capítulo dois

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A Escola Tradicionalista Católica,que os alunos apelidaram carinhosamente ,ou não,de ETC e que pronunciavam como a Escola Etecetera,era um dos mais antigos institutos educacionais da cidade pequena que Bella morava,havia começado como um internato religioso,e depois tornado-se em uma escola normal.E apenas só pelo fato de ser antiga,ou pelo fato de ser católica,ou pelo fato de ser tradicionalista (vai lá saber o que isso significa) era uma das mais caras da cidade,além de muito superestimada.

Bella sabia que era uma escola difícil de lidar...por causa de todo o seu histórico,mas,principalmente,pela hierarquia que existia entre alunos e a direção.Uma relação que podia submeter mentes pensantes a questionar se os acontecimentos ali eram realmente justos.Antigamente,eram acontecimentos movidos principalmente pela tradição que o catolicismo poderia colocar em uma escola.Nos dias de hoje,por mais que não houvessem nem se quer boatos pelos corredores quanto mais especulações comprovadas,Bella sentia que o capital era quem comandava grande parte dos acontecimentos.

Por mais que ela não tivesse sentido na pele o que aquela hierarquia poderia causar e não excluindo completamente que esse dia poderia chegar.Mas enquanto as situações estavam mornas,ela apenas ficava quieta,fazendo seus questionamentos  para si mesma.

As aulas passaram rápido para um primeiro dia de aula que não havia começado assim tão bem.Bella apreciava e respeitava esses pequenos presentes da vida.

Andou apressada pela porta e logo avistou Miguel,encostado em sua moto e rodeado de duas garotas calouras.Ele sorria e mantinha algum tipo de brilho no olhar conversando e olhando diretamente nos olhos das meninas.

Seu amigo não perdia tempo.Ela se orgulhava disso.Por mais que os lamentos de algumas paixões que Miguel deixava quebrada sempre se direcionavam a ela.Como se as meninas acreditassem que Bella fosse obrigar Miguel a continuar um relacionamento ou começar um sério.Como se ela fosse pôr juízo na cabeça do amigo.

Miguel,apesar de ser um humano maravilhoso,tinha suas dúvidas e incertezas em seus relacionamentos o que o levava a ser um caminho certeiro a destruição. As meninas acabavam,eventualmente,de coração partido.

A questão é que ele podia ser um babaca quando queria nesta questão amorosa e Bella estava cansada de aconcelha-lo a fazer a coisa certa e ele nunca ouvir,e Bella sabia que ele era um partido terrível e a menina fervia de raiva quando o via fazendo uma besteira com mais uma menina,mas a questão é que...mesmo toda essa conturbação em sua vida era melhor do que a mornidão na vida de Bella.

Ela tinha este pequeno conhecimento,de que qualquer coisa era melhor que nada.

Luís,neste momento da imensidão dos pensamentos de Bella,passou correndo pela porta para encontrar um grupo de amigos que já estavam ali.Eles se bateram daquele jeito meio irracional e idiota que meninos de todas as idades costumam se bater.Mas Bella observava Luís.E seu sorriso.E o cabelo que balançava enquanto ele não parava quieto.

Por um fração de segundos ele a pegou encarando-o.Ele já havia feito isso muitas vezes e pessoas olhando para ele não devia ser novidade em sua vida,entretanto,quando ele deu uma piscadela na direção de Bella antes de colocar os óculos escuros e seguir em direção ao seu carro,Bella estancou.

Uma ruga se transformou no meio da sua sobrancelha deixando a dúvida clara.E a única coisa coerente que ela conseguia pensar foi:

- Que? - ela murmurou para si mesmo.

Luís Guerra tinha piscado para ela.Mas logo ela descartou a ideia.Não pode ter sido.Mas foi exatamente na direção dela.A não ser que tivesse alguém atrás dela.

Bella se virou para verificar se tinha alguém.Tinham pessoas por toda parte mas não exatamente atrás da menina.

"Certo" ela pensou "Vou remoer isso pelo resto da minha vida".

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