Capítulo 3 - Os bailes da noiva real

93 10 0
                                    

   

     — O filho deles sumiu na floresta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

     — O filho deles sumiu na floresta.

     — O filho do padeiro? Jack?

     — Eles não mandaram o garoto sozinho, mandaram?

     — Não, a mocinha Greta estava com ele. Ela voltou, mas deve estar com alguma febre, porque chegou contando histórias completamente loucas.

     Cinderela estava na beirada da aglomeração diante da lojinha onde um homem cansado e de olhos vermelhos tinha acabado de vender a ela um pãozinho. Ela tinha se perguntado por que ele não piscara nem sorrira para ela como sempre, mas achou que era pelo frio terrível que entrava cada vez que um freguês novo abria a porta e também porque ela não estava com o melhor dos humores, e talvez desse para perceber. Então ela soube, e o vento
congelante não tinha nada a ver com o frio que sentiu no estômago. Jack era um bom garoto. Tinha o temperamento animado e simpático do pai e era muito trabalhador. Não podia ter acontecido nada de mal a Jack, será? Claro que não.
     Ela ouviu o burburinho baixo de vozes ao seu redor.

     — O que quer dizer com “histórias loucas”?

     — Bem... — a mulher velha se debruçou para a frente, e suas amigas fizeram o mesmo.

     Parada logo atrás delas, Cinderela sabia que o tema da conversa era obviamente o pobre do homem arrasado de tristeza do outro lado da janela. Mesmo assim ela também se aproximou mais um pouquinho para ouvi-las.

     — Um absurdo! Claro que ela simplesmente não aguentou ver o que quer que tenha realmente acontecido, mas disse que estavam na trilha normal, como mandaram que fizessem e como sempre faziam, mas que de algum modo a floresta tinha se movido, a trilha havia mudado, e então, antes que ela percebesse, eles estavam perdidos no meio de árvores
densas e frondosas. Caminharam durante a noite toda sem saber para onde iam...

     — Isso não faz sentido! — interrompeu uma mulher magra e com nariz adunco. — Ela estava de volta em poucas horas, foi isso o que minha Jeannie me contou, e ela mora perto da família de Greta.

     — Como disse, ela deve estar com uma febre ou alguma coisa assim. Essa é a história que ela contou, e vocês querem ouvir, certo?

     — Bem, queremos...

     — Então fiquem quietas e escutem. — A narradora ajustou o xale em torno do pescoço e deu uma fungada antes de continuar. — Então, eles caminharam a noite toda e aí encontraram essa clareira. Bem no meio dela tinha uma casa. Greta disse que era feita de bolos e doces.

     Isso provocou algumas interjeições de desdém e descrença, mas qualquer ideia de riso morreu com as palavras seguintes.

     — Tinha uma velha lá. Ela convidou os dois para entrar. Greta disse não, mas Jack entrou. Como ele não saiu, Greta foi até os fundos da casa para ver se encontrava uma janela com as cortinas abertas por onde pudesse ver lá dentro.

FEITIÇO - Toda beleza é magia | Saga Encantadas - Livro 2 | Sarah Pinborough |Onde histórias criam vida. Descubra agora