A prisioneira de Beck

10 - Hora H

___
Beck

___
De madrugada Lisa começou a gritar, mas estava de olhos fechados, devia ser um pesadelo. Devia parar de ver filmes tão pesados com ela por perto. Na casa dela, ela só via romance, drama, talvez um suspense, mas era fraco.
Seus gritos me acordaram e não consegui mais dormir, eles também me exitavam mas não podia toca-la. Coloquei meu sobretudo, e peguei um machado. Eram quase cinco da manhã e fui matar alguém, logo cedo, só vou achar gente indo pro trabalho.
Quando sai da floresta fui encontrar alguém pra matar e simplesmente achei. Tão fácil. Um senhor pegando um jornal, sozinho em casa. Eu entro na casa o encontro na mesa tomando café, eu pego meu machado e.. vocês já sabem como termina. A cabeça dele rolou até a sala e então fui embora.
Chego em casa e vejo Lisa fazendo torradas.
-Bom dia. -lisa diz baixinho com voz de sono.
-Bom dia, você dormiu bem?
-Por que pergunta?
-É que ouvi você gritando.

-Foi só um sonho estranho. -ela responde não querendo falar sobre isso.

A gente comeu e foi ver tv.
Eu estou pensando em levá-la pra sair mas ainda com medo de ela fugir. Sei que ficar muito tempo trancado pode deixar a gente louco. Mas ainda não sei se posso confiar nela.
-Se eu te levasse pra sair, você fugiria? -perguntei. mesmo sabendo que ela não me diria se fugisse.
-Fugir pra onde? Eu não tenho ninguém.
-E sua mãe, sua amiga?
-Minha mãe nem fala comigo e minha amiga não se importa tanto comigo quanto eu pensei. -ela respondeu séria, dava quase pra acreditar.
-Então eu fiz bem em te sequestrar? -falei brincando, como sempre, brincadeira de mal gosto.
-Isso é errado, não fez bem não, mas agora percebo que não tenho um motivo pra voltar. -ela disse meio irritadinha.
-Quer saber?! então vamos. Preciso fazer compras no mercado, te dar roupas novas e produtos de limpeza também. Depois podemos ir num cinema ou um lugar mais reservado, não quero que te vejam em publico, alguém pode te reconhecer.
-Ta bem. Mas você não trouxe roupa minha de sair.
-Poe uma roupa de casa, e compramos uma roupa lá.
Lisa não parecia muito animada pra sair, e hoje estava bem frio, será que é a depressão dela?!
Eu coloquei uma calça jeans preta e uma blusa preta de meia manga e allstar, Lisa estava de legging e blusa de alça preta florida e chinelo, realmente eu me esqueci de algumas roupas.

Fui abrir a porta e ela estava atrás de mim, como minha sombra, entramos no carro e fomos indo pra cidade. Demos muitas voltas na floresta e ela fazia cara de confusa, deve ter lembrado do dia da floresta.
___
Lisa
___
Ele dava saia da floresta e eu pensava como ele conseguia, por que pra mim todas as árvores são iguais, eu nunca ia conseguir sair daqui, nem se ele deixasse a porta aberta pra eu fugir, não tinha como. Beck finalmente saiu e fomos pra cidade, tinha uma estrada até lá, demorou uns 20 minutos, até o meu bairro, quer dizer meu antigo bairro.
Hoje quando acordei me senti deprimida, parece que aquela depressão de inverno voltou, apesar de estar frio eu não sinto frio, gosto do vento na minha pele. E andar de carro com a janela aberta e finalmente sentir um ar puro, foi mágico. Nunca pensei em gostar tanto de coisas simples assim.
___
Beck
___

Ela estava sorrindo de vez em quando, a janela estava aberta e ela parecia estar bem de alguma forma. Vou primeiro no mercado e deixar as coisas na mala. Depois das obrigações a gente pode ficar mais tranquilo e ir pra algum lugar que ela queira.
Chegando lá, ela fica no carro, e só depois quando eu falei que ela podia sair, ela saiu. Quando ela se tornou obediente?
-Hoje você pode escolher qualquer coisa que queira, no final do mercado lá atrás, tem uma sessão de roupa e sapato, enquanto isso eu pego as comidas pro mês e produto de limpeza.
-Tudo bem, eu vou lá. -ela disse com um leve sorriso, acho que ela gosta de fazer compras.
Comprei tudo que precisamos de essencial, pão, arroz, feijão, carne, batata, manteiga, etc. Tudo em dobro, por que Lisa come bem. Alguns produtos de limpeza, mais vassouras e baldes. Chegando no caixa, espero Lisa voltar, mas ela demora. Já fico preocupado, eu confiei nela, aquela vaca não pode ter fugido, cacete, cade aquela puta. Ando pelos corredores e vou até a sessão de roupa e lá a vejo, com um carrinho cheio, tinha roupas, maquiagens, livros e uns sete pares de sapatos. Acho que ela se empolgou.
-Quanta coisa em. -disse eu debochando.
-Desculpa, é que agora to vestindo 38/40 e preciso de roupas pra sair, outros pijamas, outras peças intimas por que você só trouxe as sexy que são de renda e nem um pouco confortavél, e comprei uns sapatos e roupas de frio e uns livros pra ler por que já que fico em casa o dia todo podia fazer algo de util, comprei coisas pra fazer trico...-ela não parava de falar e justificar por que tanta coisa.
-Olha, foda-se, pode levar tudo, vamos logo pro caixa. -eu a disse interrompendo e indo pro caixa, ela me seguiu e finalmente pagamos.
-Deu 1,632 senhor. -a moça do caixa diz e eu fico assustado.
-Desculpa, eu to levando coisas de mais? -Lisa diz preocupada.
-Sem problemas, tudo bem. -respondi
-Debito ou crédito? -A moça do caixa diz.
-Debito. -respondo e pago.
Fomos embora e coloco tudo na mala, mas não cabe e então usei os bancos de trás também.
Lisa entra no carro sorrindo sem saber, e eu noto que ela está feliz. Ou pelo menos sorrindo. Começo a dirigir até a loja de ferramentas.
-Onde você arrumou tanto dinheiro? -Lisa pergunta
-Se eu te disser você vai se assustar e não vai gostar da resposta. -Eu disse.
-Pode falar, eu não vou te julgar, prometo. -Ela diz curiosa. Olho pra ela e deciso dizer.
-Bom, eu um dia estava procurando alguém pra matar em outra cidade, e por sorte encontro um velho podre de rico e assusto ele, ele parecia estar de férias seila, mas eu entrei no quarto de hotel e ameacei ele. Pra resumir ele me deu sua conta do banco e eu transferi uns 10% da fortuna dele pra minha conta. Eu vigiava ele a uns 20 dias então sabia algumas informações dele. Foi mais fácil de ameaça-lo. -respondi
-Caralho, você roubou um velhinho! -Lisa grita assustada.