[19] O DILEMA DAS RELAÇÕES RACIAIS

569 105 53
                                    

  RELAÇÕES RACIAIS

Questões enraizadas na vida social de indivíduos, grupos e classes sociais. As desigualdades sociais frequentemente se manifestam nos estereótipos e nas intolerâncias, polarizadas em torno de etnias, assim outras diversidades sociais como as de gênero e religiosas, por exemplo, muitas vezes de maneira concomitante.  

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Quando eu era criança, matemática foi o terror da minha vida. Eu entendia as fórmulas quando a professora explicava, mas era só ficar sozinha, com os exercícios, que meu cérebro virava geleia e eu me esquecia até o jeito certo de segurar o lápis. Meu cérebro estava uma geleia naquele instante, embora não estivesse diante de um exercício de matemática. Eu tentava compreender o que acontecia na minha frente, com Bruno (Henrique?) meio desesperado, Isabella desmaiada no meio da praça, Vênus tentando animá-la (se é que pode-se chamar os tapas na cara da coitada como tentativa de animação), a amiga da Isabella socando Henrique (Bruno?) e Pedro com a testa franzida e parecendo mais confuso do que eu. O que não é um parâmetro difícil de ser batido.

— Eu vou matar você, Henrique! Juro que vou! – a garota dizia em tom histérico.

Eu me agacho ao lado de Vênus, decidindo que a coisa mais importante daquele momento é fazer Isabella voltar à consciência. Um pequeno grupo se formava a nossa volta, mas, embora os minutos passassem, nada parecia tirar a garota do torpor em que ela estava. Estico o vestido dela para baixo, percebendo que a queda mostrou mais do que a dignidade merecia, e tento ser útil.

Mesmo com um cérebro de geleia.

— Ei, Bella, você num tá esperando que eu te beije pra tu acordar, né, criatura? – Vênus reclama, quando a garota parece resmungar e abrir os olhos por um mísero segundo, antes de fechar de novo. – Meu namorado tá aqui do lado. Ele não quer ver uma cena dessa.

— Como você consegue fazer piada? – resmungo, ajudando Isabella a se sentar.

— O que mais você quer que eu faça?

Isabella resmunga de novo quando percebe que sou eu quen tento ampará-la, me afastando.

— Me deixa. Eu estou ótima.

— Claro, se ótima no seu dicionário significar "atropelada por um caminhão", talvez eu possa concordar.

— E o que isso te importa, garota? Você estava beijando meu namorado. Você me odeia. Já não fez o suficiente?

Pisco atordoada, as partes do meu cérebro se reunindo lentamente outra vez. A amiga de Isabella me afasta e ocupa meu lugar. Pedro parece ter decidido que o melhor a ser feito era tirar Bruno Henrique (!!!!) da praça, enquanto tenta dispersar os curiosos.

Era uma coisa boa ele tirar o garoto dali, quando meu cérebro voltasse ao estado normal sólido, provavelmente, eu partiria para agressão.

— Pronto, pessoal, pareceu um terremoto, mas era só uma gorda caindo – um engraçadinho resolveu fazer uma piada ao meu lado.

DespadronizadasOnde histórias criam vida. Descubra agora