04. Death And All His Friends

1.8K 192 54
                                    

Antes do capítulo eu queria deixar meu enorme obrigada, de coração, a todo mundo que tá dando uma chance à história! A thread que fiz no twitter para divulgá-la tomou proporções que eu jamais imaginei e trouxe muita gente querida pra cá <3 Não se esqueçam de me dizer o que estão achando pelos comentários, e eu queria convidar vocês a participar do nosso grupo do facebook, onde podemos compartilhar muita coisa legal sobre a história e sobre a Marvel. O link pra ele está no nosso perfil, é o Marvel's Legion. Beijos e boa leitura!

♥♥♥

1945

Aquele ano parecia nunca acabar, ao contrário de Mihaela que se sentia cada dia mais perto de um colapso. Ela estava acabada. Passava 100% do tempo dentro de um cômodo que, por cortesia, tinha um banheiro. Além disso, uma única cama de pedra com colchão puído e uma cadeira solitária. Era uma sobrevida que nunca, em toda sua vida, ela havia imaginado para si.

Não tinha contato com ninguém. Suas poucas refeições eram entregues por uma abertura na porta e eventualmente alguém colocava uma água sanitária e um escovão para que ela pudesse limpar o local. Fofos, pensava. Tão preocupados com o bem estar dela.

Um dia, no meio de um surto, ela bebeu um litro de água sanitária tentando acabar com aquilo. Vomitou tudo e não sofreu nenhum arranhão, tendo que esperar até a semana seguinte por mais produto para limpar a bagunça que fizera tentando dar um fim à própria vida.

Achava que seu castigo não seria a morte, mas a tortura; até que um dia sua porta se abriu, revelando dois soldados armados e um homem de terno e gravata. Ela se encolheu aos olhos dos homens, e o mais velho pigarreou para chamar a atenção.

– Podem trazê-la – decretou.

Não teve forças para se debater, tampouco queria. Foi levada por um corredor que parecia não ter mais fim e jogada de qualquer jeito dentro de uma cela como a que inicialmente viveu com seu pai. Não era uma sala, era uma cela dentro de uma sala. E havia pessoas em volta, observando-a como se fosse um animal selvagem, cientistas e soldados com expressões suaves de quem não sentia um pingo de peso na consciência por fazerem o que faziam.

Ela se encolheu no meio da cela, onde ninguém poderia tocá-la, e sentiu o estômago se revirar olhando fixamente para o engravatado que a havia buscado. Não sabia o que queriam com ela, mas não pareciam simpáticos. Por pior que fosse a situação, fazia três noites que ela sonhava com coisas banais como comprar um sorvete ou ler um livro num café. Ela sonhava com a liberdade. Mesmo que a expressão daqueles homens dissesse que ela jamais a teria de volta.

– Tragam ele – o homem decretou, fazendo-a olhar em volta de forma confusa. Até que seu corpo gelou ao ver James.

Não parecia mais um prisioneiro. Não se parecia nada com ela. Estava mais forte. Sua bochechas estavam rubras como apenas a de uma pessoa saudável poderia estar. Ele estava limpo e uniformizado com um traje que ela só conseguia descrever como um traje de guerra. O braço metálico estava propositalmente exposto e o rosto parcialmente coberto, ela só conseguia ver seus olhos. E eles estavam tão vazios quanto duas bolas de gude.

– Faça – ordenou, e James caminhou até a cela, trancando-a atrás de si.

Por um lado, queria suspirar aliviada. Sua mente estava em paz. Finalmente, pensou.

Por outro, aquele maldito soro entendeu que sua vida corria perigo e fez com que ela reagisse imediatamente. Não estava mais com fome. Sequer cansada. Suas dores corporais desapareceram, não eram importantes no momento. Sua visão se aguçou assim como seus reflexos, e ela segurou o pulso dele vindo em sua direção, impedindo que ele a socasse e reagiu com um soco no estômago e um no rosto do homem. Foi golpeada na cabeça e soltou uma exclamação ao ver as coisas perderem um pouco de foco, desviando no instante em que receberia o segundo golpe.

WiresOnde histórias criam vida. Descubra agora