decidiu ir.- murmurou apertando a minha bochecha após um abraço.

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