Parte 16

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- Você se arriscou muito, Claire. Eu disse pra você ficar dentro do carro e não sair...

- O que você queria que eu fizesse? Ficasse parada vendo você apanhar, todo ensanguentado no chão? Você devia era me agradecer!

- Eu disse que eu dava conta...

- Ah, eu percebi.

Depois que eu saí do carro e fingi estar falando ao telefone, os caras rapidamente se dispersaram e foram embora. Klaus não ficou nem um pouco contente, mas eu não estava nem aí: como eu ficaria apenas assistindo à ele travando uma luta injusta e não faria simplesmente nada? No começo, ele estava até dando conta, mas, em um certo momento, os caras derrubaram ele no chão e começaram a chutá-lo, e foi quando eu decidi intervir. Eu fingi ligar para a polícia, e depois que eles foram embora, eu carreguei Klaus para dentro de casa e fui passar remédio em suas feridas.

Assim que ele levantou do meu colo para ir tomar banho, eu segurei ele pelo braço:

- Você não sai daqui até me dizer quem eram aqueles caras e o que eles queriam com você.

Ele relutou durante alguns segundos, e finalmente começou a falar:

- Eles são de uma gangue e estão atrás do meu tio. Segundo eles, meu tio deve milhares de dólares, de drogas e jogos acumulados. Desde então, eles vêm aqui em casa buscar dinheiro. E dizem que se eu não der, eles irão destruir eu e a minha família.

- Meu Deus... Mas você precisa fazer alguma coisa! Denuncia esses caras... você tá correndo risco de vida, Klaus.

- Não adianta... A única forma de manter esses caras longe é fazer o que eles mandam, e dinheiro não é problema pra mim... então, pra manter a minha família protegida eu dou a quantidade que eles quiserem.
Mas agora, vamos falar de coisa boa: natal. Quais são suas tradições anuais?

Estávamos no início de Dezembro, e junto a ele, se aproximava o Natal e meu aniversário, os meus dois dias preferidos do ano e que por coincidência eram consecutivos.

Fazer aniversário um dia depois do natal tinha seus prós e contras: a parte boa era que, muitas vezes, eu ganhava presente dobrado. E a parte ruim era que algumas pessoas chegavam a esquecer do meu aniversário, e a quantidade de pessoas que me ligavam no dia 27 me dando feliz aniversário atrasado era maior do que as que lembravam no dia.

Naquele ano, seria o primeiro natal que eu passaria longe da minha família. Seria muito estranho pra mim não me reunir na mesa e comer o peru assado e a salada de lentilhas da Tia Alice, ou ficar esperando ansiosamente o amigo secreto, que sempre foi a minha parte preferida do natal. Klaus havia me convidado para passar o natal com ele, mas eu não tinha certeza. Acho que passaria o natal sozinha e faria eu mesma a minha ceia. Era uma ideia solitária, mas ficar sozinha pra mim nunca foi um problema.

No Sábado de manhã, eu acordei mais cedo, disposta a ir ao centro da cidade comprar decorações de Natal para enfeitar a casa. Todo ano na minha casa, mamãe e eu sempre íamos juntas comprar a árvore e os outros enfeites, e nossa casa era sempre uma das mais iluminadas e bem decoradas da rua. Só perdendo para o Sr. Mitchell, que fazia quase que uma releitura da casa do papai noel no seu quintal, e, ás vezes, eu pensava que ele passava o ano inteiro planejando aquelas decorações; dava tanto trabalho que ele sempre começava a montar as coisas no começo de Novembro.

Jerry me acompanhou até o centro, e nós ficamos quase o dia inteiro rodando pela cidade à procura de lojas. Comprei uma árvore de Natal em uma espécie de feira, onde elas estavam em promoção.

Passei o dia inteiro decorando a casa com a ajuda de Jerry. Mal troquei mensagens com Klaus naquele dia, pois ele passaria a tarde cuidando de Jason, já que Eva e sua mãe iriam a uma exposição na galeria de um amigo da família. Quando já era tarde da noite, Klaus aparece de surpresa lá em casa:

Mr. Stupid JonesOnde histórias criam vida. Descubra agora