"O beijo do amor verdadeiro...”
Quando o som dos cascos desapareceu, a rainha subiu na carroça e olhou fixamente para a garota em silêncio por trás do vidro.— Eu só preciso saber — murmurou ela antes de abrir com cuidado a tampa de vidro.
A floresta estava assustadoramente imóvel e silenciosa em torno delas, como se até os lobos de inverno estivessem prendendo a respiração.
Seu coração se acelerou quando se debruçou sobre a borda de vidro fino e encostou os lábios nos de Branca de Neve. Eles não eram quentes nem macios, e Lilith achou que seu coração podia parar naquele instante de ternura. Ela pensou no armarinho onde seu próprio rosto a encararia de volta do espelho encantado. Pensou nas palavras que ele costumava dizer,
atormentando-a com a honestidade de suas verdades mais essenciais, aquelas que ela lutou tanto tempo para negar. Ela as combatera por tanto tempo que confundira amor com ódio.
“Branca de Neve, a mais bela em todas as terras.”
E era mesmo. Linda, boa e desejável.
A garota na caixa engasgou. A vida voltava a fluir para seus olhos violeta, e o sol atravessou as nuvens criando um arco-íris acima delas. A rainha se agachou enquanto a garota lentamente se sentou e tentava entender onde estava.— Eu sinto tanto — disse Lilith por fim. Não eram as palavras adequadas, mas o que mais ela podia dizer? Seu coração batia depressa. Ela tivera sua resposta, que devia ter percebido muito tempo antes.
— Achei que você me odiasse — disse Branca de Neve. — E eu sempre só quis que você me amasse.
Elas ficaram olhando uma para a outra por um bom tempo, e então Branca de Neve estendeu os braços, puxou a rainha para perto dela e a beijou de novo.
Quando, finalmente, se separaram para recuperar o fôlego, elas se sentaram e sorriram, e Lilith pensou na sabedoria das maldições de sua bisavó. O amor verdadeiro era a única magia verdadeira. O caçador conquistara sua felicidade. Assim como ela esperava que tivessem
conseguido a delas.— Vamos para casa — disse ela, levando Branca de Neve pela mão e a ajudando a descer da carroça dos anões.
Aquela beleza de cabelos negros parou e sorriu.
— Você está usando botas de montaria? — Ela abraçou a mulher pela cintura e elas eram uma visão de luz e trevas e inverno derretido ao seu redor.
— Como você me acordou? — disse ela.
— O beijo do verdadeiro amor — respondeu a rainha, e as duas belas mulheres sorriram uma para a outra. — Devíamos ir para casa. Vamos pegar minha bisavó no caminho. Acho
que ela tem causado alguns problemas. Ela pode passar uns tempos sem crianças.— Crianças? — perguntou Branca de Neve.
— Ah, você vai entender quando vir a casa dela — disse a rainha. — Mas provavelmente devo me desculpar antecipadamente por ela.
— Tenho certeza de que vou adorá-la.
E elas se beijaram novamente.
FIM
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FEITIÇO - Toda beleza é magia | Saga Encantadas - Livro 2 | Sarah Pinborough |
Historia CortaCuidado com o que você deseja! Para fãs de Once Upon a Time e Grimm, a série Encantadas prova que contos de fadas são para adultos! Você se lembra da história da Cinderela, com sua linda fada madrinha, suas irmãs feias e um príncipe encantado? Então...