Toda a minha vida foi mudada no último inverno. De uma viagem para escalar os Alpes suíços com o seu melhor amigo se transformou em uma grande catástrofe. Ivan e eu nos conhecíamos desde o ensino médio. Ele era adepto de esportes radicais e festas, sempre acabava me puxando para ambos. E mesmo com tantos anos de amizade, avisar a família dele sobre o acidente foi o grande golpe de misericórdia.
Decidi me mudar. Eu não suportava mais ficar em Moscow, e como minha mãe morava em outro Estado, larguei o meu trabalho da universidade e a vaga para o doutorado que estava pleiteando. Entrei em contato com a minha irmã que morava nos Estados Unidos. Ela me ajudou com toda papelada- tanto para conseguir o visto quanto para compra de apartamento e inscrição para o PHD por lá- e a decoração do apartamento.
Agora, já com aproximadamente uma semana de permanência no país, já havia conseguido arrumar todos os meus objetos pessoais vindos da Rússia; incluindo minha moto desmontada. Eu não sabia o que fazer com ela, apenas a mantive no quarto de hospedes ainda dentro da caixa e dei entrada em um automóvel, especificamente um Camaro Cupê preto.
Destravo a porta do carro e entro. Estou ansioso para a entrevista que meu primo Adrian conseguiu para mim. Eu estava recomeçando, não tinha pretensão de voltar. Claro que iria visitar minha mãe na Sibéria, mas já não era a mesma coisa.
Sigo as instruções do GPS atravessando as ruas de Billings até a escola St. Vladmir. E coincidentemente, é a mesma que meu sobrinho Paul estuda. Saio do carro, arrumo a paletó e aciono a trava no carro, dez minutos adiantado. Encontro a coordenação com facilidade, sou encaminhado para a sala da diretora.
Ao entrar, me deparo com uma mulher que devia beirar uns cinquenta anos de idade. Uma típica americana elegante com cabelos grisalhos. E mesmo assim, sua idade não tirou o seu aparente ímpeto de ter tudo sob controle.
-Bom dia senhor Belikov.- ela aperta a minha mão e logo nos sentamos frente a sua mesa. -Fico feliz em recebê-lo.
-Obrigado.- murmuro. E seguimos a entrevista.
-Eu estava olhando o seu currículo e fiquei bastante satisfeita...- ela não consegue terminar sua fala ao ouvir algumas batidas na porta. -Desculpe, mas se me permite...- falou indicando a porta.
-Sem problemas.- respondi taciturno.
-Entre.- ela falou alguns hertz¹ a mais.
Uma morena de estatura média baixa adentrou a porta. Olhei rapidamente a parte superior de seu corpo bem marcada por uma blusa preta, mostrando sua bela cintura e os seios que aparentavam ter uma bela forma. Seu belo rosto mostrando irritação enquanto entrava em uma discursão com Kirova sobre um aluno bêbado. Comecei a me perguntar a frequência que isso acontecia. Quando ouvi que era um aluno do primeiro ano, não consegui me conter - é a serie em que Paul está- e pela primeira vez, ela pareceu me notar. Depois de uma rápida apresentação por Kirova, tão breve quanto entrou, ela saiu dando fim a conversa. Fiquei olhando disfarçadamente para seus glúteos, eu não sabia se aquela saia verde havia me prejudicado ou não- deixando espaço para minha imaginação.
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Físico-química
RomanceA química e a física são ciências complementares. Não existe física sem a matéria. Não existe química sem a reação da matéria. A físico-química mostra essa sincronia como uma única disciplina. Mas e se as comparássemos com pessoas? O que aconteceria...