Descobertas

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- Qual é o seu nome? - ele perguntou desviando o olhar da pista por um segundo, mas não obteve resposta - tudo bem se não quiser falar.

A moça seguia calada e encolhida no banco do passageiro.
Mesmo com o ar condicionado aquecendo o carro, as roupas frias e molhadas davam calafrios.

- Eu vou te levar para o hospital...

Wonwoo dirigiu calado o resto do caminho.
Percebeu o quanto a moça era magra. Podia-se ver os ossos dos covovelos, pulsos e mãos e uma tristeza o consumiu ao ver o estado em que ela se encontrava.

Estacionou em frente ao pronto-socorro e pegou a mochila que levava atrás do banco do motorista.

- Quer se trocar? Eu tenho uma roupa seca aqui.

Ela permaneceu calada e ele suspirou.
Colocou máscara e boné e desceu do carro, abrindo a porta do passageiro em seguida.
Segurou no pulso dela, a puxando para fora.

Os longos cabelos pretos cobriam seu rosto, e ela andou cabisbaixa até a recepção.
Wonwoo explicou o que aconteceu e logo vieram levá-la para ser examinada.

Ele observou a figura pequena ser arrastada para a sala do médico e o doeu.
Pensou no que aquela moça podia estar passando e por um momento seu sofrimento se tornou pequeno e bobo.

Foi até o banheiro e trocou de roupa, seu corpo já doía com o frio.
Quando voltou, o médico já o esperava com a prancheta na mão.

- Sr. Jeon - ele estendeu a mão - o que ela é sua?

- Nada, eu a encontrei na ponte querendo pular.

- Entendo. Ela não quis falar o nome. Demos um calmante e faremos exames pela manhã. Vou ter que te deixar de responsável na ficha dela, até descobrirmos algo a mais.

- Tudo bem, pode deixar. Ela dormiu com as roupas molhadas?

- Não, não. As enfermeiras colocaram uma camisola seca e ela está coberta. Pode ir vê-la se quiser, mas não precisa passar a noite aqui, ela vai dormir e te ligamos para informar qualquer coisa.

- Ok. Komawo, Dr.

Wonwoo se despediu e ia em direção à saída, mas passando em frente o quarto em que ela estava, viu somente seus pés para fora do cobertor, e de reflexo voltou e entrou no quarto.

Se aproximou da cama o mais silenciosamente possível e cobriu os pés da jovem.
Rodeou a cama e parou para observar o rosto dela.
Agora parecia tão calma e serena, que era difícil acreditar que hora atrás estava querendo cometer suicídio.

Uma mecha de cabelo caía sobre sua face, e ele a afastou delicadamente.
Se virou para sair mas sentiu uma mão fria segurar sua mão.

Ela sussurrou alguma coisa que ele não entendeu, então se agachou para ouvir melhor.

- Hye Lin... - a moça disse baixinho - Park. Hye. Lin. - repediu pausadamente e com dificuldade mantendo os olhos fechados.

- É seu nome? Park Hye Lin?

Ela concordou com a cabeça.

- Tudo bem. Descanse, de manhã conversamos.

Ele permaneceu agachado, segurando a mão da jovem até perceber que ela havia adormecido profundamente.

"Park Hye Lin"...

Wonwoo saiu do hospital angustiado, e no caminho até o dormitório foi ouvindo a voz dela repetir seu nome.
Pensou nos motivos que a pudesse levar àquele extremo e várias coisas veio em sua mente.

Trauma (Jeon Wonwoo)Onde histórias criam vida. Descubra agora