Estou com medo, Johnny.

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Não era a última vez que Taehyung havia abusado sexualmente de (S/N). Ela odiava isso profundamente, mas ainda amava-o. Ela queria que Taehyung parasse com isso, queria que ele não fizesse esta ter ódio por ele, mas queria amá-lo.

Suspirou mais uma vez, ao sentir a ardência no rosto, segurando as mãos de Seo. Olhou-o com os olhos vazios e lágrimas nos olhos. Desta vez, Taehyung acabou batendo no rosto de (S/N). Johnny reprimiu a boca, recuando sua mão com a bolsa de gelo sendo segurada em seus dedos.

— Por que você não termina com ele, hum? Por quê? — Seo perguntou com a voz falha. Johnny sofria mais por ver (S/N) sendo sacaneada do que ela mesma.

— Eu amo ele, odeio apenas os seus atos.

— Você ainda não percebeu, sua burra? — Johnny já estava sem paciência. — Ele está abusando de você! Precisa se separar imediatamente!

— Por que está preocupado comigo?

— Porque eu sou seu amigo? — Johnny retrucou óbvio.

— Por que está dizendo para nos separarmos? Você quer ser meu namorado, agora? — (S/N) juntou as mãos, olhando fixamente para seus dedos pequenos, processando ainda sobre o que estavam falando.

— Me preocupo com você porque sou seu amigo, (S/N). — Pousou sua canhota em seu ombro destro. — Vire-se para mim, deixe eu colocar gelo nesse machucado.

(S/N) não hesitou, virando-se lentamente para o amigo. Levantou a cabeça e deixou que cuidasse do ferimento. Johnny estava concentrado no machucado, enquanto (S/N) parava para perceber os traços do melhor amigo. Como que percebeu que o amigo era bonito apenas agora? Johnny tinha razão, era uma burra.

Fungou, assustando o garoto mais novo. Riu soprado, após perceber a agitação do amigo em relação ao nariz da pequena. Continuaram, sorrindo.

— Johnny..? — Ouviu-o responder com um murmúrio. — Você é bem bonito, como não tem uma pessoa para te amar?

Johnny parou, observando-a com um sorriso leve e fechado.

— Eu tenho, ela apenas ainda não percebeu isso. — (S/N) arqueou as sobrancelhas, processando. Quem era?

Johnny riu, se levantando e indo para trás do balcão. Limpou o sangue da bolsa de gelo e deixou-a ao lado da pia. Voltou para o armário da sala, onde (S/N) ainda tinha visão sobre os ombros largos do mais novo e voltou com uma maleta branca e vermelha. Sentou-se na frente da pequena, novamente e abriu a maleta, pegando os remédios e curativos com cuidado.

— Você gosta de curativos bonitos? — Ele perguntou e ela assentiu, fazendo-o sorrir fechado.

Usou os remédios e abriu a embalagem do curativo, mostrando-o. (S/N) sorriu. Ela pensava que se tornou uma criança outra vez, e como gostou. Deixou o mais novo colocar o curativo perfeitamente e agradeceu, sorrindo mais vezes.

— Irei tomar um banho... — Ele disse arrumando a maleta e deixando ainda sobre o balcão. — Peguei algumas roupas e coisas suas, preciso que fique aqui em casa por algum tempo... Longe do Taehyung. — Explicou claro, arqueando suas sobrancelhas e recebendo uma confirmação alheia.

— Tudo bem, vou ver alguma coisa, para quando voltar, nós vermos. — Ele sorriu, indo até o quarto.

(S/N) se sentou no sofá, ligando a TV e passando por canais aleatórios. Viu que um filme poderia começar em poucos minutos e correu até a cozinha de novo, com intuito de preparar uma pipoca para os dois.

Preparava a manteiga na panela, espalhando o líquido em todo o interior da panela. Ouviu um barulho na sala, olhando para o local com rapidez e atenção. Olhou para cada canto, até achar uma figura alta e de cabeleiras morenas. Arregalou os olhos, sentindo estes encherem de lágrimas, logo após.

— Johnny! — (S/N) gritou, com desespero.

Enquanto (S/N) esperava ansiosa e nervosa pela chegada de Johnny, Taehyung se aproximava em passos largos. (S/N) se comprimia e se afastava de costas. (S/N) sentiu a presença do armário em suas costas cobertas pelo agasalho de Johnny e logo Taehyung já estava próximo ao corpo da pequena, com um semblante ameaçador.

— John... Johnny... — (S/N) chamava baixo, com as cordas vocais fracas.

— Aqui. — Ouviu um barulho de impacto e viu Taehyung enfraquecer suas pernas e cair por cima de si.

(S/N) desviou do corpo de Taehyung, indo apressada para os braços de Johnny. Chorava e soluçava, com medo. A partir de agora, (S/N) sabia que não amava mais Taehyung, mas tinha pavor dele. Se encolheu, confortando seu rosto e corpo nos braços de Johnny.

— Vou ligar para a polícia, ele não vai mais te incomodar. — Johnny disse ríspido e recolhendo seu celular.

(S/N) viu apenas agora, Johnny estava apenas de bermuda. Prendeu a respiração, desviando o olhar com rapidez. Fingiu não ter visto nada e tentou se distrair, queria esquecer e pensar que nada aconteceu, como momentos irrelevantes.

Sentou nas cadeiras do balcão, colocando seus braços em sua frente e deitando sua cabeça neles. Suspirou, acabando por soluçar, atraindo a atenção de Johnny. O mais novo, colocou a canhota no ombro direito da pequena, acariciando e massageando o ombro alheio. (S/N) esticou mais o seu braço, alcançando a mão de Johnny. Entrelaçaram os dedos e ficaram por observar Taehyung, enquanto a polícia de dirigia até a casa do mais novo dali.

[...]

Johnny jogou (S/N) na cama, que minutos atrás esperneava em seus braços porque ainda queria assistir mais um filme. Riu alto, quando a viu se levantar raivosa e acabar caindo.

— Para de rir, palhaço. — (S/N) se levantou desajeitada e com várias mexas em seu rosto.

Johnny se aproximou, ajeitando sua postura e arrumando seu cabelo. (S/N) sorriu, já sentindo as pálpebras pesarem. Johnny era como um pai, sabia muito sobre (S/N), até quando precisava de algo. Johnny a deitou na cama, com delicadeza e pegou as cobertas, cobrindo o corpo exausto desta. Depois de desejar boa noite, tentou se afastar para deixar a pequena dormir tranquilamente, mas sentiu uma pequena mão segurar seu braço com firmeza. Olhou para (S/N), que ainda estava acordada.

— Fique comigo... Estou com medo, Saeng.

Johnny engoliu em seco, do ouvir do que havia sido chamado. Assentiu em uma única vez, deitando-se ao lado da amiga. Esta, se abraçou com o corpo alheio, aprofundando seu rosto no pescoço de Johnny. Johnny sentiu o coração falhar, junto com sua respiração, mas não tardou de corresponder aos carinhos da amiga

E agora? Com o quê mais (S/N) poderia se preocupar com Johnny por perto?

Eu aqui, ele lá. - Johnny Seo.Onde histórias criam vida. Descubra agora