09:40 PM
Segunda-feira.Olá, me chamo Camila Cabello, mas as pessoas costumam chamar-me de Mila ou Camz, chamem-me de qualquer forma. Tenho 20 anos, sou completamente normal, diferente de minhas amigas, mas não muito normal. Tenho tido pesadelos com uma garota que nem ao menos conhece por meses, como se fosse um aviso, um aviso perigoso. No final destes pesadelos, ela dizia algo; "Você nasceu para ser minha". Meus pais pensaram que eu pudesse estar enlouquecendo, pois quando despertava dos pesadelos, gritava o mais alto que conseguia. Por isso, eles estão obrigando-me a ir ao psicólogo todo santo dia. Eu estou, neste exato momento, sentada na poltrona de um psicólogo.
- Então? O que está vendo? O que está sentindo?
Eu conseguia escutar perfeitamente os passos cautelosos do psicólogo, ele estava andando em circulo, praticamente, cercando-me.
- Eu estou presa. Amarrada em uma cadeira velha. Está escuro. Está frio. - Meus olhos estavam fechados. Eu apertava forte o couro confortável da poltrona.
- Está vendo algo mais além da escuridão? - Pela a voz séria dele, percebi que ele encontrava-se interessado em tudo que eu dizia.
- Sim. E-eu vejo algo.. No fundo deste lugar, bem lá no fundo. - Minha respiração começou a ficar acelerada, a cada palavra que escapava de meus lábios, eu ficava mais horrorizada.
- Continue! Tente enxergar o que há neste lugar. - Ele segurou em minha mão, acariciando-a como se quisesse acalmar-me.
- Eu vejo.. Olhos. Olhos da cor esmeralda. São profundos e aterrorizantes. - Ver aqueles olhos misteriosos causou-me um alívio.
- Consegue descrever quem é o dono(a) destes olhos?
- Sim. Ela tem uma pele branca. Branca como a neve. Cabelo da cor desta escuridão. Oh, está se aproximando. - Com medo, tudo o que pude fazer foi apertar a mão do psicólogo que, gemeu de dor com a força que eu usei para apertar sua mão.
- Concentre-se, precisa saber quem é essa garota.
- Ela está se aproximando! Ela irá pegar-me! Não, não, não, NÃO! - Um grito rouco e alto escapou de meus lábios. Meus olhos se abriram rapidamente e, de uma forma rápida, eu abracei o psicólogo. Lágrimas descia por meus olhos.
- Está tudo bem. Já passou. Acalme-se. - Ele encostou sua mão delicadamente em minhas costas, realizando uma leve carícia ali. Ele procurava acalmar-me o mais rápido possível, para então, levar-me para casa.
- Até quando eu terei que suportar estes malditos pesadelos? Eu não aguento mais! - Tinha certeza que a camisa branca do Sr. Scrocchio estava completamente molhada por causa de minhas lágrimas.
{…}
Essa não é a primeira vez que isso acontece. Quando eu era pequena, tive uma série de pesadelos. Um atrás do outro. E no final de todos eles, eu via uma garota pálida, olhos verdes e bastante atraentes. Há meses que eu venho tentando criar coragem para ir até o fim deste pesadelo. Mas o rosto, o sorriso diabólico que ela lança em minha direção, faz-me desistir em 2 minutos.
Perdida em meus pensamentos, eu acabei tropeçando em uma das pedras que ficava no quintal de minha casa. Meus joelhos bateram com força contra o gramado do quintal. Na queda, eu não senti dor, mas foi só eu me sentar no chão que meus joelhos começaram a arder.
- Merda! - Eu resmunguei ao ver o pequeno corte em meus joelhos; Em um tinha um arranhão que já sangrava. No outro tinha um corte, não tão grande, mas o suficiente para fazer-me xingar de dor.
- Olha a boca. - Shawn veio rapidamente em minha direção, ajudar-me a levantar do chão o mais rápido possível.
Shawn era um amigo de infância. Vivíamos discutindo quando éramos crianças. Hoje, Shawn tem 25 anos, já é um homem. Bom, meio homem. Algumas vezes ele me faz achar que o mesmo é gay, e eu não duvido que ele seja.
- Bom dia para você também, Shawn. - Esperei-o estender uma de suas mãos em minha direção, para em seguida, segurá-la e levantar-me do chão com a ajuda do homem. Mas não foi bem isso o que aconteceu. Shawn estendeu a mão para mim mas no momento que eu ia segurá-la, ele afastou sua mão. Fazendo-me cair novamente, no gramado.
- Eu ainda não estou esquecido da vergonha que você fez-me passar quando éramos crianças, mocinha. Levante-se sozinha. - Ele pôs suas mãos dentro do bolso de sua calça, procurando esquentar elas lá.
- Céus, ainda está lembrado? Que bom, pois você mereceu. - Apoiei minhas duas mãos no gramado, e com esforço e muita dor, levantei-me do chão.
- Marrentinha. E aí? Como foi no psicólogo? - Shawn abraçou-me por atrás e começou a guiar-me para dentro de minha casa.
- Nada de novo. Tudo exatamente do mesmo jeito. Os mesmos pesadelos, as mesmas formas de agir.. - Virei-me de frente para Shawn depois de ter dito aquelas palavras. - Sabe, Shawn, eu andei pensando e... E se essa garota que me assombra existir? E se esses pesadelos aterrorizantes forem reais?
- Reais? - Ele entortou os lábios. - Não, Camz, são apenas pesadelos.
- Apenas?! - Afastei-me de Shawn de forma brusca e rápida, não queria que o mesmo puxasse-me para perto de seu corpo novamente.
- Camila, estes pesadelos não são nada demais. Essa garota, com certeza, não existe. Isso é uma fase.
- Uma fase? Oh, meu Deus, Shawn. Desde pequena que estou tendo o mesmo pesadelo de sempre e você me diz que é apenas uma fase? Você é um idiot..
- Camila, se completar essa frase, serei obrigada a enfiar um pedaço de sabão dentro de sua boca. - Minha mãe apareceu de repente do nosso lado.
- Perdoe-me, mãe. - Resmunguei baixinho e olhei para meus pés.
- Eu não quero vê-los discutindo novamente, está bem? Vamos, o almoço está na mesa. Seu pai não aguenta mais esperar vocês para almoçar.
Minha mãe segurou em minha mão e na mão de Shawn, assim, nos puxando para dentro da minha casa.
Era difícil saber que meus pais estavam começando a achar que o psicólogo não estava me ajudando a superar estes pesadelos. Era difícil ter que aguentar o meu melhor amigo dizendo coisas que não tinha nada a ver com meus pesadelos.
Era difícil ter que suportar tudo aquilo todos os dias.
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A Vingança De Camila
Fanfiction- Não espere muita coisa de mim! - Lauren praticamente rosnou furiosamente na direção da garota que estava prestes a cometer um de seus maiores erros; Suicídio. - Eu nunca deveria ter confiado em você. - Camila disse de uma forma demasiadamente a...