Capítulo XII: Para o seu bem.

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Como dizia Sun Tzu "Todos podem ver as táticas de minhas conquistas, mas ninguém consegue discernir a estratégia que gerou as vitórias". Ou seja, Tina pode desconfiar de alguns movimentos feitos por mim, mas ela não desconfia dos meus objetivos finais.

Já fazia uma semana que essa diabinha entrou na minha vida e posso constatar que meus dias nunca mais foram os mesmos. Antes dela eu vivia preso na monotonia, os dias eram todos iguais. Eu acordava, me exercitava, ia à empresa e de noite me divertia com algumas mulheres. E agora? Qual o saldo final? Bom, fui sequestrado, descobri que era corno, que meu vice me roubava e para não perder a empresa –e o juízo –troquei de noiva. E essa minha noiva me instiga a viver, me desafiando constantemente. E isso é bom, faz tempo que não me sentia assim, tão vivo. Eu e o grandão, é claro.

Sinceramente, eu estava me sentido o rei da cocada branca. Me sentindo não, eu sou o rei. Pois meu plano estava indo a todo vapor. A jogada de colocar nosso noivado na empresa foi ótima. Assim que os urubus caíssem em cima dela, ela viria correndo para o colinho do papai. E o papai aqui acolherá com todo prazer. E até o final de semana minha noivinha estaria sobre o mesmo teto que eu. Sei que não vai ser fácil domá-la, mas adoro um desafio. Pois até agora sentia os feitos da sua joelhada. A gata era certeira, por aquela eu não esperava. Quase o Junior não nascia.

E não esperava também experimentar o que senti naquele beijo. Eu sei que tem algo mais profundo na nossa relação. Mas agora só quero assegurar que ela será minha futura esposa. Pois não consigo tira-la da cabeça. Se pedirem para desenha cada traço do seu belo rosto, eu desenhava. Iria parecer o desenho abstrato, mas desenhava. Poderia fechar os olhos e conseguiria visualizá-la perfeitamente bem na minha frente. Seu cheiro ainda estava em mim. Doce e ao mesmo tempo tão ela. Calma ai homem, olha a frescura.

Ela estava impregnada em mim, cada nervo seria capaz de reconhecê-la. E por culpa da pantera passei a noite tendo sonhos com conteúdo proibido para menores de dezoito anos. E talvez por causa deles dormi feito um anjinho. E foi no meio de um desses sonhos que foi despertado com a música Califórnia Gurls- Katy Perry. Droga. Já sabia quem era. A safada tinha mexido do meu celular de novo.

-O que tu quer pirralha? -Falei com rudez. Puta merda ser acordado na melhor parte do sonho, é sacanagem.

-Bom dia pra você também, irmãozinho!  –Disse toda contente, nem ligando pro tom da minha voz. –Gostou do teu novo toque musical? –Mais risinhos do outro lado da linha. O humor da Manú era algo para ser estudado. Nunca a vi abatida. Zangada sim, triste nunca. Isso as vezes me irritava.

-Ugr, só você mesmo para colocar o toque tão gay.

-Tenho culpa se mamãe não me deu uma irmãzinha para eu estragar. Sobra para você maninho.

-Deus me livre ter mais uma irmã. Com você já tenho cabelos brancos, imagine com mais outra irmã, estaria completamente grisalho.

-Uff, larga de ser dramático...

-E você larga de lengalenga. –Olhei para o despertador em cima do criado-mudo. Merda ainda eram 5 horas da manhã. –O que devo o prazer da sua ligação em plena cinco horas da manhã?

-Aproveitei que acabei de chegar de uma festa e descobri...

-Muito bem Emanuely Cavalcante. Isso são horas de chegar em casa?

-Me poupe de seus sermões de irmão mais velho. Já tenho 25 anos e sou bem crescidinha...

-Mas não parece.

-Mas não liguei para ouvir suas reclamações. Liguei para saber que merda é essa que meu irmão noivou e eu não fiquei sabendo? Muito bonito Douglas Cavalcante. Sua irmã ficou sabendo do seu noivado pela boca de outra pessoa.

Acorrentados.(removido para revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora