Nunca havia reparado como o nascer do sol pode ser tão bonito. Sento-me á beira da janela, coloco os fones nos ouvidos e simplesmente aprecio a vista. No céu era possível ver uma mistura de cores intensa, começando pelo rosa avermelhado, que dava um ar de paixão, depois era possível observar-se um pouco de azul que tornava o ambiente mais sereno, e por fim aquele amarelo torrado, a mostrar a luz que nos enche o coração. Não haviam nuvens, o que tornava o cenário ainda mais perfeito, como nos filmes. A musica acaba e toco no botão de replay, já era a terceira vez que ouvia a musica "Naked" de James Arthur, deixa-me calma e descansada.
A minha distração é terminada, quando sinto uns braços acariciarem-me os ombros. Depois, um suave beijo no meu pescoço, deixa-me a pele arrepiada. O beijo, começa a descer até ao meu peito que estava semi-nu, devido ao decote da minha muito transparente camisa de dormir. As suas fortes mãos agarram a minha cintura e sinto a sua cabeça pousada no meu ombro.
-Bom dia amor.- sussurra-me ao ouvido. Estas palavras fizeram-me sorrir por dentro.
-Bom dia.- retribuo com um sorriso.
Ele beija-me a bochecha e sai do quarto, em direção á cozinha, decido ficar ali sentada mais uns minutos olhando o céu. A minha noite havia sido muito tranquila, e queria que o dia fosse também, por isso a tentativa de tardar o inicio de uma rotina stressante.
Levanto-me e vou até á cozinha, tinha o pequeno almoço já preparado. Chega á minha beira e diz-me ao ouvido. -Espero que gostes.- depois dá-me um beijo na testa, pega nas suas coisas e vai embora.
O Lucas é tão querido, e tão romântico, mas o pensamento se ontem fiz a escolha correta não me sai da cabeça, sim, ele disse que gostava de mim, mas talvez seja mesmo eu, que não sou capaz de confiar em ninguém. Pego no telemóvel e volto para o cadeirão do meu quarto. Mais uma vez clico no replay, e volto á mesma musica. De certa forma identifico-me com ela, sinto que o Lucas está a dar tudo dele, e eu não sou capaz de admitir que preciso dele na minha vida, mesmo que esteja completamente apaixonada.
Noite passada, quando lhe perguntei, ele não hesitou em dizer que me amava, enquanto que eu fiquei paralisada, quando tive de lhe dizer o que sentia. Sinto que eu vou acabar por estragar tudo, sabotar a minha própria felicidade. O meu medo é que ele não espere até eu me decidir, e que acabe por ir embora.
Duas semanas depois.
O dia hoje foi comprido, estar em casa torna um cenário, que por si já é deprimente ainda pior. Começo a preparar o jantar, tento fazer tudo o mais perfeito possível. A minha esperança é que hoje possa compensar a minha atitude, viste que há duas semanas que tento evitar certos assunto. Preparo uma mesa minimamente romântica, até velas coloco. Por fim vou ao quarto vestir-me. Abro o armário, pego no vestido branco que lá tinha, era curto, o seu decote era um pouco ousado, com um pequeno detalhe em renda. O vestido ajustasse ao corpo realçando algumas curvas. Geralmente não utilizo calçado em casa, mas decidi abrir uma excessão, pego numa sapatos de salto alto também bancos, com uma pequena fita de enfeite. Depois vou á casa de banho, solto o cabelo, este fica com um ondulado quase perfeito, no qual prefiro nem mexer.
Estava tudo pronto, oiço a campainha e digiro-me á porta ajeitando o vestido.
-Tu...- ele fica a olhar para mim de boca aberta, reparo que os seus olhos percorrem um meu corpo de cima a baixo mais do que uma vez.
-É uma surpresa para ti.- sorrio-lhe e agarro a sua mão enquanto o puxo para dentro.
Mando-o sentar enquanto vou buscar a comida. Estava tudo perfeito, o jantar não podia ter corrido melhor. Conversamos, rimos, as nossas mãos tocavam-se muitas vezes. Melhor impossível. Mas tudo que é bom tem um fim não é...
-Eu não quero pressionar-te, não é nada disso.
-Mas é o que parece.
-Eu só preciso que o digas. Sei que sentes o mesmo que eu, não entendo porque é que não és capaz de o admitir. Vá lá, eu já te disse que te amava á muito tempo.
-Não posso, ok? Mas tu próprio disseste que sabes o que sinto. Porque é que tenho de o dizer?
-Simples, para o admitires! Quero que me o digas na cara. Diz-me que me amas, se isso é verdade.
Amo-te, como é que uma palavra tão simples é tão difícil de dizer? Talvez pelo facto de quando se diz em voz alta, passa a ser realidade. Se só for na nossa cabeça, podemos sempre dizer que confundimos sentimentos, mas uma vez que se diz ao mundo, passa a ser verdade, e custa muito mais.
Ele levanta-se, pega no casaco e começa a andar em direção á porta. Levanto-me logo de seguida.
-Queres que o diga?
-Se o sentes, sim.- diz-me voltando-se.- Porque eu não posso esperar até decidires se isto é real para ti, ou se é apenas uma fantasia.- continua, caminhando no meu sentido.
-Desculpa... Eu não consigo... Sei muito bem o que sinto, mas coloca-lo em palavras? Isso torna tudo muito mais sério, oficial? Não sei, mas eu não consigo dizer...
Ele dá mais uns passos, Ficamos a centímetros de distância. Noutra circunstância seria bom, ele iria com toda a certeza beijar-me. Mas agora? Não sei... Olho-o nos olhos, e de seguida para a sua boca. Volto a olhar para seus olhos, consigo perceber que ele também olha os meus lábios. O desejo e a vontade que eu tenho de o beijar, dá para entender que ele também tem. Dou um passo em frente e fecho os olhos. O que quer que seja que acontecesse a seguir era decisão dele. Sem esperar sinto os seus lábios colados aos meus. Respondo ao seu beijo, retribuindo-o.
Ele afasta-se e olha-me nos olhos, depois abraça-me. Não quero que me ele me deixe ir. Em seguida beija-me suavemente a testa e ficamos ali, agarrados um ao outro. Segundando-nos com toda a força possível. Chego a minha cara perto do seu ouvido e sussurro-lhe muito baixinho:
-Eu amo-te.
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Mais Do Que Uma Atração
RomanceMalia acha que pode fugir à atração, mas talvez seja convencida do contrário... Uma pequena história de muito amor e paixão.