Fênix

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Qual teu fardo de hoje?

Despertei cansada, e agora escrevo algo não poético. Penso em fardos e dados, coisas afins e sem fins. Penso que quase não respiro, quase não enxergo. Penso que quase não sinto.

Queria paz. A meu ver patético e míope, a paz é próxima, porém, não suspiro de forma aliviada — alívio (Ah!) que o diga . . . d e c e p c i o n a n t e — respiro com minha asma controlada e miocárdio em descontrole, respiro como se o oxigênio não fosse suficiente, como se a súplica não fosse apenas descontente... Respiro... Por não haver outra opção.

Talvez entenda do que digo. Embora seja hermética, há sempre compreensão no complicado e conflito no conformado. Para minha surpresa, minha vida segue conforme a banda toca... Porém, danço sapateado num desfile carnavalesco, sigo a dança no meu ritmo calmo e desengonçado, como se valesse mais que toda essa angústia.

E vale.

Vale a lágrima, a lástima, a inócua mente e um olhar dolorido. Vale tudo. Vale a sentença de morte, pois será fênix.

EtceteraOnde histórias criam vida. Descubra agora