Capítulo 2

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Rosa Bianchini

Suspirei e agradeci aos céus por ele ter ido para o banho primeiro, isso me daria tempo de desfazer minha bagunçada mala antes de ele voltar. Comparada a sua organização, parecia que minha mala tinha sido devasta por um tornado.

Levantei da cama e abri minha mala, no lado esquerdo do quarto estava um grande guarda-roupas, escolhi um lado e tentei fazer o possível para organizar as roupas ali, muitas eu havia comprado com o cartão que Gabriel havia me entregado, mas em sua grande maioria eram roupas minhas mesmo.

Concluí minha organização e estava tentando colocar minha mala na parte de cima do grande guarda-roupas, fiquei na ponta dos pés, estava quase conseguindo colocar, quando uma mão grande de dedos longos me deu uma forcinha empurrando a mala lá para cima. Senti o calor do corpo de Gabriel atrás de mim mesmo sem ele me tocar e senti minhas faces ficarem quentes.

— Obrigada. — Girei nos calcanhares e o fitei.

Como diria minha amiga, perdão Deus pois pequei em pensamento. Ele estava diante de mim, toalha na cintura, cabelos úmidos e seu tanquinho definido. Não pude deixar de notar a pequena cicatriz em seu ombro onde deve ter ficado o cateter quando ele teve câncer.

— Nada. — Respondeu ele e com a toalhinha que estava na mão esfregava os cabelos para secar. — Você já pode ir tomar banho agora, assim posso me trocar, esqueci de levar minhas roupas para o banheiro. — Ele se virou de costas e ficou mexendo em sua mala, suas costas largas e fortes me hipnotizaram por alguns segundos.

— Tudo bem. — Respondi rapidamente.

— Assim que eu terminar de me vestir vou deixar o quarto vazio para você ter privacidade.

— Obrigada Gabriel.

— Lembre-se que esse almoço é a chave para que todos acreditem, a primeira impressão normalmente é a mais impactante. — Ele se virou novamente de frente.

— Sim, eu sei. — Fitei seu belo rosto. Profissionalismo Rosa, profissionalismo. Exigi de mim mesma em pensamento.

— Está nervosa? — Perguntou ele.

    — Não, estou tranquila. — Sorri. — Bem, vou merefrescar. — Peguei um short jeans, uma blusinha básica branca e lingerie e metranquei no banheiro. Por que este dia de verão estava tão quente?    


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Após um refrescante banho, já vestida e maquiada; segui até a sala de estar que havíamos estado ao chegar, ao entrar na sala vi que haviam mais duas pessoas que eu não conhecia, os reconheci das fotos que Gabriel haviam me mostrado, eram seu irmão Gustavo e sua irmã caçula Ana.

Gabriel quando me viu caminhou até mim e segurou em minha mão.

— Venha amor, não seja tímida. — Disse ele carinhoso.

— Tudo bem amor. — Sorri de volta para ele.

— Este feioso aqui é meu irmão Gustavo, mas pode chamar ele de Gus. — O jovem que Gabriel me apresentou tinha vinte anos, tinha cabelos castanhos escuros, mas os olhos azuis como os de Gabriel.

— Feioso? Você vai ver só... — Provocou Gus. — É um prazer conhecer você Rosa, e se meu irmão ficar muito rabugento pode pedir socorro pra mim.

— Muito prazer Gus e pode deixar. — Brinquei.

— E essa menina que namorará apenas aos trinta, é minha irmã pirralha, Ana. — A linda menina que era a cara de sua mãe encarou Gabriel com rabugice e sorriu para mim.

Cicatrizes do passado - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora