Carol torceu a boca, tinha se adiantado ao falar com Dom sobre ter quase todo o dinheiro quando achou que ele fazia parte da máfia, agora... Tinha que pelo menos explicar algo.
— Olha aqui bonitão! Não sou eu a metida em merdas, eu só... — Pensou melhor, não tinha porque se preocupar com o que ele achava dela, afinal ele era apenas mais um que a olhava com desprezo por ela ser uma puta, então decidiu mudar o tom e também a história. Soltou um suspiro, cruzou os braços fingindo frustração e começou.
— Ok, estou mentindo, na verdade eu fiz um grande empréstimo quando era ainda adolescente, como é fácil para eles cobrar qualquer dívida não me negaram, contanto que eu aceitasse o alto valor do juro.
Na época eu me sentia a dona do universo, achava que com um rosto bonito e um ar dissimulado eu poderia achar um padrinho. Um amante que me bancaria, acabei vendo depois de um tempo quando o prazo estava chegando ao fim, que não era bem assim.
Por fim eles foram adiando, sempre me dando um prazo maior. No começo como não era tanto eu sempre achava que ia conseguir pagar no fim do novo prazo. Mas então, o agiota fazia as contas, somava os juros, a multa e um monte de coisa e aquilo foi virando uma bola de neve, ou melhor... Uma bola enorme de dívidas.
Até que eles mostraram a crueldade deles, levando algo importante de mim e só irão me devolver quando eu saldar a dívida, digamos que esse é o último prazo, que a paciência do chefe acabou e se eu não pagar dessa vez, o que levaram de mim será destruído.
Carol levantou os ombros e falou um pouco rápido para esconder a emoção. — É isso, satisfeito?
Dominic negou. — Não, se quiser ficar livre por ai terá que me dar mais que isso. Porque estava trabalhando para madame Mary? E... Você usa drogas?
Carol riu com amargura, era sempre essa a visão que todos tinham dela. Uma viciada vendendo o corpo para comprar drogas, quando na verdade era uma mulher desesperada para recuperar a irmã, já que o pai que havia contraído a dívida, perdeu a vida levando sua mãe junto.
A crueldade dos homens tinha sido tamanha, que o chefe da gangue parcelou a dívida em quatro partes. Cada membro da família valeria um quarto, então com um tiro ele matou seu pai e em seguida sua mãe garantindo assim que a metade da dívida já estava paga, a outra metade ele queria em espécie ou então Maira, sua irmã mais nova que era tudo o que lhe restara também perderia a vida e logo depois, ela própria seria o pagamento para o resto.
Carol respirou fundo para conter as lágrimas e falou de maneira petulante.
— Não sou usuária de drogas, estava trabalhando lá para juntar dinheiro para pagar minha dívida, somente isso. Algum problema com prostitutas?
Dominic manteve os olhos penetrantes fixos nos dela e falou baixo ainda mantendo a desconfiança.
— Nenhum problema com o que decidiu fazer com sua vida inútil, porém você não parece uma mulher ignorante, fala bem, pensa rápido, sabe mentir muito bem, creio que se não a tivesse visto naquele bordel eu te daria a profissão de advogada.
Carol apertou os lábios, chateada e surpresa por ele ter acertado de primeira, era exatamente isso. Ela era uma advogada recém-formada, uma das melhores de sua turma, porém sem ter conseguido tempo para pisar uma única vez em um tribunal já que seu pai, um viciado havia destruído seu futuro.
— Se enganou, sou só uma prostituta que já dormiu com muitos advogados, aprendi alguns macetes. Mais alguma coisa?
Carol sentiu receio de ele perguntar sobre ela ser imune aos vampiros, não podia dizer nada sobre isso, não quando escondia um segredo e esse... Se ele descobrisse não a deixaria viva, porque ele saberia que seu sangue era mais precioso que sua vida.
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Irmãos Voloshin
VampireQuando o temido vampiro Dominic aceita participar de uma reunião de clãs em um bordel famoso de New Orleans, ele não tem intenção de representar o seu clã Voloshin. Dorian e Dominic são gêmeos siameses, suas almas são grudadas, mas não por muito tem...