CAPÍTULO 2

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 Acordou algum tempo depois, atordoado ainda. O xerife o olhava com reprovação. O médico acabara de lhe extrair a bala e feito um curativo no local.

— Vai ter que usar uma tipóia e manter esse braço imobilizado por algum tempo. Felizmente a bala não pegou nenhum osso, músculo ou nervo, mas é bom não fazer esforço com ele — recomendou o doutor.

— Tentarei, doutor — falou ele, sentando-se no catre da cela.

— Não tente apenas. Faça o que eu lhe disse — frisou.

— Que diabos aconteceu, afinal? — indagou James, olhando para o xerife, enquanto passava a mão na cabeça e percebia ali um galo enorme.

— Eu bati em sua cabeça com a coronha do meu Colt — informou o xerife.

— Por quê fez isso?

— Para acalmá-lo.

— Eu estava ferido, não podia fazer nada...

— Eu não sabia disso. De qualquer modo, funcionou como uma anestesia, enquanto o médico escavava seu ombro.

— Vai me dizer que ainda terei que agradecê-lo pela pancada...

— Esqueça... Agora prepare-se, você tem visitas.

— Visitas? Eu? Quem? — surpreendeu-se o pistoleiro.

— Dois senhores querem vê-lo. Vou chamá-los.

O xerife acompanhou o médico até o escritório, de onde retornou em seguida com os dois recém-chegados à cidade.

— Esses dois? — surpreendeu-se James.

— Sim, estão ansiosos para falar com você...

— E quem disse que quero falar com eles? — protestou.

— Não pretendemos forçá-lo a nada, James — disse Foubert. — Na realidade, temos uma proposta para você.

— Sim, uma proposta muito interessante — acrescentou Franklin.

— Não temos nada a conversar — respondeu James, deitando-se sobre a cama. — Quem são vocês?

A cabeça doía, o ombro doía e a presença daqueles dois significava encrenca.

— Somos de Goldrock e temos algo muito vantajoso para você, James — insistiu Foubert.

— A última coisa vantajosa que vocês me deram naquela cidade um julgamento rápido e a sentença de enforcamento. Se eu não fosse esperto e tivesse conseguido fugir, teria dançado a última melodia na ponta da corda...

— Aquilo tudo já passou. Você não gostaria de voltar a Goldrock e dar a volta por cima?

— Como assim? Querem que eu volte para ser enforcado numa corda de seda ou algo assim? Não, obrigado! Não voltarei para lá para ser morto.

— Não estamos pedindo que volte para ser enforcado.

— Para que, então?

— Para ser nosso xerife?

James olhou-os surpreso e depois explodiu numa gargalhada.

— Eu? Xerife de Goldrock? Que coisa mais absurda, senhores. Tem certeza que não tomaram muito sol na viagem e estão confundindo as coisas?

— Falamos sério — emendou Foubert. — Descobriram ouro em Goldrock, finalmente. Sabia disso já?

— Ouro! — exclamou James, com os olhos brilhando de cobiça e surpresa.

A LEI DO GATILHOOnde histórias criam vida. Descubra agora