Sra. e Sr. Ashworth OU Sra. Mãe e Sr. Pai

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Assinou os papéis do divórcio com aquele rabisco que chamava de assinatura. Deixou a caneta de lado e saiu da sala de sentindo mais leve, finalmente aquele erro tinha sido corrigido. Obviamente poderia ter sido corrigido há muito tempo, mas isso significaria que seus pais estavam certos e não daria a eles essa satisfação. Não importava que tivesse se tornado uma empresária de sucesso ou uma milionária antes dos 30, quando se tratava de seus pais ainda era uma criança de 6 anos de idade. Por essa mesma razão, tomou a decisão estupida de se casar aos 18 contra a vontade de seus pais e foi deserdada como consequência.

Porém, no fim de tudo, estava feliz por ter escutado um ou dois conselhos enquanto arrumou suas malas furiosamente para sair de casa, nunca esteve tão feliz em ter assinado aquele acordo pré nupcial. Não houve pelo que brigar, por mais que ele quisesse, houveram alguns gritos, mas sem efeito algum, pois há muito tempo, já tinha parado de se importar.

O casamento nunca teve uma chance em meio a sua longa jornal em direção ao dinheiro e poder. No fundo, sempre soube que não o amou, todos aqueles "eu te amo"s que dizia sempre soaram ocos como um convencimento para si mesma.

Com o tempo, a situação se tornou insuportável. Estava cansada de fingir arrependimento ao esquecer um aniversário de casamento, ou de se desculpar por sempre chegar atrasada para o jantar. Não queria mais escutar ele dizendo que sempre tinha tempo para ela, mesmo sendo um médico renomado e ela nem sequer fazia o esforço de volta para casa.

Odiava quando ele usava a palavra médico para diminuir a importância do que ela fazia. Ele não estava salvando vidas, estava colocando peitos maiores em mulheres ricas, ao máximo estava ajudando com a autoestima delas!

Tudo que restou então foi arrumar, outra vez, as malas furiosamente e sair de casa.

Parou do lado de fora do prédio e respirou o ar pesado da cidade. Se deu conta de que estava livre desse tipo de estresse e que daquele momento em diante, podia se ater ao estresse do trabalho, em gritar mandando seus funcionários fazer a droga do trabalho direito.

Estendeu a mão chamando um táxi.

– Tem um isqueiro?

Olhou para o homem bem vestido que estendia um cigarro apagado já na metade.

– Baker... – respondeu estampando um belo meio sorriso, o tipo que dizia "eu sou linda e misteriosa, me ame".

Colocou a mão no bolso tirando um isqueiro prata e acendendo para ele. Não era fumante, mas muitos empresários eram então aprendeu cedo que ter um isqueiro em mãos poderia ser uma ótima formar de começar uma conversa.

– Escutei sobre o seu divórcio, Ashworth. Meus pesames?

– Acho algo como parabéns soa melhor.

– Devemos comemorar então? – ele disse soltando uma cortina de fumaça para o alto.

– O que você quer, Baker? – perguntou sabendo que ele sempre tinha segundas intenções – Sentiu falta da nossa noite em Istambul e agora está me seguindo?

– Quem dera eu ser o tipo que se apaixona depois de uma noite. Eu teria muito menos mulheres raivosas na minha vida. Todas poderiam ser como você e me esquecer no instante que saíssem do quarto.

– Vamos ao ponto Baker – balançou a mão tentando chamar a atenção de outro táxi.

– Claro. Eu tenho uma proposta. Uma muito benéfica para você e muito ruim para os meus pais. Um bom tópico para discutir durante o almoço, se me permitir.

Estendeu o braço de forma cavalheiresca colocando um sorriso galante no rosto. Por um segundo ela hesitou, ele não era do tipo confiável, mas, por fim, aceitou o gesto.

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