Abri os olhos. Estava melhor. O cheiro de éter forte e o ar
condicionado gelado me causavam um ligeiro incômodo. Naquele ambiente pouco familiar me senti na condição de doente.
Olhei para o soro preso na minha mão e mal podia mover meu
braço. Todo o meu corpo doía, como se tivesse sido atropelada e meus ossos triturados.
Vi Sam entrar pela porta e se aproximar. Ficou em pé ao meu lado.
Senti o cheiro do seu perfume e o calor do seu corpo próximo ao meu.
_Melhor agora? _ perguntou.
_Melhor? _ sorri. _ Deixa eu ver... perdi o emprego, estou sentindo
meu corpo todo dolorido e... estou com você.
_Eu posso ir embora. _ afastou-se um passo atrás.
_Não. _ pedi. _ Karol disse que eu tenho que lhe agradecer e
também acho que te devo isso. Obrigada.
_Se não sentir vontade, não precisa me tratar bem. Eu sei que nós
passamos por dois dias estressantes e...
_Estamos de novo juntos. - observei.
_É, Estava justamente pensando nisso no carro.
Ele sorriu. Como podia ter o sorriso mais lindo que eu já vira? Seu
rosto doce me trazia uma sensação boa só de olhá-lo. Agora, Sam sabia sobre meu passado. Eu fiquei muito irritada com Karol no primeiro momento em que me contou que resolvera lhe contar todo meu passado com Dimitri, Mas, depois, achei que
foi melhor assim. Eu nunca teria coragem de lhe dizer por vergonha, talvez.
_Se fosse há alguns anos, eu diria que ficaria doente para ter a
chance de ficar perto de alguém como você. _ confessei.
_Não diga isso! É assustador! _ pediu.
_Não se preocupe, não sinto mais isso. Preferia estar bem, na minha
casa.
_Pensei que ia dizer que preferia estar longe de mim.
_Uma coisa implica outra, não? - perguntei.
_Não, se estivesse pensando em mim. _ olhou-me nos olhos
fixamente.
_Por que eu estaria, depois de tudo?
_Porque eu não conseguiria esquecer tudo o que aconteceu tão facilmente. _ confessou. _ E, ah!Eu nunca mais te ignoro! _ disse e eu dei uma risada.
_Não me faça rir, Heughan, Dói.
_Desculpe. _ controlou o riso também. _Se as pessoas soubessem que estamos agora tirando sarro de tudo...
_Talvez amanhã saia em alguma coluna de jornal. Sabemos disso...
_Bem possível, não dá para esconder. _ olhou para baixo e levantou as sobrancelhas com pesar e um suspiro.
_Acho melhor não nos prejudicarmos mais. _ comentei.
_Isso é um pedido para eu ir embora?
_Você está com tanta vontade de ir?
_Não! _ Pegou na minha mão e sua mão estava quente.
_Vocês são namorados? _ ouvimos uma voz de criança atrás de Sam
Ele virou o rosto para descobrir de onde tinha partido a pergunta.
Vimos na cama ao lado uma menina de cabelos cacheados também no soro.
_Oi. _ sorriu-lhe. _ Não, somos amigos. _ respondeu. _ Quero dizer, conhecidos. _ consertou.
_Eu te vi na tv! _ ela falou.
Sam sorriu e Mãe da menina pediu um autógrafo e logo em seguida parentes da mesma chegou para visita-la e logo fomos esquecidos.Olhei pra Sam e ele estava ainda segurando minha mão, passando os dedos entre os nós dos meus dedos.
_ Por que fez isso? - quis saber o encarando.
_ O quê? - quis saber sem olhar pra mim.
_ você sabe - disse desviando o olhar.
_Por nós. _ respondeu.
_Nós?
_Por você e por mim. Por você, para que veja que não sou o lobo
mal e, por mim.
Olhamo-nos, longamente.
_Obrigada por tudo. _agradeci. _
Que ironia eu falando isso, te
agradecendo, depois de...
_Não vou publicar no jornal. _ ele brincou.
_Te devo essa.
_Você também me deve outra coisa.
_O quê?
_Depois te conto.
_O quê?
_Uma coisa que quero lhe pedir.
_Fala.
_Vou chamar a Karol para ficar contigo. _ ele piscou o olho e se
afastou.
O que ia me pedir? Como assim ia embora?![...]
Sentei no sofá da sala e deixei a cabeça caída para trás, olhei o teto do meu apartamento. Depois de uma semana, eu estava revigorada da gripe que me deixara de cama. Era boa a sensação da ausência de dor. Acariciei o
pêlo da Eddie deitada ao meu lado. Como eu iria pagar o aluguel sem dinheiro? Acabaria tendo que
voltar a morar com a Karol Mas, em meio a estes pensamentos
preocupantes, me veio o rosto de Sam sempre sorridente à memória. Puxei a minha gata para o colo e beijei sua cabeça. Ele fora embora na primeira noite em que eu estava no hospital e não o vira mais. O que queria me pedir?
A campainha tocou e eu senti um frio na barriga, deveria ser o dono
do apartamento cobrando o dinheiro. Levantei-me ao terceiro toque e atendi
o interfone.
_Oi.
_Oi, é a assistente do Sam, É você, Caitriona?
_É, sou eu, já cheguei em casa.
_Pode me receber?
_Sim. _ apertei o portão e liberei a entrada.
Quando ficamos frente a frente, eu percebi que ela não estava
muito contente por estar ali. Olhou-me com desdém e sem sorrisos.
_Sou a Stella, assistente do Sam.
_Hum, sei. Eu estava na festa...
_Eu li sua matéria que, aliás, me deu um pouco de dor de cabeça.
Dei passagem para que entrasse.
_Fique à vontade. _ falei-lhe.
Sentei no sofá e indiquei um lugar para ela.
_Eu não vou demorar. Estou aqui a pedido do Sam. Ele quer vê-la.
_ Por que ele não me ligou? _ franzi a testa.
_Porque ele é um homem muito ocupado.
_Ãnh.
_Você poderia vir comigo?
_Agora?
_Eu imagino que não esteja fazendo nada, não trabalha mais.
O Sam tinha contado ou saiu em todos os jornais, durante a minha
estadia no hospital, que eu era agora uma Desempregrada?
_Ele acha que eu sou uma marionete que pode conduzir como quer? Ele estala os dedos eu saiu correndo?
_Caitriona, como eu falei, ele é um homem ocupado e
está com a hora do almoço livre.
_O que ele quer?
_Não sei.
_Ele não é um homem ocupado? Achei que pensasse por ele
também.
_Eu penso, mas, neste caso em particular, eu quero deixar claro que ele pensou sozinho, porque não apóio.
_Não apóia em quê?
_O motorista do táxi não vai querer ficar esperando muito tempo lá
embaixo.
Olhei para os lados e pensei um pouco. Eu podia mandá-la embora, mas do que ela estava falando? O que Sam iria me pedir? Droga! Por que eu
não conseguia conter minha curiosidade?
Levantei e fui até o quarto. Coloquei uma roupa simples e peguei minha bolsa.
_Pensei que fossemos almoçar em algum lugar. _ comentei, quando
percebi que estávamos na rua da casa de Sam
_Em público? _ ela riu. _ Para verem vocês dois juntos? Obrigada,
eu quero estar com este trabalho ao menos essa semana. Tenho muitas coisas a fazer para ter que bolar uma desculpa mirabolante para o fato de vo-cê estar almoçando com ele.
Revirei os olhos.
Saímos do carro e o segurança abriu o portão.
_De volta a essa casa... _ falei baixinho.
_Não foi por convite meu. _ ela rebateu, caminhando à minha
frente. Abriu a porta e eu a segui.
Permaneci em pé na sala vazia e depois de dois minutos Sam
apareceu com um sorriso largo.
_Melhor? Soube que saiu do hospital.
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Love Headlines -
FanfictionCait é jornalista e cobre a vida das celebridades. Seu lema é correr atrás dos fatos, por isso, não desperdiça a chance de entrevistar o famoso ator Sam Heughan quando o encontra em uma lanchonete na beira da estrada. Para não espanta-lo, Cait decid...