Acordou algum tempo depois, atordoado ainda. O xerife o olhava com reprovação. O médico acabara de lhe extrair a bala e feito um curativo no local.
— Vai ter que usar uma tipóia e manter esse braço imobilizado por algum tempo. Felizmente a bala não pegou nenhum osso, músculo ou nervo, mas é bom não fazer esforço com ele — recomendou o doutor.
— Tentarei, doutor — falou ele, sentando-se no catre da cela.
— Não tente apenas. Faça o que eu lhe disse — frisou.
— Que diabos aconteceu, afinal? — indagou James, olhando para o xerife, enquanto passava a mão na cabeça e percebia ali um galo enorme.
— Eu bati em sua cabeça com a coronha do meu Colt — informou o xerife.
— Por quê fez isso?
— Para acalmá-lo.
— Eu estava ferido, não podia fazer nada...
— Eu não sabia disso. De qualquer modo, funcionou como uma anestesia, enquanto o médico escavava seu ombro.
— Vai me dizer que ainda terei que agradecê-lo pela pancada...
— Esqueça... Agora prepare-se, você tem visitas.
— Visitas? Eu? Quem? — surpreendeu-se o pistoleiro.
— Dois senhores querem vê-lo. Vou chamá-los.
O xerife acompanhou o médico até o escritório, de onde retornou em seguida com os dois recém-chegados à cidade.
— Esses dois? — surpreendeu-se James.
— Sim, estão ansiosos para falar com você...
— E quem disse que quero falar com eles? — protestou.
— Não pretendemos forçá-lo a nada, James — disse Foubert. — Na realidade, temos uma proposta para você.
— Sim, uma proposta muito interessante — acrescentou Franklin.
— Não temos nada a conversar — respondeu James, deitando-se sobre a cama. — Quem são vocês?
A cabeça doía, o ombro doía e a presença daqueles dois significava encrenca.
— Somos de Goldrock e temos algo muito vantajoso para você, James — insistiu Foubert.
— A última coisa vantajosa que vocês me deram naquela cidade um julgamento rápido e a sentença de enforcamento. Se eu não fosse esperto e tivesse conseguido fugir, teria dançado a última melodia na ponta da corda...
— Aquilo tudo já passou. Você não gostaria de voltar a Goldrock e dar a volta por cima?
— Como assim? Querem que eu volte para ser enforcado numa corda de seda ou algo assim? Não, obrigado! Não voltarei para lá para ser morto.
— Não estamos pedindo que volte para ser enforcado.
— Para que, então?
— Para ser nosso xerife?
James olhou-os surpreso e depois explodiu numa gargalhada.
— Eu? Xerife de Goldrock? Que coisa mais absurda, senhores. Tem certeza que não tomaram muito sol na viagem e estão confundindo as coisas?
— Falamos sério — emendou Foubert. — Descobriram ouro em Goldrock, finalmente. Sabia disso já?
— Ouro! — exclamou James, com os olhos brilhando de cobiça e surpresa.
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A LEI DO GATILHO
AksiyonJames John olhou de soslaio para o jogador à esquerda, no momento em que este distribuía as cartas. Pôde perceber claramente quando ele retirou cartas de baixo para passar ao outro jogador a sua frente. Examinou o ambiente. Jogava contra outros três...