Todos os olhares acompanhavam a aproximação da diligência, quando ela dobrava a Colina Bootrock e vinha, levantando poeira. Naqueles momentos, a calma da pacata cidadezinha era quebrada, pois a chegada da diligência podia significar a esperança de chegada de alguma novidade.
Normalmente trazia a mala do correio, passageiros ou transportava, em segredo, dinheiro para o banco local. Como das outras vezes, as pessoas saíram às janelas e portas, observado a chegada do veículo.
Quando a nuvem de poeira se dissipou, o Xerife Coomb se aproximou da diligência, que cruzara a rua e parara diante do escritório da Companhia Wells Fargo.
— Tudo bem na viagem, Pike? — indagou ao cocheiro que prendia a trava do freio.
Pike cuspiu um resto de fumo de mascar sobre a poeira da rua, antes de responder com sua voz pastosa e enrolada, com um forte sotaque sulista.
— Tudo bem, xerife. Apenas coiotes e abutres durante toda a viagem.
O xerife apoiou-se à porta do escritório, na sombra.
— Passageiros? — indagou.
— Só dois.
— Gente honesta ou jogadores?
— Veja por si mesmo.
Em resposta, dois homens desciam do veículo naquele momento. Um deles, todo encasacado, abanava-se numa nuvem de poeira.
O outro, vestindo paletó, mas sem muita ostentação, mas com roupas caras e sem armas, olhava ao redor, como se procurasse por alguma coisa.
Ao ver o homem com a estrela, aproximou-se e conferiu para ver com quem falava.
— É o xerife daqui? — quis saber.
Coomb apontou para a estrela.
— Sim, sou o Xerife Coomb. O que posso fazer para ajudá-lo, cavalheiro?
— Eu sou Burt Franklin e este é meu amigo, Donald Foubert — respondeu o outro, com ar de quem tinha algo interessante a tratar. — Temos algo que gostaríamos de conversar, mas apreciaríamos se fosse num local mais reservado...
— Talvez seja melhor irmos até o meu escritório então — propôs o homem da lei.
Um grupo de curiosos já começava a se formar ao redor dos forasteiros.
Caminharam pela rua principal de Green Valley, até a cadeia. O xerife entrou, atirou seu chapéu no cabide e foi se sentar atrás de sua escrivaninha.
Apontou duas cadeiras aos recém-chegados, que trataram de se sentar.
— E então, o que desejam?
— Procuramos um homem...
— Quem é ele?
— Conhece este aqui, xerife? — indagou Franklin, retirando um cartaz do bolso de seu colete de couro.
O xerife apanhou-o e examinou-o, com visível desagrado. Era um cartaz de procura-se, oferecendo uma recompensa pela cabeça de um homem chamado James John.
O xerife conhecia James John. Havia chegado à cidade umas duas semanas atrás. Pelo que sabia, James vinha trabalhando como xerife de cidades com problemas.
Havia limpado algumas delas com sucesso. Após devolver a lei e a ordem a elas, seus serviços eram dispensados. Para um homem como ele, que tinha somente as armas como referência, era difícil se manter por muito tempo num lugar só.
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A LEI DO GATILHO
AcciónJames John olhou de soslaio para o jogador à esquerda, no momento em que este distribuía as cartas. Pôde perceber claramente quando ele retirou cartas de baixo para passar ao outro jogador a sua frente. Examinou o ambiente. Jogava contra outros três...