Capítulo 23 - Tá um rapaizão.

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Ele se levantou do sofá, se desvencilhando de mim, e seguiu até uma mesinha que ficava encostada na parede, abaixo de um bonito quadro. Abriu uma das gavetas, e tirou de lá um envelope.

Lucas veio até a mim, e entregou.

- Pode abrir - Disse, e deu um beijo em minha testa, voltando a se sentar no sofá.

Abri o envelope, tirando de lá um folha que estava dobrada de forma que se encaixasse no envelope. Abri a folha, era um documento, precisamente, a escritura de uma casa. 

- Que escritura é essa? - Perguntei, com um sorriso confuso. 

- Da nossa casa - Ele respondeu sorridente, em seguida deu em beijo na minha bochecha. 

- Nossa casa? - Franzi o cenho.

- É Emmeline, vamos nos casar, então temos que ter nossa casa - Ele deu de ombros, como se fosse algo óbvio. 

- Eu sei.. Mas, não achei que fosse logo, tão cedo - Retruquei. Acho que não levei em consideração todas essas outras questões quando aceitei me casar. Não quero sair dali, amo aquela casa. Não quero deixar tia Lana. É uma mudança bastante radical, e não me preparei pra isso. 

- Achei que você já tivesse isso em mente, é o que as pessoas fazem quando casam, vão morar junto. 

- Mas você não acha que poderíamos ser um casal diferente nessa questão?

- Você não quer morar comigo Emmeline? Então qual o sentido da gente se casar? - Ele mudou o semblante, que agora estava sério e confuso. 

- Não é que eu não queira morar com você, mas é uma grande mudança, não sei se quero sair dali, e deixar a tia Lana - Argumentei. 

- Mas meu amor, ainda vamos morar na mesma cidade, então você pode fazer visitas a ela frequentemente - Ele contra argumentou - E olha, a localização dessa casa é perfeita, fica na mesma rua da universidade, então não vai precisar fazer aquela caminhada que faz toda manhã, passando por praça, várias ruas, é bem mais perto. 

- Mas eu gosto dessa caminhada matinal Lucas - Bufei. 

- Emmeline, não vou te obrigar a nada, mas não vejo como um casamento pode funcionar assim, eu morando em uma casa, e você em outra, não tem sentido. 

- Eu sei Lucas, acho que não parei pra pensar o que realmente significava se casar, estava tratando como algo que simbolizasse tudo o que passamos, nossa história. 

- E sim, é algo simbólico, mas é muito mais que isso. 

- Talvez.. - Soltei o ar - Tenha sido impulso.  

- Quer voltar atrás? - Perguntou sério.

- Querendo ou não, já é tarde demais.

Lucas passou a mão pelo seu resto, se mostrando apreensivo

- Me responda sinceramente, você tem certeza de seus sentimentos sobre mim?  

- Claro que tenho Lucas - Respondi, com convicção. 

- Sentimentos que são fortes o bastante para casar com alguém?

- Eu.. Não sei - É bastante claro pra mim que não amo Lucas, mas não quero falar isso pra ele.

- Emmeline, acho melhor você ir pra casa - Falou, sem alguma expressão predominante, apenas estava fitando o chão.

- Desculpa Lucas - Coloquei a mão sobre seu ombro, e me aproximei.

- Só vai Emmeline - Ele se levantou do sofá, e sentou na poltrona do lado, rejeitando o meu toque.

- Tá bom - Suspirei - De tarde, quando estiver de cabeça mais fria, venho conversar contigo. 

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