Capítulo 2 - Lucas

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Sabe tão bem estar no sofá sem fazer nada, apenas a aproveitar o silêncio de pois de um dia de trabalho. Mas como sempre esse silêncio é sempre facilmente quebrado com o som de uma mensagem.

"mensagem recebida: ei, Lucas. como está? isto é assim, eu tou com um pequeno problema. liga-me assim que poderes.

Mateu"

Problema? Problema foi ele ter me interrompido o silêncio. Pego então no telemovél contra a vontade e coloco a chamar. 

"Chamada:

-Então Mateus? O que é que é assim tão urgente?

-Preciso que leves a Malia Greg á gala.

-Queres o quê? Só podes estar doido. Aquela rapariga só me viu uma vez e já me odeia.

-Tens de o fazer. Eu pedi-lhe para vir comigo, mas como a despediram, eu agora estou a ser obrigado pelo meu patrão a levar a rapariga que a está a substituir.

-Fácil, mandas-lhe mensagem e diz-lhe que lamentas mas ela já não pode ir.

-Não. Eu quero que ela vá. O não poder chegar lá com ela, não quer dizer que não possa estar lá com ela.

-Ou seja, queres que a leve para depois ela ser a tua companhia. Certo?

-Exatamente. Obrigada, depois mando-te a morada dela por mensagem. A gala é aqui a uma hora. Tens de levar um smoking.

Fim de chamada"

Este gajo só pode estar a gozar com a minha cara. Levanto-me e digiro-me ao meu armário. Procuro entre camisas e calças algo que fosse formal. Depois de uma busca quase interminável, (de pelo menos 10min)  encontro um fato decente. A camisa branca e justa ao corpo, era possível determinar as curvas dos meus abdominais. As calças igualmente justas, mas sem exagero são de cor preta, e fazem conjunto com o casaco que me fica no ponto. Começo então uma segunda e interminável busca por sapatos. Acabando por encontra uns de pretos de verniz. Só de olhar para eles era possível ver como iria acabar a noite. Calço-os, depois olho para o relógio, mesmo a tempo. Verifico o telemóvel procurando a morada da Malia.

A distancia de minha casa à dela é de cerca de uns 20min. Pelo caminho, apenas pensava no que iria dizer. Afinal de contas o nosso primeiro encontro não correu lá muito bem. Acho até que ela me culpa pelo seu despedimento.

"Flashback:

 "A cultura de hoje em dia não combina com a de antigamente, mas sabe-se que os homens, tem tendência a preferir comportamento mais primitivos..."

-Desculpa? Por amor de Deus Mateus, não me digas que vais aceitar um artigo destes. Achas que alguém que pensa assim é digna de publicar?

-Menos Lucas, a intenção do artigo é mesmo ser assim, talvez a escritora tem exagerado, mas não significa que não esteja bom.

-Bom? Isto esta terrivel. É um exagero de todo o tamanho.

Enquanto criticava o trabalho de certo individuo completamente desconhecido, aparece junto a nós uma mulher esbelta. Alta, curvada, e com uns olhos avelã que derretem qualquer um. Ao olha-la pensei que talvez esta poderia ter a mesma opinião em relação ao artigo muito pouco profissional. Pego na folha e dou-lhe para a mão, ela pega nela com um sorriso e olha-a.

-Eu não necessito de ler o artigo, pois fui eu que o escrevi. Para além disso, sei que está bem escrito e concebido para um exato propósito. No entanto, sem tem problemas com o artigo, posso sugerir que se dirija ao conselho diretivo. Porque eu garanto que a única forma de eu mudar uma virgula que seja é porque me foi mandado por eles.                

Ela vira costas, enquanto fico de boca aberta. Tenho noção que talvez havia sido demasiado critico. Vejo-a a afastar-se sem olhar para trás. O Mateus aproxima-se de mim e diz-me ao ouvido.

-E acabaste de conhecer a Malia Greg.

Fim do Flashback"

A casa dela é mesmo ao virar da esquina. Começo a respirar fundo. Sinto um batimento forte e o nervosismo começa a tomar conta de mim. Estaciono em frente à porta. Saio do carro e toco à campainha. Pouco depois a porta abre-se e...

-wau!- digo de boca aberta

-O que é es que estas aqui a fazer?

Sinceramente não sei o que pensar. Ao mesmo tempo que estou completamente hipnotizado por ela, não consigo ser indiferente à frieza e desprezo dela. Volto a respirar fundo e com um sorriso digo-lhe. - Vim ser o teu par. O Mateus teve um problema com o chefe e pediu-me para te levar.

-Que tipo de problema? Porque é que não me disse antes?

-Ele pediu-me para depois ser ele a explicar.

Estico-lhe o braço, ela ainda hesita, mas acaba por colocar o seu braço a volta do meu, e diz entre os dentes "espero não me arrepender". Sorrio-lhe e levo-a ate ao meu carro. O caminho até ao baile foi constrangedor, trocava-mos olhares, mas não éramos capazes de trocar uma única palavra. 

Depois de uma longa e estranha viagem de apenas 15min, paro o carro em frente á entrada principal. Saio e entrego as chaves ao rapaz que lá estava, depois digiro-me ao lado dela, abro-lhe a porta e seguro-lhe a mão enquanto ela se levanta. Assim, seguro-lhe o braço e ambos desfila-mos a passadeira vermelha. Sinto a minha pulsação ao rubro, de uma forma que nunca havia sentido antes. A Malia, desde o primeiro dia que a vi, sempre despertou este sentimento em mim, quer naquele dia, como hoje.

-Eu vou cumprimentar o Mateus.- diz-me largando o braço.

Aceno com a cabeça, e observo-a a afastar-se. Ela tem realmente uma beleza célebre, em que qualquer coisa que vista lhe vai assentar nas suas esplêndidas curvas. É então que reparo como ele a agarra na cintura, uma raiva cresce dentro de mim. Não sei porque, mas aquela imagem deixa-me fora de mim.

Já se passaram duas horas, a gala esta a ser uma seca, mas sinto que a Malia esta a divertir-se com o Mateus. Não tenho razões para estar assim, mas não aguento mais. Digiro-me a eles.

-Eu estou a adorar a noite. Está sem duvida a ser uma gala belíssima, mas...

-Mas?- questiona-me Mateus

-Eu tenho de me ausentar. Problemas pessoais.- olho para a Malia, de seguida viro-me novamente para o Mateus- Depois leva-a a casa, uma vez que fui eu que a trouxe.

Despeço-me dos dois e digiro-me á saída, e vou á procura do carro. Sinto a raiva a apoderar-se de mim, não entendo porque é que me está a custar tanto deixa-la ali com ele. Seja como for, é só hoje, nunca mais a terei de ver...

-Ei, espera um pouco.-olho para trás, procurando a voz- Ias embora sem mim?

Mais Do Que Uma AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora