Rastreando

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[Pov's Natsu]

Já fazia quase três dias que a Luce estava desaparecida e eu, obviamente, não parava de pensar nela, preocupado, sempre com um aperto no peito. Eu sei que deveria me manter calmo, mas, porra! É a minha mulher e o meu filho que foram sequestrados! Não tem como eu ficar realmente calmo!

Como a Luce desapareceu na cidade de Hargeon, eu decidi tentar ajudar na investigação, até pensei em pedir transferência pra cá, mas a possibilidade de perder o meu anjo, o meu amor, faz eu querer me afastar daqui pra bem longe! A parte boa, eu acho, é que assim que o Gajeel e o Jellal ficaram sabendo do ocorrido, vieram rapidamente para cá, junto com suas novas namoradas, que coincidentemente, são as melhores amigas da Luce. Os mesmos, aproveitaram para tentar me ajudar, mas tirando o Gray, ninguém podia me ajudar muito, pois os meninos eram de outro distrito e em relação a mim, eles alegam que como é a minha esposa que está correndo perigo, eu não estou bem o suficiente para lidar com o caso!

Suspiro, pois embora eu procure e tente encontrar pistas nos arquivos antigos, não estou achando nada, o que está me deixando louco! Me sento, colocando as mãos na cabeça, pelo menos, eles me deixaram tentar ajudar na investigação:

- Cara, você precisa de um café! - ouço alguém dizer, levanto a cabeça, vendo o Sting.

- Na verdade, preciso de alguém, mas o café não vai cair nada mal agora! - disse, dando um sorriso, pegando o copo da mão dele, dando um bom gole - pensei que estava bravo comigo…

- Eu estava! Mas quando soube do que aconteceu, percebi que se eu estava mal, você devia estar bem pior, então como eu sou uma pessoa incrível! - falou, apontando a si mesmo - eu decidi que seria melhor te ajudar e apoiar na investigação! - diz, me fazendo revirar os olhos.

- Você nem se acha né? - pergunto e nós dois caímos na gargalhada.

A verdade, é que eu estava sentindo falta das nossas brincadeiras, mas só percebi agora, que quase perdi a amizade do meu melhor amigo. Quando penso nisso, paro de rir na hora, fazendo o Sting estranhar minha atitude:

- Cara, me desculpa! - peço, o fazendo olhar para baixo - eu não devia ter me apaixonado e tão pouco ter ficado com a sua garota, me perdoa… - digo e ele ergue a cabeça.

- Tá tudo bem! Talvez não era pra nós dois ficarmos juntos mesmo! - diz, mas sinto um pouco de raiva na sua voz, apesar de seu sorriso - bom, eu tenho algumas coisas pra resolver, então eu já vou indo! - diz, batendo no meu ombro - fica bem cara! - fala, indo embora.

Eu sei que não devia, mas algo me diz que tem algumas coisa errada com o Sting, por isso, me levanto correndo e grito, chamando sua atenção, até que chego perto do carro:

- Você tá bem cara? - pergunto.

- Na medida do possível, sim! Mas por quê? - pergunta, desconfiado.

- Não é que… imagino que essa situação não deva ser nada fácil para você também! - digo e meu celular cai.

Me agacho e o pego, vendo que não tinha quebrado, me despeço do Sting, vendo o mesmo entrar no carro e ir embora, o que me faz voltar para dentro e checar o rastreador que coloquei no carro do meu amigo. Eu sei que isso é errado, mas algo me diz que fiz o certo e é por isso, que não consigo me arrepender realmente! Ainda bem que deixei o celular cair, se não seria difícil achar uma boa oportunidade para colocar aquele rastreador.

Bem, vamos lá ver se minha intuição estava certo, em relação ao meu amigo, o que nesse momento, estou torcendo pra estar errado!

[Pov's Lucy]

Eu não sei ao certo há quanto tempo estou nesse lugar, mas creio que já deve fazer quase quatro dias. Nesse tempo, Sting e Lisanna não fizeram nada realmente contra mim, além de não me visitarem nem nada, mas não posso reclamar, pois apesar de tudo, tenho ganhado boas refeições, quase ótimas, pra falar a verdade! Quer dizer, basta eu pedir, que ganho o que eu quiser de comer, mas a verdade, é que não importa o que eu coma, nada supre a minha vontade de rever o Natsu.

Eu queria ele aqui e agora, pra me abraçar e dizer que tudo vai ficar bem, na verdade, estou dormindo muito, já que não há o que fazer por aqui, acabo sonhando muito com o Natsu e seus beijos, seus carinhos… o que eu não daria para ter isso agora! Acabo passando meu tempo, falando com meu filho:

- Oi meu amor! - digo, acordando e passando a mão na minha barriga - tudo bem? - recebo um pequeno chute em resposta, o que me faz sorrir - sabe, eu sonhei com o seu pai essa noite, de novo! Por isso, acredite que ele vira nos salvar! - falo, passando a mão na barriga.

De repente a porta do quarto aonde estou, se abre, mostrando o Sting e sua companheira, Lisanna, me obrigando a ver os dois quase se comendo, me fazendo revirar os olhos e virar para o lado, pois ter que ver isso, é sem dúvida o cúmulo do absurdo! A Lisanna então diz:

- Ei! O Piranha! Levanta! - ela grita, mas finjo não ouvir - que foi? Além de vadia, ainda é surda? - pergunta e me sento no colchão.

- É comigo? - pergunto, apontando para mim.

- Com quem mais seria?

- Ah, tá! Desculpa, é que achei que você tava falando de si mesma na terceira pessoa! - digo, o que a irrita.

- Como é? Repete! - grita, enquanto Sting segura um de seus braços.

- O que você ouviu! - falo, olhando em seus olhos.

Ela parte pra cima de mim, ou pelo menos tenta, pois o loiro a segura, puxando-a para trás, acalmando-a e eu, como a boa pessoa que sou quando estou com raiva, acabo não resistindo e a provoco:

- Olha, você pode até achar que sou uma piranha, que no caso é você, já que tinha alguém bem antes de conhecer o Natsu e só se casou por sabe-se lá Deus qual motivo! - digo, a vendo olhar para mim - mas uma coisa eu te garanto, eu NUNCA! Tive que dar esse trabalho prós outros, me descontrolado, fazendo cena na frente dos outros… não, não! Que feio Lis! Assim o Natsu nunca vai voltar pra você! - digo, no maior tom de ironia e pela cara dela, eu toquei realmente na ferida.

A parte ruim de estar grávida, como nós duas estamos, é que os sentimentos ficam a flor da pele, ou seja, toda e qualquer sensação que sentimos é pior! Por causa disso, sei exatamente como provoca-lá, a Lisanna então se acalma e sorri:

- Quer saber, não vou perder meu tempo discutindo com você! Não vale a pena! - diz, olhando para a corrente que estava no meu tornozelo, a qual esconde com a coberta, pelo menos, parcialmente, o que a faz sorrir - vamos começar logo Sting!

- Tem certeza? - pergunta, olhando apreensivo para mim.

- Não me diga que vai andar pra trás agora? - reclama, indignada.

- Não! Eu apenas não acho que isso seja uma boa ideia! - fala, a ficando quieto.

- Do que vocês estão falando? - pergunto, os fazendo perceber que estou aqui ainda - o que vão fazer comigo?

- Ah, minha querida! Vamos fazer uma pequena tortura! - diz, com um sorriso cínico.

- Como assim? - me desespero um pouco, olhando para o Sting, colocando automaticamente as minhas na barriga.

- Ora, calma! - Lisanna diz - não vamos encostar um dedo em você, fisicamente! - fala, dando um sorriso maligno - quer dizer, posso ser muita coisa, mas eu nunca faria mal a uma podre criança! Quer dizer, ela não tem culpa de você ser uma vadia!

- Como é que é!? - grito, exaltada - eu não sou uma vadia!

- Ah não? Vamos pensar um pouco! - ela vai para o canto do quarto, se sentando em uma cadeira - você beijou e transou com o melhor amigo do seu namorado, enquanto vocês dois ainda estavam juntos! E além de tudo, como a sonsa que é, engravidou, deixando tudo para trás, fugindo, com o rabinho entre as pernas! - ela se levanta e aproxima-se - porque é isso que você é, uma grande piranha! Você não passa de uma vagabunda! - grita e percebo que estou chorando, o que a faz sorrir - está vendo? Tem maneiras muito melhores de te torturar do que ter de te bater!

A Lisanna então, começa a gargalhar, enquanto vê a minha desgraça e tudo que posso pensar no momento, é no Natsu. Por favor meu amor, me salva logo!

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