Capítulo 7

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Gabriel Duarte

Despertei naquela manhã de quinta-feira suando, o quarto estava abafado demais, encarei o despertador elétrico para ver as horas, mas ele estava desligado, certamente havia tido uma queda de energia e o ar condicionado central deve ter desligado. Me levantei do sofá desconfortável me espreguiçando e me alongando. Encarei Rosa sobre a cama, suas pernas estavam a mostra, com o calor que ficou o quarto ela deve ter empurrado o edredom em seu sono.

Se ele soubesse o quão difícil era para mim dormir no mesmo quarto que ela sem poder toca-la, e agora com suas coxas á mostra dentro daquele shortinho curto de dormir, me fez engolir em seco e me obrigou a pensar na minha avó para não pensar em fazer qualquer bobagem com Rosa.

— Vovó ...vovozinha...— Cantarolei em voz baixa indo até o guarda-roupa para pegar uma muda de roupas, eu iria tomar um banho gelado e esquecer que os pelinhos das coxas de Rosa eram dourados. — Minha vó Tânia! Vó... vovó... — Eu não conseguia pensar na minha avó, só pensava em Rosa vestindo aquela blusinha de alcinha, com seus seios espremidos contra o tecido. — Donald Trump... aquele feioso... Donald Trump de maiô. — Ri sozinho.

— Acho que a imagem não seria muito agradável. — Dei um pulo assustado. Rosa estava de pé atrás de mim, seus cabelos bagunçados como se ela tivesse acabado de fazer amor. — Por que está tentando imaginar Donald Trump de maiô? — Perguntou ela com um sorriso maroto nos lábios.

— É um método de desviar minha atenção. — Falei tentando não admirar seu corpo. — Para que eu não cometa pecados.

— Donald Trump de maiô. Isso eu jamais irei me esquecer. — Rosa gargalhou alto. — Ah que bela maneira de despertar. Bom dia. — Ela voltou a rir e sua risada me contagiou. — Mas agora imagine Donald Trump de maiô, acompanhado de seu amigão da coreia do norte o Kim Jong-un de biquíni.

— Oh meu deus, por favor pare. — Eu gargalhei alto, até que saíssem lágrimas dos meus olhos e eu ficasse quase completamente sem ar.

— O som da sua gargalhada é contagiante. — Disse ela.

— Não me lembro quando foi a última vez que ri desta forma, acho que faz uns quinze anos que não dou risada assim. — Falei, limpando as lágrimas do riso com o canto dos dedos.

— Vou te fazer gargalhar mais vezes, faz bem para a alma. — Disse ela sorrindo.

— Você é demais Rosa. — Balancei a cabeça suspirando.

— Mas me conte, do que você queria desviar a atenção? — Eu havia me esquecido por alguns minutos, mas quando a encarei de volta ela pareceu ainda mais sexy. Ela trocou o peso do corpo de um pé para o outro.

— De você. — Não tinha o porque mentir para ela. — Sabe, tem sido difícil dormir tão perto de você e não poder te tocar. — Dei de ombros. — Eu sou homem e você é linda e sexy.

— Não é porque você é homem, por que também não tem sido fácil para mim ficar tão perto de você, demoro muito a dormir, você é tão lindo e sexy. — Disse ela séria. — Mas temo que se dermos esse passo, tudo irá se complicar.

— Sim. Você tem razão, nos desejamos, mas devemos nos controlar, somos animais racionais afinal de contas.

— Sim. — Ela mordeu o lábio pensativa.

— Eu vou tomar um banho, gelado. — Passei por ela antes que virasse um animal irracional e desse vazão ao meu desejo primitivo.

— Eu irei em seguida. — Disse ela e a encarei assustado.

Cicatrizes do passado - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora