Capítulo 11 - Eu posso cuidar de mim mesma...

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     No fim da tarde, Cinderela tinha acabado de refazer os passos da noite anterior deixando pequenas marcas nas paredes com um pedaço de giz a intervalos regulares, para garantir que mais tarde não entrasse no corredor errado, quando esbarrou co...

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     No fim da tarde, Cinderela tinha acabado de refazer os passos da noite anterior deixando pequenas marcas nas paredes com um pedaço de giz a intervalos regulares, para garantir que mais tarde não entrasse no corredor errado, quando esbarrou com Rose no corredor ao pé da escada.

     — Procurei você em toda parte — disse Rose, de cara fechada. — Você não almoçou com papai e mamãe. Eles estão preocupados com você. — A bengala de madeira que ela estava usando tinha sido substituída por uma mais fina de prata, mas ela mal se apoiava nela.

     O rei tinha chamado os melhores sapateiros do reino que se esmeraram e trabalharam muito para lhe fazer sapatos lindos e que a ajudassem a se equilibrar. Isso não fazia com que Cinderela deixasse de se sentir culpada sempre que a via. Se ela não fosse tão egoísta e estúpida, talvez fosse Rose quem estivesse se preparando para um casamento real, sua família estaria financeiramente segura, e ela seria livre.

     — Sinto muito — disse ela, tentando não chamar a atenção de Rose para a escada. — Esqueci. Como eles estão?

     — Estão bem. Surpreendentemente bem. Acho que o que aconteceu com meu pé... fez mamãe cair um pouco mais na real. — Ela sorriu — Não me entenda mal. Ela está feliz por ter voltado à corte, mas acho que está mais animada com o fato de papai estar reabrindo o jornal.

     Cinderela deu um sorriso distraído, mas sua mente já estava correndo na frente. A que horas o caçador voltaria? Será que traria o sapatinho? Cada vez mais, porém, seus pensamentos se enchiam de vontade de saber o que o príncipe escondia por trás daquela porta trancada.

     — Oh — disse ela, com a voz baixando para um sussurro. — Acho que Buttons está em segurança. Ele está na floresta.

     — Como você sabe? — Os olhos de Rose se arregalaram. — Tem certeza?

     — Tenho, meu amigo me contou. — E que amigo, pensou Cinderela. Ela ainda morria de vergonha quando se lembrava do que fizera tão abertamente na frente dele. Só podia
esperar que aquele ratinho não tivesse uma visão muito boa. Ela estava de saída, pois sabia que, quaisquer que fossem os segredos em que estivesse envolvida, ainda tinha um professor à sua espera na sala de música determinado a extrair uma melodia delicada de seus dedos, o que estava se revelando um enorme desafio. Depois disso, haveria aula de declamação de poesia. As duas coisas, ela descobriu, a faziam chorar de tédio. Ser uma mulher da nobreza não era exatamente a vida de amor e risos com a qual ela tinha fantasiado.

     — Cinderela — chamou Rose às suas costas, e ela parou e se virou.

     — O que foi?

     — O que está acontecendo? Sei que esse planejamento todo do casamento deve ser uma loucura para você, mas o que você está me escondendo? — Rose estava com uma das mãos no quadril do vestido púrpura. — Fui ao seu quarto atrás de você e vi sangue no tapete. E você mexeu na minha caixa de primeiros socorros.

FEITIÇO - Toda beleza é magia | Saga Encantadas - Livro 2 | Sarah Pinborough |Onde histórias criam vida. Descubra agora