17ª maneira

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17ª maneira - a interrompa em meio a um discurso.

Umbridge fez o seu pigarro irritante no meio daquele jantar, e Sarah não podia acreditar na própria sorte.

Ela faria um discurso!

— Como muitas normas têm sido quebradas nos últimos tempos — ela passou o seu olhar por Harry, Rony, Hermione, Lee, ela, entre outros estudantes que pareciam estar em sua lista negra — Eu resolvi lhes dar uma nova chance para aprendê-las.

— Aulas extras ninguém merece — Sarah escutou Ginny resmungar.

Não era bem o que ela estava pretendendo.

— Então, vamos lá! — disse Umbridge — Se ainda assim a mensagem não penetrar...

Sarah fez a mão fechar-se em um punho, sentindo a cicatriz causada por ela doer.

Não precisava completar a ameaça para entenderem, inclusive os professores, que pareciam tão enfurecidos quanto os alunos.

— Decreto Educacional Número Um... — ela começou a dizer.

Sarah deixou a sua cabeça cair à mesa.

— Ela acha mesmo que isso vai funcionar? — perguntou a Ginny.

— Repitam — disse Umbridge.

Todos olharam-se, sem entender.

— Repitam o Decreto — ela declarou.

— E se não repetirmos? — alguém perguntou.

— Terão suas consequências.

Como ela saberia disso, era um mistério.

Sarah olhou ao redor e viu Filch observando atentamente a cada um deles, junto com a sua gata maléfica. Ela começou a mover os lábios, fingindo dizer qual era o Decreto, junto aos colegas.

— Excelente! — Umbridge deu um sorriso doentio — Agora, Decreto Número Dois.

— Ela sabe que tem cem decretos instituídos? — murmurou Ginny.

— Não se preocupe com isso — retrucou Sarah, lembrando-se de um dos itens seguintes.

Ela pegou a varinha e apontou na direção da mulher.

De repente, Umbridge teve dificuldades para falar, e todos começaram a rir.

— Precisa de uma pastilha, Dolores? — a professora McGonagall perguntou, fingindo preocupação.

Sarah gargalhou com os colegas.

Um feitiço fez com que ela voltasse ao normal.

— Bem, como eu ia dizendo — Umbridge pigarreou, antes de voltar a falar.

— Interromper não seria falar algo? — perguntou Ginny a Sarah.

— Pode ser assim também — ela deu um sorriso malicioso.

A ruiva sussurrou algo em seu ouvido, e ela arregalou os olhos, sorrindo encantada.

Umbridge, de repente, colocou as mãos no pescoço, parecendo que ia vomitar.

— Ai, que nojo! — Ginny fechou os olhos.

Lembrando-se do episódio do seu irmão no segundo ano, ela aconselhou-a a usar o feitiço usado na ocasião. Então, não foi uma imagem muito bonita. Depois daquilo, Sarah viu-se obrigada a parar, mas a diretora também.

No jantar seguinte, contudo, parecia que nenhum deles seria capaz de escapar da tortura. Se bem que ver a diretora vomitando lesmas não era uma imagem legal para se ver durante o jantar.

— O Decreto Educacional Número Trinta e Nove determina legal o confisco de varinhas — disse Umbridge, enquanto os alunos tinham as suas recolhidas — Não vejo motivos para usarem-nas durante o jantar.

Sarah cerrou a mão em punho.

Como aquela mulher conseguia ainda estar em cima de um pedestal?

Então, Amber sentou-se ao seu lado, atrasada para o jantar, e ela teve uma ideia.

— Amber — sussurrou, manhosa.

A ruiva apenas olhou para ela, desconfiada.

— Decreto Educacional Número Quarenta e Seis — conforme ia falando, a voz de Umbridge foi ficando mais fina e escandalosa.

Não puderam evitar gargalhar. Era como se todos tivessem tomado uma água de riso ao mesmo tempo. Era uma boa peça para Sarah pregar, só precisava arranjar a bebida e colocar nos copos de cada um deles.

Foco.

— Decreto Educacional — Umbridge pigarreou, tentando outra vez, mas a voz sempre ia ficando mais fina conforme falasse — Decreto. Educacional. Número.

As pausas só tornavam tudo mais cômico.

— Já chega! — ela gritou, a voz tão fina que era impossível ser levada a sério — Quando eu pegar o responsável...

— Como ela tem feito até agora — murmurou Sarah para Ginny, que apenas riu.

— Vão para os seus Salões Comunais! — Umbridge continuou a gritar.

Sarah surpreendeu-se por ter desistido tão rapidamente do plano dos decretos, como chamou carinhosamente. Nas próximas aulas, contudo, os alunos não leram o livro, escreveram linhas.

Não as linhas absurdas que ela fazia escreverem nas detenções, mas linhas normais, para que eles decorassem as regras.

A cada regra absurda escrita, Sarah só sentia a sua raiva pela mulher aumentar.

Quebrava e quebraria cada uma daquelas regras, sem importar-se com as consequências. Não era o que costumava fazer sempre?

Em um momento de devaneio, pensou em como seria se Umbridge tivesse decidido instaurar a sua ditadura na época em que seus pais estudavam lá. O que os marauders fariam? Algo pior que ela?

Andava pensando demais no que os seus pais fariam. Talvez fosse a saudade.

— O ano já está acabando — ela murmurou para si mesma.

— O que disse, senhorita Black? — perguntou Umbridge.

— Nada.

Trocou um olhar contrariado com Ginny, antes de voltar para a sua tarefa.

Qualquer pessoa que tentasse entregar o pergaminho, era mandado de volta à mesa, sendo obrigado a escrever outra vez.

Umbridge agia como se aquilo fosse um exame, tentava fazer com que eles tirassem da memória algo que não prestaram atenção duas vezes. Só tinham conhecimento de existir por sua tagarelice sem fim, e também por causa dos quadros de aviso irritantes que viam sendo pregados, cada dia mais, ocupando toda a parede externa do Salão Principal.

Mas Sarah via um bom naquilo. Podiam ser quadros de gatos que se moviam, como acontecia no escritório da diretora, em vez de quadros de aviso.

— Você não sente curiosidade para ver o que ela fez? — ela sussurrou para Ginny — Quero dizer, queimaram todos os quadros de gato que ela tinha. Será que comprou outros?

— Fique longe do escritório dela — a amiga indicou — Ainda mais agora.

Sarah engoliu a raiva, sentindo que o "ainda mais agora" se referia à saída dos gêmeos.

Ninguém acreditava que ela era capaz?

Aquela lista existia por sua causa!

Por que os gêmeos não a incluíram em suas malandragens com os fogos de artifício e o lodo no castelo? Por que ela os incluía em seus planos?

Por que eles faziam mais falta a ela do que o contrário?

Sabia que estava exagerando, e qualquer pessoa diria isso. Aliás, tinha perdoado os gêmeos antes de irem embora, certo? Tinha beijado a Fred, que era o seu namorado.

A sineta despertou-a de seus pensamentos. Ela apenas suspirou, negando com a cabeça. Jogou o pergaminho em cima da mesa da professora, antes de sair da sala.

Tinha um plano a bolar.

20 maneiras de irritar Dolores UmbridgeOnde histórias criam vida. Descubra agora