CAPÍTULO 6

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O figurão estava possesso. Parecia que Feargus Dundee introduziria o cano do revólver na boca de um dos seus capangas, mas depois acalmou-se e foi se sentar.

Acendeu um charuto e ficou baforando, enquanto olhava os homens presentes na sala.

— Muito bem, vamos tratar desses problemas todos um por vez. Acho que tenho que tomar a frente de tudo, senão nada acontece. Vocês são uns inúteis mesmo. O que vem a ser essa reunião do Conselho da cidade?

— Ninguém sabe de nada, chefe...

— Ninguém sabe do que se trata?

Todos ficaram calados.

— Bem, na certa estão tramando algum novo plano contra mim. Querem me prejudicar. Querem prejudicar meus negócios, esses bastardos. Mas estive pensando. Quem nomeou esse xerife? Alguém aqui participou de uma eleição?

Os homens se entreolharam, surpresos.

— Isso é muito irregular, então — falou ele.

— Como assim, chefe? — quis saber um dos homens, logo acompanhado de todos os outros.

— Qualquer imbecil sabe que é preciso uma eleição para a se ter um novo xerife.

— E o que pretende fazer, xerife?

— Vou protestar e exigir uma eleição.

— Sim, e mande chamar Murdock. Ele será nosso candidato.

— Mesmo assim, acho que não teremos chance, chefe. Esse xerife já conseguiu se impor...

— Eu sei o que fazer, não se preocupe. Quanto a esse xerife, precisamos descobrir seu ponto fraco. Ele deve ter um. O que me intriga é que eu acho que conheço esse sujeito. Avise os rapazes para ficarem de olhos e ouvidos abertos. Se virem ou ouvirem alguma coisa interessante sobre esse xerife, avisem-me.

— Certo, chefe. Falando nisso, eu o vi saindo da casa da Eliza hoje.

— Eliza? Verdade?

— Sim. Primeiro ele atira no garoto, depois vai fazer uma visita para ele. Estranho, não?

— Sim... E isso me faz lembrar que preciso também fazer uma visita. Quero que faça o seguinte, enquanto isso...

Assim que terminou de dar suas ordens ao capanga, Feargus se dirigiu para a casa de Eliza, visitar Bill.

— Olá, rapaz! Como está? Parece que teve azar desta vez.

— Sim, ele nos pegou a todos de surpresa. Eu sinto muito pelos rapazes que morreram...

— Eu é que tenho que me desculpar, Wyatt. Não devia ter mandado um bando de incompetentes protegê-lo.

— Aquele xerife veio aqui me visitar. Eu estava dormindo. Falou com minha mãe. Deve tê-la aborrecido muito, porque ela chorou...

— Não sabe sobre o que falaram?

— Não, não sei. Como eu disse, estava dormindo quando ele veio aqui. Só que minha mãe parecia já conhecê-lo. Tive esta impressão...

— Isso é muito interessante, Wyatt, mas não se preocupe com nada. Trate apenas de ficar bom logo.

— Dentro de alguns dias já estarei em pé novamente.

— Ótimo! Quando ficar bom, quero que vá ao rancho e escolha um bom cavalo. Acabei de receber uma partida de cavalos do México. Há alguns potros muito bons entre eles.

A LEI DO GATILHOOnde histórias criam vida. Descubra agora