Capítulo 6 - Lucas

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Não sei nada dela desde aquela manha. No entanto não sou capaz de deixar de pensar no toque dela, naqueles beijos apaixonantes. O pior é que me sinto assim desde aquele primeiro beijo no bar. Nunca mais fui capaz de estar com alguém porque só pensava que não era ela, os lábios não eram os dela. Apesar de me sentir assim, não estava preparado para a procurar, até á noite da gala. 

Já se passou mais de um mês e não recebi o que fosse da Malia, na altura fui embora e não disse mais nada porque pensei que talvez necessitasse de espaço, uma vez que na primeira vez ela fugiu de mim. Mas agora não entendo porque é que não me diz nada. Ás vezes penso que talvez ela não queira nada comigo, que aquela noite tenha sido apenas sexo para ela. Mas depois lembro-me que na manha seguinte foi mais do que isso para os dois. 

Levanto-me e preparo-me para ir para o hospital. Quando lá chego uma auxiliar vem ter comigo.

-Bom dia Lucas, tens uma paciente á tua espera.

-Tenho? Mas eu só começo ás 10h, a minha primeira paciente é uma criança para tomar uma vacina, duvido que venha para aqui ás 9h da manha.

-Pois, mas garanto-te que a pessoa que está á tua espera não é uma criança.- diz-me soltando uma pequena gargalhada.

Digiro-me á enfermaria á procura da pessoa, quando chego ao meu posto, lá esta ela. Realmente não é uma criança. É uma mulher alta e esbelta com uns compridos cabelos castanhos. Ela vira-se e o meu coração acelera. Abri e fechei os olhos umas 100 vezes, tinha de perceber se o que estava a ver era real.

-És mesmo tu.-digo

-Eu penso que sim.- responde sorrindo

-Malia, o que é que estás aqui a fazer? Eu pensei que agora estivesses com o Mateus. Pelo menos foi o que descobri ontem, que vocês estavam juntos.

-Sim, estava-mos- diz ao aproximar-se de mim- Mas já não estamos.

-A serio?- pergunto, não sei o que fazer, se me afastar ou se me aproximar ainda mais dela- E porque é que acabaram? Deviam fazer um bom casal.

-Porque...-ela hesita em responder- Porque, eu não consigo deixar de pensar numa pessoa que não é ele.

Algo dentro de mim mudou, a esperança de que essa pessoa fosse eu crescia. Até porque se assim fosse, o sentimento era mutuo.

-E pode-se saber que é essa pessoa?

-Não consegues perceber?

Ela aproxima-se e empurra-me contra a parede e beija-me. Sabia que o que estava a fazer era errado, principalmente porque estava no meu local de trabalho, mas era impossível de resistir por isso retribuo o beijo. Os seus lábios sabiam a morango, o que tornava ainda mais difícil de a afastar. Com esforço acabo por conseguir afasta-la. Respiro fundo para recuperar o fôlego.

-Eu não posso aqui.

-Eu entendo, estás a trabalhar. Achas que podemos encontrar-nos mais tarde?

Digo que sim com a cabeça, pego num papel e numa caneta e aponto uma morada. Depois coloco-lhe o papel  no bolso e dou-lhe um beijo na bochecha, já quase, quase a tocar os lábios despedindo-me dela. O bilhete dizia para estar no café que fica no fundo da rua á 18h, quando eu saía. 

O dia foi longo, e quando mais parecia estar-se a aproximar da hora, mais tempo demorava a passar. O entusiasmo tomou conta de mim assim que o ultimo paciente foi embora. Precisamente 18h quando saio do hospital, digiro-me ao carro, e desço a rua, estacionando mesmo em frente ao café. Olho lá para dentro e vejo-a sentada num canto com uma chávena de chá á sua frente. Entro e sento-me ao seu lado. Peço um café, e ficamos os dois a olhar um para o outro.

Era isto que receava, que quando finalmente me encontrasse frente a frente com ela bloqueasse. Respiro fundo, e tenho dizer alguma coisa, mas ela adianta-se.

-Vou direta ao assunto, eu não consigo esquecer a ultima vez que estivemos juntos. Não entendo o que se passa comigo, mas simplesmente não consigo.

Sorrio-lhe.- Então já somos dois...

-Se te sentes assim, porque é que não me procuraste?

-Queres que seja honesto?-ela diz que sim com a cabeça.- Tive medo, Ok? medo que não tivesses sentido o mesmo que eu, que não tivesse passado de uma noite para ti.

Ela agarra a minha mão e sorri.- Foi um medo plausível. Mas só para que conste, não foi só uma noite.- diz tentando fazer com que descontrai-se.

Numa situação normal, ou com outra mulher qualquer, eu estaria aqui super tranquilo, mesmo que estivesse perdidamente apaixonado, com outra pessoa eu nunca perderia a calma. Mas com ela, não sei, todos os nervos do meu corpo reagem de uma forma incompreensível. 

-Eu necessito que entendas que não estou apaixonada por ti ou algo parecido.- diz-me

-Malia, eu não estava á espera disso, aliás eu também não estou apaixonado por ti. Acho que o que nos puxa um para o outro é mesmo o desejo...

-Eu também acho que sim...

Ela chega-se para mim e sussurra-me ao ouvido- Talvez, devesse-mos ir tentar perceber se existe realmente uma atração física!- depois sorri e levanta-se.

Tenho um segundo para perceber se é mesmo isto que eu quero. Logo de seguida levanto-me atrás dela. Levo-a até ao meu carro, pois ela havia ido de táxi ter comigo. Fomos até minha casa que era a que ficava mais perto. Tento manter sempre os olhos nas estrada, porque cada vez que a olhava distraia-me.

Chegamos a minha casa, entramos e quando fecho a porta a Malia, por trás das minhas costas  agarra-me levando as suas mão aos meus abdominais, percorrendo-os com um toque suave. Volto-me para ela, coloco as minhas mão em volta da sua cintura, levando-as ao seu belo rabo e puxo-a para mim, beijando-a intensamente. Suas mãos começam a puxar a minha camisola para cima com intuito de a tirar. Tentava-mos lentamente chegar ao sofá, mas a missão parecia demorada, agarro-lhe então um pouco abaixo das suas nádegas e num impulso faço-a saltar para o meu colo, levando-a até ao quarto.

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