Caminho de pedras e espinhos.

1K 158 49
                                    


Por algum motivo estranho aquela chuva que sempre acalmava Harry parecia ao contrário deixa-lo nervoso, irritado e quase pronto a brigar com alguém.

-Calma aí chefe, quer um chá? Disse Coraline se colocando ao lado do alfa de modo suave, ela era uma beta muito doce e dona de olhos cor de mel impressionantes, veio do Brasil, única sobrevivente de um clã pequeno de lobos emboscados pelos caçadores, eles lutaram bravamente, mas no final nem caçadores e nem lobos sobreviveram, a não ser uma pequenina menina salva pelos nativos e futuramente rastreada pelos anciões.

-Desculpe Carol, eu rosnei não foi?

Ela sorriu, sim ele estava rosnando para a chuva como um lobo acuado.

-Isso se deve ao fato do clã do norte querer a relíquia sagrada não é?

Harry podia mentir, ele nem mesmo pensou na relíquia nos últimos minutos, apenas se sentia irritado e encurralado, sem motivos é claro.

-Leonard sabe que a relíquia é nossa, pertence a nossa família a muitas gerações, mesmo que ele tenha o sangue ancestral dos fundadores eu sou o descendente do clã Styles mais jovem, eu sou o portador das relíquias da família, entre elas o sangue do primeiro ômega.

A mulher se sentou mais perto e sorriu olhando para chuva.

-O que o pó de um sangue ancestral pode fazer? É apenas um objeto, simbolismos, só isso.

Harry sorriu, ele entendia o lado dela, foi o simbolismo que deixou sua vila exposta, suas crenças acabaram expondo todos eles aos caçadores.

-Esse pó como você fala é poderoso, o primeiro ômega era um filho da Lua nascido no amor, ele recebeu sua força diretamente da Lua cheia para dar um herdeiro ao seu parceiro alfa, ele orou e foi atendido pela deusa da Lua, em retribuição ele deixou algumas garrafinhas com seu sangue puro para curar feridas que não podem ser curadas por outros meios.

Ela o olhou confusa.

-Curar o que então?

-Não sabemos ao certo, um coração partido? Um clã despedaçado? Quem sabe? Mas eu já vi esse pó ao ser misturada com água se tornar novamente sangue, fresco e perfumado como as manhãs  de primavera, então sim, ele é precioso e raro, um dos frascos está no Vaticano, guardado entre as relíquias mais sagradas e cuidado pelos lobos que vivem entre aquelas paredes sagradas e o outro está aqui, dentro dessas paredes.

-Por isso eu digo que você vive num museu, devia sair mais, se divertir, qual foi a última vez que transou?

Harry sorriu, a mulher era direta como uma flecha.

-Dez dias e algumas horas, porque? Está interessada?

Ela bufou rindo.

-Pode ser meu líder e meu chefe, mas eu prefiro meu lobinho magrela e fofo.

-Alguém me chamou? Disse uma voz macia e alegre e os dois se viraram para ver um rapaz muito alto e moreno de olhos verdes profundos.

-Sim, a gente tava falando que você tem que comer mais feijão, tá muito comprido, parece uma lombriga. Disse Harry rindo.

-Não tenho culpa de ter o metabolismo acelerado! Respondeu indignado.

Mas a verdade era que ele era lindo, magro sim, mas não demais, muito alto e sorridente, os dois tinham se afeiçoado rapidamente, dois abandonados em um mundo confuso, sorte terem agora um clã para viver novamente, ali foram acolhidos e agora trabalhavam para o alfa.

Caroline era governanta e Lucas um faz tudo muito bom, ambos muito jovens ainda, mas ajuizados e competentes.

-Como vai a faculdade de agronomia?

Lua de sonhos.Onde histórias criam vida. Descubra agora