[8] O DILEMA DAS FAMÍLIAS TRADICIONAIS

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Patriarcado:

É o sistema social baseado no controle dos homens sob as mulheres, no qual eles ocupam uma posição central e de poder, contando com solidariedade entre seus iguais e relações hierárquicas que excluem as mulheres. Não inclui espaço de participação feminina em nenhuma esfera – política, econômica e social -, além das ramificações como cultura do estupro, erotização da mulher, maternidade e heterossexualidade compulsórias.

 Não inclui espaço de participação feminina em nenhuma esfera – política, econômica e social -, além das ramificações como cultura do estupro, erotização da mulher, maternidade e heterossexualidade compulsórias

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Vejo vultos sem formas, tudo se move rápido demais e eu não consigo ficar parada.

É tão engraçado.

Não sei o que é engraçado.

Mas solto uma gargalhada assim mesmo.

— Bella, vamos para casa!

Semicerro os olhos, tentando entender quem fala.

— Shiu, An-a-a, é surpresa.

Ela tenta me puxar, mas saio do carro. O senhor da portaria abre um sorriso ao me ver e me dá bom dia, abrindo o portão. Tropeço no salto e resolvo tirá-los, o chão frio me fazendo rir. Chego ao elevador e os números se embaralham, mas consigo apertar no botão.

Encosto minhas costas na parede e fecho os olhos, flashes da festa aparecem na minha mente, eu e Jullie dançando, Vênus se juntando a nós, Pedro nos olhando como se fossemos malucas.

A porta se abre e eu cambaleio para fora, chego em frente à porta 202 e deixo meu dedo no botão apertando a campainha num barulho contínuo.

— Mais que merda... Bells?

Henrique está sem camiseta na minha frente e eu me jogo nele, batendo em seu tórax.

— Você é um babacão.

— Você está bêbada?

— Que pergunta estúpida, Henrique.

Ele ri e me abraça, me puxando para dentro do apartamento.

Nunca te vi bêbada.

— Se você saísse mais comigo talvez já teria visto.

A bile se forma e eu respiro fundo, tentando controlar. Corro para o banheiro e coloco tudo para fora, Henrique me auxilia, segurando meu cabelo e eu sinto uma enorme vergonha.

— Acabou?

Pisco tentando focalizar, o que não ajuda, já que ver o vômito me faz colocar mais para fora. Depois levanto a cabeça, Henrique está com a testa franzida e abre um sorrisinho para mim.

— A festa foi boa, hein – ele diz.

Gemo, ficando zonza. Ele dá descarga e fecha o vaso, me colocando sentada ali. Fecho os olhos e respiro fundo, até que sinto algo gelado? Abro os olhos. Henrique está ajoelhado na minha frente, passando uma toalha molhada no meu rosto.

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