IX

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Angeline

Em um momento estou lavando os pratos na pia e no outro correndo na direção de Helen que havia se levantado e andado até a porta. Não sei o que me passou naquela hora, mas o fato dele estar ali de pé mesmo machucado me encheu de medo e pânico. Eu temia que ele caísse, pois sabia que se acontecesse eu não seria capaz de leva-lo de regresso a cama.

Ele riu pacificamente de meu semblante aterrorizado, e voltou a andar, agora com minha ajuda, e se sentando de volta no sofá.

-Pegue, por favor, no quarto a direita uma tela e os estojo que estão lá.

-Mas...

-Só faça o que estou pedindo, sim?...

-Se é o que você quer...

Ao colocar a mão na maçaneta temi um pouco por sua reação, mas ao vê-lo impaciente, abri-a rapidamente, minha surpresa foi estratosférica ao ver o que havia ali dentro, mas entrei apenas admirando a beleza que ele havia transmitido em alguns dos quadros que estavam ali dentro.

O quartinho era entupido até o teto de pinturas do Helen, cheia de paisagens, pessoas, proxys, céus coloridos e escuros, e ali bem ao canto da sala próximo as telas limpas, quadros de retratos meus. Ele realmente gosta de você, huh? Ao ver aquilo, cada quadro pintado com maestria e visível carinho, meus olhos se encheram de lagrimas quentes que ferviam meus glóbulos oculares, A quanto tempo alguém não se importava comigo? O peso que eu sentia por estar ali sumiu, agora sabendo que alguém, pelo menos alguém, sentiria minha falta se eu morresse.

Me apressei em pegar a tela e levei até ele, mesmo que devagar por ela ser tão grande a ponto de tampar minha visão, coloquei-a no sofá e busquei os materiais que ele me pediu me sentei ao seu lado para recuperar o folego, já que fiz tudo quase que correndo para pegar tudo e poder assisti-lo desenhar com um amor genuíno ao que faz.

Passaram-se alguns minutos e ela havia feito o esboço e começado a escurecer os traços, quando me levantei e fui até a cozinha pegar um pano novo para ele como ele havia acabado de pedir, quando peguei o pequeno pedaço de pano o observei ali parada na cozinha, vendo-o pintar daquele jeito tão concentrado que ele sempre tem quando desenha, me surpreendi ao ver seu semblante concentrado por um leve sorriso de canto de boca, ao vê-lo assim não consegui conter-me e sorri de canto a canto, tê-lo por perto fazia eu me esquecer de tudo.

Entreguei o pequeno pano a ele que rapidamente o usou para secar um pincel 4 e voltar a mergulha-lo na rasa tinta, rosa, que estava em sua palheta.

Ele passou horas naquilo e eu apenas observei uma parte, já que eu ainda tinha coisa a fazer, mas quando eu voltei tive uma surpresa.

Ele havia feito mais um retrato meu, mas agora era algo criado por ele nada que já viu, pois nunca fui bela assim.

   Ele me fez tão bela, que por um momento me senti como as modelos de revistas, mas sabia que isso era apenas em seus olhos, não havia muito daquela beleza em mim

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Ele me fez tão bela, que por um momento me senti como as modelos de revistas, mas sabia que isso era apenas em seus olhos, não havia muito daquela beleza em mim. Meus cabelos são marrons claros meio mortos e minha pele branca e fria como a de um morto, ou era, já que desde que vim para cá minha temperatura corporal veio aumentando até ficar na mesma das pessoas comuns. Mesmo que você saiba que não é como elas.

Helen

Terminei a pintura, depois de algumas horas, olhei Angeline, que por sua vez observava-a com incredulidade, como se não acreditasse que era realmente ela.

-Acho que ultimamente só tenho você na cabeça.- Ao perceber o que havia dito levantei minha cabeça rápido para encara-la, e o quão grande foi minha surpresa ao vê-la virar o rosto completamente corada.

Ao presenciar seu constrangimento segurei seu braço de leve e a puxei derrubando-a ao meu lado no sofá, assim a abraçando sem me importar muito com o quão quente estava seu rosto completamente vermelho.

Sem esperar mais nada a puxei de encontro ao meu corpo e a beijei.

Angeline

Ele me puxa contra si selando nossos lábios em um beijo febril, que abriu espaço a um beijo quente, sentia sua lingua roçar a minha e procurar espaço em minha boca.

Um Romance IncomumOnde histórias criam vida. Descubra agora