Capítulo 3

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Eu não acredito nisto. Não pode ter acontecido. De repente sinto a dor de cabeça, uma dor forte e desestabilizadora. Olho á volta e vejo roupa espalhada pelo chão. O desespero toma conta de mim, e perco a habilidade de me lembrar do que aconteceu. Ele bate á porta e eu digo que pode entrar.

-Estas melhor?- pergunta-me com cara de preocupado

-Não, porque eu não me lembro de nada.

-Relaxa, ok?

-Como é que queres que relaxe? Tás doido? Provavelmente fiz algo de que me vou arrepender e tu ainda me mandas relaxar?

-Em primeiro lugar, sim relaxa. Em segundo, isso doeu, achas que te vais arrepender? Terceiro, trouxe-te chá, assim que tiveres relaxada eu conto-te tudo e de certeza que a memória volta.

-Chá? Isso não dá para a dor de cabeça.- reclamo

-Pois não, mas acalma, e estar calma ajuda a dor.- responde-me com uma voz carinhosa.

Baixo a minha guarda e mando-o sentar á minha beira. Ele nega e diz para irmos para a sala. Levantei-me e vesti uns calções, depois segui-o até á sala, onde ambos nos sentamos no sofá e ai ele começou a contar onde tudo aconteceu.

-Eu fui ter convosco para avisar que me ia embora, lembras-te?- aceno que sim com a cabeça, até ai tudo bem, mas depois de ter saído de lá... - depois, a única coisa que sei foi quando viste ter comigo e me perguntaste se ia embora sem ti.

"Flashback:

A noite estava a ser um máximo, no entanto tenho a noção que neste ,momento já tinha um pouco de álcool no sistema, não que estivesse bêbada, apenas alegre. Quando dou fé, vejo o Lucas a aproximar-se, não parecia muito contente, mas é normal, supostamente vim com ele mas não estivemos nenhum tempo juntos.

-Eu estou a adorar a noite. Está sem duvida a ser uma gala belíssima, mas...

-Mas?- questiona-o Mateus

-Eu tenho de me ausentar. Problemas pessoais. Depois leva-a a casa, uma vez que fui eu que a trouxe.

Dito isto, vira costas e dirige-se á saída. Ao vê-lo a ir embora, senti um aperto, provavelmente era a ultima vez que o ia ver, talvez devesse aproveitar. Afinal de contas, não sou cega, e ele não é de desperdiçar. É alto, esbelto, as camisas que usa são apertadas de forma a se notar os seus muito definidos abdominais, mas sem exagerar, para não falar naqueles olhos que matam qualquer um. Resumindo ele é o verdadeiro significado de um homem lindo. Nisto, algo louco passa-me pela cabeça. Despeço-me do Mateus, utilizando a desculpa, do estar cansada e vou atrás dele.

-Ei, espera um pouco.- ele olha para trás- Ias embora sem mim?

-Pensei que querias ficar com o Mateus. Ou melhor, pensei que me odiavas.- diz, enquanto eu me aproximo

-E odeio, mas esta noite não. - respondo, já quase colada a si. A vontade de beija-lo crescia em mim.

Fim do Flashback"

Já vou na terceira chávena de chã. Ainda sentia o estado de calma longe, apesar de o desespero começar a desvanecer. Olho para o lado e lá esta ele. Algo que neste momento admiro. Nem todos ficavam com um desconhecido num momento de crise como este. Não entendo é o motivo de ele ter ficado. Hesito em perguntar, mas a curiosidade consome-me por dentro.

-Porque?

-Porque o quê?

-Tu sabes, porque é que ficaste? Não eras obrigado, que se esqueceu de tudo fui eu.

Ele para um segundo, talvez estivesse em busca de uma resposta, ou talvez não soubesse como responder. Ele senta-se um pouco mais perto de mim, o se joelho fica a tocar o meu... nesse momento outra memória veio ao de cima.

"Memória:

Já estava-mos no caminho até casa. Estava admirada, com é que numa noite só com bebidas alcoólicas ele não bebeu nem um copo? Chegamos então a minha casa. Ele sai do carro para me ajudar. No momento que me ia a levantar, tropeço no salto e caio por cima dele, que me segura rapidamente com os seus fortes braços.

-Queres que te leve para dentro?- pergunta-me muito gentilmente.

-Isso é só para me levar para a cama?

-Não.-responde num tom irritado- Eu não tenho o hábito de me aproveitar de pessoas bêbadas.

-Pois mas eu não estou bêbada, apenas tropecei no salto. Por isso...

Ele segura-me por um braço e ajuda-me a entrar em casa. Depois entra comigo para ver o meu pé. Pelos vistos ele é enfermeiro. Então digo onde é a cozinha para ele ir buscar gelo, enquanto eu me sento no sofá. Não demorou muito a aparecer á minha beira com o gelo. Senta-se ao meu lado e estica a minha perna para cima da dele onde começa a aplicar o gelo.

-Lado positivo, não está torcido. Lado negativo, é possível que fica a doer durante um bocado.

Eu sorrio e agradeço. É então que ele se levanta para se ir embora. Neste momento senti o mesmo aperto que tinha sento da festa.

-Espera!-digo- Fica... por favor.- peço enquanto mordo o lábio.

-Tens a certeza?- pergunta-me desconfiado

-Tenho- digo a levantar-me.- Não te preocupes, tenho a perfeita noção do que estou a fazer.

-Não posso.- diz-me ele, sei que teve de pensar duas vezes

-Ok então. Posso só pedir um favor?- ele diz que sim com a cabeça- Não me queres ajudar com o vestido?- pergunto com intenção de o provocar

Aproximo-me dele, viro-me de costas e espero que ele me desaperte o fecho, que descia pelas costas atá ao fundo. Sinto as suas mãos fortes a abri-lo, depois, a mão começa a entrar para dentro do vestido. O meu corpo arrepia-se, ele ja me estava a agarrar de uma forma forte e poderosa. Viro-me de repente, a minha boca fica a poucos centímetros da dele. A pulsação aumenta, era agora, a última oportunidade, ou desistia ou avançava de uma vez. É então que leve os meus lábios aos dele, ele puxa-me para si e fica-mos com os nossos corpos completamente colados entre si."

-Deixa ver se entendi, então, eu ontem bati com a cabeça? 

-Sim, a meio da noite enquanto dormias, deste um tombo a baixo da cama. Por isso é que não te estavas a lembrar.

-Então, porque é que não me levaste ao hospital?

-Não foi necessário, eu verifiquei a ferida e não foi nada grave, tratei-a e depois adormeceste de seguida. Eu disse-te para relaxares. Eu nunca me iria aproveitar de alguém que não tivesse no seu estado normal, tal como te disse ontem.

" O clima entre nós estava cada vez mais quente. Á medida que nos beijava-mos eu ia tirando-lhe a camisa. Ele deixa cair a alça do meu vestido e começa a beijar-me o pescoço, enquanto, que com só uma mão pega em mim e me leva até ao quarto. Senta-me em cima da cómoda e acaba de tirar o meu vestido, a mesmo tempo que eu lhe desaperto o sinto. Andamos mais um pouco até ele me deitar na cama enquanto me beijava todo o meu corpo."   

Mais Do Que Uma AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora