Capítulo 13

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Estávamos sentados nas poltronas da classe econômica com destino à Nova York

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Estávamos sentados nas poltronas da classe econômica com destino à Nova York. Vinte e dois alunos para tomar conta. Eu não estava tenso, sabia que tinha a minha responsabilidade, mas eu já tinha costume lecionando. Depois de me formar, fiquei por alguns anos lecionando na Sibéria, na mesma cidade de minha mãe, e quando parti para Moscou fiz o mesmo que Rose, dividi meu tempo pelo mestrado e minha profissão.

-O que é isso?- pergunto olhando para os papéis que ela está me entregando.

-O planejamento de aula, só consegui terminar essa noite.

Bem, acho que já deu para perceber quão nervosa ela está. Suas leves olheiras revelam sua rotina de sono quebrada. Sua agitação em sempre olhar pelo corredor para ver se os alunos estavam se comportando.

De uma coisa ninguém poderia negar, ela estava se esforçando. De todo o tempo que a conheço, ela sempre se esforçou para tentar fazer o melhor. Mesmo com seu lado moleca com os amigos, tentava manter sua postura de profissionalismo. Certo que o que ela fez com Stan não se encaixa nesse padrão, mas de maneira geral ela era dedicada. Muito mais do que muitos de longa data que eu conhecia. Eu sabia que ela não perderia essa garra tão cedo, e certamente nunca, ela trabalhava por paixão.

Não posso dizer que vá ser impossível que ela mude seu campo de atuação na carreira após o mestrado, mas a gana dela, o fascínio pela matéria que escolheu, era perceptível no brilho e sorriso que se mostravam ao falar de sua área.

-Tudo bem, aproveita para descansar.- sugiro e ela me olha com espanto.

-Tenho que ficar de olho neles...

-Rose, eu não vou conseguir dormir agora, mas esse parece ser o plano da maioria.- falo indicando os alunos, a maioria ouvindo música, alguns trouxeram aquelas almofadas de viagem. Os que não estavam conversando ou lendo já pareciam entrar no mundo dos sonhos.

-Tudo bem, mas me acorda? Caso qualquer coisa aconteça?- afirmo e ela começa a se arrumar na poltrona.

No final das contas a viagem foi tranquila. Os alunos se comportaram, mas Rose não conseguia se desligar, de tempos em tempos acordava para conferir se estava tudo certo. Talvez ela tenha medo de um dos alunos dela aprontarem tanto quanto um dia ela e os amigos já fizeram.

[...]

Chegamos ao lobby do hotel no fim da tarde. Os alunos se espalharam pelas poltronas vagas enquanto eu e Rose nos dirigimos à recepção.

-Boa tarde, em que poderia ajudar?- a recepcionista perguntou.

-Reservas no nome de Rosemarie H. Mazur.- Rose se apressa em dizer.

-Está confirmada, doze quartos disponíveis.- responde sorridente.

-Esperam, não eram treze quartos?- pergunto. Eu estava presente quando a Rose ligou. Estava trocando as passagens enquanto ela o fazia.

Físico-químicaOnde histórias criam vida. Descubra agora