A viagem

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[Pov's Lucy]

- Senhores passageiros, estamos chegando a Hargeon, por favor fiquem sentados até a descida do avião - a voz de uma das aeromoças ecoa.

Depois de 6 horas de viagem, finalmente estou chegando a cidade onde nasci e cresci. Assim que me encontro dentro do saguão do aeroporto, saio e pego um táxi, pois era 2:00 da manhã e eu não quero ter de tirar meus pais de seu melhor sono, só para vir me buscar.

Pago o motorista, o qual deixa minhas malas em frente a porta, aproveito e pego a chave reserva que está atrás de uma madeira solta da parede. A casa não é muito grande, porém, é aconchegante e cheia de buracos para esconder as coisas; me lembro que quando pequena, escondia bombons nas tábuas soltas do meu quarto, mas depois de um tempo, eles começaram a ser devorados por ratos, então acabei desistindo da ideia.

Entro em casa, trancando a porta e deixando as malas na entrada, pego uma coberta que sempre fica na sala, para o caso de alguém querer dormir ou apenas se esquentar mesmo e me deito o sofá, pensando nas atitudes que tomei até agora. Quer dizer, eu ainda amo o Natsu, mas não posso arriscar que ele me humilhe ou que queira tirar meu filho de mim quando o mesmo nascer, embora não acredite que ele faria isso, prefiro não arriscar depois daquela mensagem.

E com essas preocupações e me lembrando dos momentos que tivemos juntos, adormeço.

[Pov's Natsu]

- Que sono! - falo, bocejando.

- Você devia dormir um pouco mais foguinho! Ou vai acabar deixando algum bandido escapar só para poder dormir! - o Gray diz, me zoando.

- Engraçadinho!

- Mas me conta, e a Lucy? Como vocês estão? Quer dizer, agora que você está oficialmente divorciado! - pergunta, me fazendo abrir um sorriso.

- Na verdade, eu ainda não contei pra ela sobre isso… quer dizer, eu nem a vi esse final de semana! - digo, percebendo o quanto sinto falta da minha loira.

- Tira uma folga Natsu! Pra conversar com ela e também pra dormir, embora eu ache que se vocês se encontrarem, você vai ficar mais cansado ainda! - fala e começamos a rir.

- É, você tá certo, eu preciso falar com ela! - digo, me levantando - até mais Gray!

- Até! - diz, acenando.

Saio e vou direto para a casa da Luce, mas quando chego lá vejo uma senhora baixa e meio gordinha, estranho e saio do carro, parando em frente a ela:

- Com licença… - peço, a fazendo se virar para mim - mas a senhora viu ou conhece a Luce? - pergunto.

- Ah sim! Lucy Hearthilia! Ela acabou de se mudar meu rapaz! - diz, me fazendo ficar confuso, quer dizer, por que ela não me falou nada?

- E a senhora sabe para onde ela foi? - pergunto.

- Não, ela só me disse que estava indo embora e me pediu para que eu cuidasse do imóvel! - fala, se despedindo e indo embora.

Volto para o carro, estático, quer dizer, por que ela faria uma coisa dessas? Posso não conhecer a Luce há muito tempo, mas não acredito que ela faria algo assim sem nenhum motivo e sem me avisar, quer dizer, poxa vida, agora eu estou preocupado com ela:

- Droga! - digo, socando o volante, até que meu celular novo começa a tocar, já que o meu antigo, deu chá de sumiço e por acaso, eu não tenho o número da Luce nesse aparelho - Alô?

- Oi, mano! - ouço a minha irmã Juvia dizer - como você está? - pergunta, fazendo que eu fique mais tranquilo apenas com a sua voz.

- Estou com alguns problemas… - falo.

- Bom, por que você não vem aqui pra casa e a gente conversa? - pergunta, me fazendo suspirar.

- Vou sim! Preciso de alguém para conversar que me entenda realmente! - digo, abrindo um sorriso.

- Ótimo! Venha logo, vou fazer o seu doce favorito! - fala, enquanto eu suspiro, já imaginando.

- Depois de saber de algo incrível assim, pode apostar que vou chegar aí rapidinho! - digo e começamos a rir.

Nós nos despedimos e eu vou para o hotel, me troco rápido e saio, indo vendo uma das pessoas que eu mais amo nesse mundo e que nunca, me abandonou.

(Quebra de tempo)

Rapidamente chego ao apartamento da minha irmã, bem, na verdade, Juvia é minha meia irmã, pois minha mãe morreu quando eu era pequeno e depois, ela e a sua mãe entraram na minha vida. Enfim, ela sempre foi muito bondosa comigo e aos poucos, viramos melhores amigos, por isso sou muito grato à ela, principalmente porque a Juvia foi a primeira a me encorajar a virar policial, já que o resto da família, só contrariou.

Toca a campainha e espero, logo a porta se abre e uma azulada pula em cima de mim, me abraçando e eu retribuo, até que entramos:

- Tô tão feliz que você veio, maninho! - diz, me guiando até a sala e se sentando no sofá - mas me conta, quem é a minha nova cunhada? - pergunta, me fazendo sorrir

- O Gray, é claro… - suspiro, levantando a cabeça - ela é incrível! Loira de olhos achocolatados, pela clara, é bondosa e gentil, mas quando fica com raiva… - digo, lembrando de quando roubei sua pipoca no cinema, não devolvendo a ela até que me desse um beijo - ela fica super raivosa! - falo, começando a rir e olha para minha irmã, que sorri - o que foi?

- Nada! É só que… faz tanto tempo que eu não vejo esse sorriso, esse olhar alegre e animado! Essa garota já tem a minha aprovação só por te fazer sorrir desse jeito! - diz, dando uma risada - tem uma foto dela? - pergunta.

- Aqui não! Meu celular sumiu e tive de comprar outro, e a foto que eu tenho, ela tá no hotel! - falo, a vendo ficar confusa.

- Hotel?

- Sim, como me separei da Lisanna, deixei a casa para ela… - digo, a vendo ficar irritada.

- Mas você é muito trouxa, hein! Senhor! A mulher te traí, engravida de sabe se lá quem e você ainda deixa a casa para ela! Inacreditável! - fala, quase gritando, indignada, me fazendo rir.

- Eu sei que estou sendo bobo! Mas bem ou mal, ficamos juntos por anos Juvia! Ela me aguentou por muito tempo! E apesar de tudo, eu não quero brigas, além do mais, eu também acabei traindo ela, então estamos quites! - falo, a fazendo suspirar.

- Na boa, você é muito bonzinho maninho! Outro homem no seu lugar não faria isso! - diz, sorrindo, orgulhosa.

- Eu sei! Mas ou outros são os outros, e eu sou eu! - digo, sorrindo junto com ela, até escutar uma campainha.

- Ah, é o seu doce! Já volto! - diz, saindo correndo.

Logo a mesma aparece com um baita pudim, ah, é hoje que eu me acabo! E pouco tempo depois, estamos comendo e conversando sobre qualquer coisa, menos nossas vidas, pois apesar de tudo, o que nós dois queremos, é não pensar nos problemas, apenas nas coisas boas.

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