Caminhei pelo quarto, segurando o celular. Eu sabia o que queria
fazer e sabia também que poderia ser uma grande idiotice. Enfiei a mão no fundo do bolso, encolhi os ombros e respirei fundo, enchendo meus pulmões de ar para tomar um golpe de coragem.
Eu me sentia tão fraco ou era ela a culpada por me fazer parecer
menor?
Encostei-me à parede, junto à janela do quarto e vi a chuva
torrencial que caia. Abri o celular, olhei a tela iluminada,
Pensei, olhando para a água batendo contra a janela. Decidi:
_Alô, Cait?
_Oi, fala...
"Oi, fala?" _ Repeti, mentalmente, tendo agora certeza que eu
estava bancando o papel de chato e bobo.
_Sam?
_Oi. É que... eu só queria saber se você chegou bem. Está chovendo
muito.
_Ah! _ Cait riu surpresa, coroando minha suspeita de que, sim, eu
estava sendo infantil. Era lógico que ela iria se virar bem sozinha, sem mim, era uma mulher muito decidida.
_ Na verdade, eu ainda não cheguei em casa...
_Hum, claro. _ cocei a testa com o polegar e sentei na cama. _ Você
ainda está no trabalho.
_Estou. _ ela respondeu, entendendo minha observação como pergunta.
_Na verdade, estou no meio da rua, ilhada. O túnel engarrafado, o trânsito não anda. Está tudo alagado. Não vou conseguir
chegar em casa hoje.
_Eu posso te buscar.
_Não precisa, querido. _ ela riu um riso cansado.
_Mas eu posso fazer isso.
_Vir aqui me buscar? _ não deu crédito.
_É.
_Nessa chuva? Você não está entendendo, está caindo o mundo
aqui. Os carros não andam, eu chegaria a pé mais rápido em casa.
_Você sabe andar de moto?
_Precisa saber?
_Não. _ ri. _ Onde você está exatamente?
Anotei mentalmente a localização e dei um pulo da cama.
Abri o guarda-roupa e tirei minha jaqueta de couro preta. Parei na
frente do espelho e enfiei os braços. Fiz um impulso com os ombros para frente e ela encaixou perfeitamente no meu corpo. Fechei os botões no pulso.
Peguei também um casaco no guarda-roupa, Cait ia precisar.
Procurei minha mochila vermelha e enfiei o casaco dentro para não molhar.
_Aonde vai? _ ouvi a voz de Stella, sentada na sala, escrevendo no Ipad e falando ao telefone. Ela afastou o aparelho do ouvido.
_ Ainda temos que tratar sobre...
_Já passou do seu horário. Quando eu voltar, queria que não
estivesse aqui, por favor._ olhei para o relógio e fiz um sinal de até logo com o dedo indicador e o médio unidos na testa. Stella esperou que eu dissesse mais alguma coisa, pois não estava entendendo nada.
_Sam! _ ela levantou-se, mas não pode ir mais à frente, pois estavam a chamando do outro lado da linha.
Eu sorri-lhe e abri a porta da varanda. Desci os três degraus aos pulinhos e caminhei pela área coberta da garagem. Parei diante da minhamoto.
_Vou te levar para passear, minha garota! _ falei para meu
brinquedinho preferido.
Subi na moto, coloquei as luvas pretas e coloquei o capacete.
O segurança abriu o portão para mim e eu fiz um sinal positivo com a mão.
O caminho foi feito sob muita chuva, entrecortando os labirintos do engarrafamento, mas eu estava feliz, ao passo que as pessoas pareciam irritadas. Era uma sensação de liberdade não ser "ninguém" em meio a confusão.
Não podia correr mais que aquilo na pista molhada, mas só em
sentir o vento frio e o meu corpo cortando o ar já valia a aventura. sentir a liberdade almejada
no vento contra o peito, enquanto o coração no compasso acelerado, noesmo ritmo do motor.
Parei sob uma marquise e puxei meu celular do bolso. Tirei o
capacete e redisquei o número dela.
_Demorei muito? _ perguntei.
_Já?
_Eu pensei que tinha chegado a pé em casa. _ olhei para frente e a
vi caminhando na minha direção com o cabelo molhado, abraçada a sua bolsa.Ela sorriu de lado, tentando não demonstrar que estava feliz pelo
pequeno salvamento. Guardou o celular e parou na minha frente.
_Sam! Sam! _ uma garota gritou de algum lugar.
_Você quer mesmo sair daqui? Então, sobe logo.
Cait abraçou-me e eu pisquei para a garota que havia me
reconhecido. Coloquei o capacete e dei partida. Mais à frente, parei
novamente.
_Que foi? _ Ela perguntou.
_Trouxe uma coisa para você. _ descemos e eu abri a mochila. _ Não deu tempo de te dar antes, porque senão ia começar aquela coisa de sempre... _ ofereci-lhe o casaco. _ Veste.
_Eu não estou acreditando nisso... - ela riu.
_Isso o quê?- subi na moto de novo.
_Nada... _ pôs a mão no meu ombro e sentou atrás de mim. _Para onde vamos?
_Você prefere ir para casa a pé ou para a minha? _ perguntei,
virando minha cabeça para trás.
_Acho que quem está no comando agora é você.
Eu sorri, olhei para frente e acelerei.
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Love Headlines -
FanfictionCait é jornalista e cobre a vida das celebridades. Seu lema é correr atrás dos fatos, por isso, não desperdiça a chance de entrevistar o famoso ator Sam Heughan quando o encontra em uma lanchonete na beira da estrada. Para não espanta-lo, Cait decid...