A química e a física são ciências complementares. Não existe física sem a matéria. Não existe química sem a reação da matéria. A físico-química mostra essa sincronia como uma única disciplina. Mas e se as comparássemos com pessoas? O que aconteceria...
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Algum tempo depois...
Há algumas semanas voltamos das férias de verão. Como ainda está calor coloquei uma saia longa verde que quase arrasta no chão e um colã sem mangas, preto e comportado. Pego minhas chaves e a bolsa. Sigo para a escola pouco antes do meu horário no meu amado Troller. Ao chegar, vou direto a sala dos professores com meu celular tocando Dust In The Wind do Kansas no fone. Entrando na sala dos professores avisto Alberta, cordenadora geral da escola conversando com Sonya Karp, professora de biologia. Elas são muito agradáveis e estão sozinhas. Agradeço mentalmente.
-Bom dia!- as comprimento animada tirando os fones.
-Bom dia Rose!- respondem unissono.
-Vocês sabem me dizer se sabem de algum curso de física avançada?- pergunto casualmente. Eu realmente vou precisar, fui aceita no mestrado e logo as aulas vão começar.
-Não.- responde Alberta depois delas se entreolharem e negarem em uma conversa silenciosa.
-Obrigada.- agradeço já pronta para me afastar.
-Rose.- Alberta me chama.
-Sim?!- me viro para elas.
-Vou perguntar ao novo professor de física se sabe de algo, mas não te garanto muita coisa.- Alberta responde.
-O que houve com o senhor Wright?- pergunto confusa.
-Vai se aposentar.- Karp responde.
-Há...- penso um pouco sobre. -Obrigada.- sorrio e vou para minha sala. Arrumo minha mesa e como está quase na hora da aula começo a escrever o conteúdo no quadro. Os dois primeiros horários foram tranquilos e agora é a entrada do primeiro ano. Na última semana ensinei detalhadamente sobre os modelos atômicos e hoje será subi níveis de energia no átomo. Estou sentada em minha mesa esperando o horário tocar quando sou abordada por um aluno.
-Professora, estava procurando umas questões de química sobre o assunto de hoje e não consegui resolver...- olhei para ele abismada.
-Qual o seu nome mesmo?- pergunto confusa, são tantos nomes que algumas semanas não resolvem facilmente.
-Paul. A senhora poderia me ajudar?- acabo rindo em surpresa por ser chamada assim. Eu não sou velha!
-Eu não sou nenhuma idosa...- tentei soar gentil -Me chame apenas de Rose, tudo bem?- ele anui com a cabeça. -Vamos fazer assim. Esqueça toda a atividade que fez, deixe a mente aberta durante a aula e só então tente fazer as questões. Se não conseguir estarei aqui para ajudar no que precisar. Certo?
-Obrigada... Rose.- ele ficou inseguro em dizer apenas meu nome. É um bom garoto.
Começo a explicar o conteúdo, como fazer e usar o auxílio da tabela periódica para saber quantas camadas de valência possui cada substância, mas meus olhos me direcionavam a um garoto no canto da sala com os colegas. O comportamento fora do comum me fez ficar alerta.
